Artem Nych defende, a partir desta quarta-feira, a amarela na Volta a Portugal. Já sentiu dificuldades na etapa-rainha, mas não a teme
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Como já é tradição, a Anicolor-Tien21 voltou ao seu quartel-general, o Grande Hotel do Luso, para passar o dia de descanso da Volta a Portugal. A passagem da formação de Águeda foi notada pela presença da mascote “Palminhas” e do “Teimoso”, ciclista em insuflável gigante. Foi junto aos símbolos da equipa que o camisola amarela Artem Nych, de 30 anos, falou a O JOGO sobre uma primeira semana exigente, com montanha e elevadas temperaturas, perspetivando a segunda metade, ainda mais dura.
Em Kemerovo, sua terra natal, estão hoje 23 graus. Seria mais agradável para si?
—Para mim era muito melhor essa temperatura, 23 graus era perfeito, muito melhor do que 40. Mas não é só para mim, é para toda a gente.
Pela segunda vez em três Voltas a Portugal, passa o dia de descanso de amarelo. É uma boa sensação?
—É muito bom, mas está a ser diferente de 2023. Nesse ano, no dia de descanso, eu estava doente, com tosse. Agora sinto-me bem, com sensações muito diferentes. É um bom sinal.
Os rivais que estão na luta pela geral são os que já estava à espera? Byron Munton (Feirense-Beeceler) não é uma surpresa?
—O Byron Munton esteve muito forte na Senhora da Graça, mas também não foi propriamente uma surpresa, porque já tinha andado perto em Torres Vedras, acho que fez top-10 [n.d.r.: 9.º lugar] e cresceu muito durante o ano. Por isso, também é candidato a ficar no pódio.
Mas já considerou o Jesús David Peña (AP Hotels-Tavira) como o principal adversário...
—O Jesús Peña é o mais perigoso, mas acredito que o Byron Munton também é, porque esteve muito forte na Senhora da Graça
Que memórias tem das duas subidas à Torre (12.º em 2023 e 21.º em 2024)? Aprendeu para poder melhorar este ano?
—A Torre sempre foi muito difícil para mim, porque a montanha é muito longa, tem altitude, mas acho que estou pronto. Este ano, no Grande Prémio das Beiras, já consegui fazer um bom lugar [n.d.r.: passou em 3.º antes da descida para a meta, em Seia] e agora estou mais seguro para essa etapa.
A Volta vai decidir-se na Torre ou no contrarrelógio? Sendo no contrarrelógio, sente-se o mais forte?
—Como no ano passado, não sabemos onde podemos ganhar. Em 2024, cheguei a perder muito tempo. Depois, na etapa da fuga, ganhei a luta. Outros ciclistas podem fazer o mesmo e a cada etapa pode-se ganhar a Volta. Não tenho nenhuma em especial marcada. Se for no contrarrelógio, sinto que sou mais forte aí do que na Torre.
Acredita que vai festejar em Lisboa?
—Vamos ver. O importante é correr tranquilo, com calma, dia a dia e esperar que corra bem.
Aulas de português continuam: "É importante saber a língua"
Já decorreram três anos desde que o diretor desportivo Rúben Pereira aproveitou o fecho da Gazprom-RusVelo para ir buscar Artem Nych. O simpático russo de Kemerovo esforçou-se logo para se adaptar, aprendendo depressa a língua. A cada Volta, os progressos são notórios quando fala aos jornalistas. “Estou em Portugal, preciso de falar português e o melhor é estudar com um professor. Os colegas também ajudam, mas com um professor aprende-se mais rápido e a falar melhor. É importante saber a língua do país onde vivemos”, justifica o camisola amarela, que gosta de viver no nosso país, mas não sabe onde vai estar no futuro. O contrato com a Anicolor-Tien21 ainda é válido por mais um ano.