Redes sociais da UAE Emirates encheram com protestos portugueses, por o espanhol trabalhar menos e ser terceiro na etapa. Manager da equipa explicou o que se passou
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Tadej Pogacar vestiu a camisola amarela da Volta a França deixando Remco Evenepoel a 45 segundos, Jonas Vingegaard a 50 e Primoz Roglic a 1m14s, num início de corrida semelhante ao do Giro deste ano, no qual ao quarto dia tinha Geraint Thomas a 46s e Daniel Martinez a 47s, para no final os deixar a dez minutos. No Tour, que tem a tradição de inícios planos, não há memória de diferenças assim e será preciso recuar a 2014 para ver o vencedor final de amarelo ao quarto dia - era Nibali, mas com Froome e muitos outros a dois segundos.
“Estou super feliz. Este era o plano e foi muito bem executado, foi uma etapa de sonho”, disse Pogacar, assumindo que queria “bater forte”. Tudo foi perfeito para a UAE? Nem tudo.
Adam Yates, terceiro há um ano, deu o exemplo e puxou cedo por não se sentir bem, mas Juan Ayuso resguardou-se demasiado atrás do trabalho de João Almeida, que teve de chamar o espanhol, sem grande êxito.
Ayuso seria terceiro na etapa, Almeida oitavo e último do grupo. O português foi muito diplomata no final - “Cinco estrelas para o trabalho de todos”, disse -, mas os seus seguidores acharam-no injustiçado e explodiram nas redes sociais. Os protestos, que se estenderam a alguns dos seus familiares, tiveram adjetivos como “Ayuso, the snake”.
O caso levou o diretor-desportivo da UAE Emirates, Joxean Matxin, a explicar a estratégia da equipa aos microfones da Cadena Cope.
“Estava muito vento de frente e o Almeida e o Ayuso decidiram fazer esforços curtos entre eles. Foi uma decisão inteligente”, disse Matxin, que é manager da equipa, mas a dirige no Tour. Sobre a subida do Galibier explicou mais: “O plano só teve pequenas mudanças. O Adam Yates disse que não se sentia bem e decidiu ser o primeiro a puxar. Adorei”
E Matxin negou a existência de problemas entre Almeida e Ayuso, apesar dos gestos do português durante a etapa. “As trocas na frente foram inteligentes. Conheço-os desde cadetes, desde sempre. Estou orgulhoso deles”, terminou.