Dongmo muito feliz com pódio mas queria companhia de Inchude
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Auriol Dongmo assumiu-se este domingo muito feliz com conquista da medalha de bronze no lançamento do peso em Europeus em pista curta, depois de dois ouros, sem esconder a tristeza com a ausência do pódio de Jessica Inchude.
Apesar de longe dos 20,43 metros do seu recorde nacional, que remonta a 2022, a portuguesa Auriol Dongmo assumiu-se satisfeita pela melhor marca do ano, conseguida hoje na Arena Omnisport Apeldoorn.
“Estou muito feliz. Estou muito feliz com a marca e também pelo terceiro lugar”, afirmou a lançadora do Sporting, de 34 anos, após terminar a competição no pódio, com um arremesso a 19,26, atrás da neerlandesa Jessica Schilder, campeã com 20,69, e da alemã Yemisi Ogunleye, segunda com 19,56.
A defesa das medalhas de ouro conquistadas em Torun'2021 e Istambul'2023 passava pelo regresso ao pódio, depois de ter fraturado uma perna, que a deixou sem competir durante o ano passado e de fora dos Jogos Olímpicos Paris'2024.
“O objetivo era chegar ao pódio. Pensar em ganhar era muito exagerado, depois de uma grave lesão e de uma gravidez, tenho de voltar pouco a pouco. Este era o objetivo e foi o que consegui fazer”, assegurou.
Daí que a lançadora leonina, campeã do mundo em pista coberta em Belgrado'2022 e medalha de prata ao ar livre em Munique'2022, reconheça a adequação dos seus objetivos.
“Toda a gente sabe que eu gosto é de medalhas de ouro. Mas esta também me agrada muito. Normalmente, ficava muito chateada com isto, mas, graças a Deus, consegui subir a este pódio”, vincou.
No final, um lamento, pelo desfecho da competição para a compatriota e companheira no Sporting Jessica Inchude, que, depois do quarto lugar em Istambul'2023, terminou hoje no quinto posto.
“Estou um bocado triste pela Jessica, porque ela merece subir a um pódio. Este resultado tem um sabor um pouco amargo, mas, na altura certa, ela vai subir ao pódio. Também ontem [no sábado] fiquei pela [Eliana Bandeira], que também merece uma final”, acrescentou, aludindo à ultrapassagem da sueca Fanny Roos, na última tentativa.
Jessica Inchude lançou a 18,91 metros, no segundo ensaio, tendo permanecido no quarto lugar até ao arremesso de Roos, a 19,11.
“Tem um sabor mesmo agridoce. Comecei bem a final e, como eu disse ontem [no sábado], ninguém tinha dado o máximo [na qualificação]. Mesmo tendo ficado em terceiro [na qualificação], ainda melhorei hoje, acabei por ficar em quinto porque me passaram no último lançamento…e é assim”, lamentou.
A lançadora de 28 anos apoiou-se na melhoria de seis centímetros relativamente à qualificação, para avaliar positivamente a sua final.
“Estava um bocado tensa, mas consegui corrigir o que tinha para corrigir. Se calhar, dispersei-me a meio da competição e não consegui fazer melhor. Mesmo assim foi melhor do que ontem e já fico feliz por isso”, realçou Inchude, sem, no entanto, deixar de lançar o desabafo: “Quando é que vai ser o meu dia?”.