Alexandre Pinto chegou à equipa feminina do Benfica no final de novembro e o percurso tem sido de sucesso. Já conquistou as taças de Portugal e da Liga e disputou uma final europeia; Vencedoras nas 22 jornadas do campeonato, as encarnadas partem para o play-off à procura do sexto título nacional consecutivo. Nos "quartos", o Benfica defronta o EDC Gondomar, a 29 de abril.
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Esta tem sido uma época de aprendizagem para Alexandre Pinto. Depois de orientar o Burinhosa na Liga Placard masculina, o treinador, de 39 anos, está a ter a primeira experiência no feminino e logo no comando do Benfica, equipa que tem dominado as provas nacionais nos últimos anos. Tudo começou no final de novembro, quando foi contactado pelos responsáveis encarnados para render Luís Estrela. "Não era algo que esperava, porque não tinha experiência no feminino. Infelizmente, há muito o estereótipo de que quem treina homens não treina mulheres. Mas eu sou treinador de futsal, seja masculino, feminino ou formação", explica a O JOGO.
Até agora, o balanço da experiência é positivo: já conquistou a Taça da Liga e a Taça de Portugal, troféus que no ano passado foram ganhos pelo Nun"Álvares - rival que terminou esta fase no segundo lugar, a 13 pontos -, e foi vice-campeão europeu. "Qualquer que seja o adversário, o nosso objetivo é sempre ganhar. Infelizmente, o nosso campeonato não tem a competitividade que desejaríamos e, por isso, críamos novas metas em cada jogo", conta Alexandre Pinto, indicando vários objetivos da equipa: "Queremos ficar vários encontros com a baliza a zeros, faturar um determinado número de golos e também tentar marcar através de jogadas que ensaiámos nos treinos. São pequenas coisas às quais nos agarramos para perceber se os processos estão a funcionar bem."
Para o treinador, o segredo do sucesso também tem sido a qualidade das jogadoras do plantel encarnado, que o receberam de braços abertos e ajudaram à integração. "Nunca tinha trabalhado com nenhuma delas, por isso é natural que todo o grupo estivesse em stand by até me receber e saber quem eu era. Esse momento existiu, mas passou muito depressa. Atualmente, sinto-me mais próximo das jogadoras e elas já se identificam com a ideia da equipa técnica", partilha, adiantando algumas diferenças entre treinar no masculino e no feminino: "Os homens abanam a cabeça e dizem que sim, mesmo quando não concordem ou não percebam algo. As mulheres não, são mais verdadeiras e dizem logo na hora o que sentem."
Revelando que está a treinar o clube do coração, Alexandre Pinto prepara-se agora para a fase decisiva da época. Depois de ter conquistado o primeiro lugar da fase regular, o Benfica vai agora iniciar o play-off com o objetivo de alcançar o sexto título nacional consecutivo. "Seria a cereja no topo do bolo. Mas é preciso ter atenção, porque um jogo no play-off pode mudar muita coisa, principalmente quando é uma final ou o acesso à mesma. Felizmente, temos uma equipa que não se conforma só com a vitória e, se continuarmos assim, vamos ser felizes e capazes de ganhar o título", vinca.
"Quem acompanha o futsal sabe que a Rita fez coisas incríveis"
Alexandre Pinto nunca tinha treinado uma equipa de futsal feminino, mas acompanhava a modalidade e confessa que tem uma grande admiração por Rita Martins, antiga jogadora internacional e com quem agora trabalha mais de perto, dado que é a team manager do Benfica. "Quem acompanha o futsal, sabe que a Rita Martins fez coisas incríveis. É um prazer poder trabalhar atualmente com ela", elogia o técnico dos encarnados, que também admira as jogadoras que comanda. "Já as vi fazerem coisas que não vou esquecer", conta.
"Torneio tem de ser homologado pela UEFA"
A única derrota de Alexandre Pinto no comando do Benfica foi na final do torneio europeu, frente às italianas do Città di Falconara, por 3-2. Esta é uma prova que concentra as principais campeãs europeias, mas que ainda não é reconhecida pela UEFA. "Esta competição vai ter outra importância quando for homologada, isso tem de acontecer. E o que falta ao Benfica no futsal feminino é mesmo ganhar um título internacional", aponta o treinador.