Antigo juiz analisou a polémica jogada em que Kiko Costa foi travado e lembrou que as regras ditam um livre de sete metros
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Os árbitros dinamarqueses Mads Hansen e Jesper Madsen erraram no último lance do empate entre os Países Baixos e Portugal (33-33), quando Jorn Smits, primeiro, e Rutger Ten Velde, depois, travaram Kiko Costa em falta, quando este tentava o derradeiro remate, a escassos segundos do toque da buzina. Depois da consulta ao video-árbitro, optaram pela marcação de um livre de nove metros, quando as regras ditavam um livre de sete metros, o equivalente ao penálti do futebol.
“Decisão difícil para quem está no terreno de jogo. Mas, com as valências da possibilidade de visualização das situações no 'vídeo-referee', os árbitros podiam ter esta preciosa ajuda para tomarem a decisão mais adequada”, começou por explicar a O JOGO um ex-árbitro português, Rui Freitas.
“Pela observação que faço das imagens que nos foram possíveis visualizar (desconheço se os árbitros têm acesso a mais imagens), para mim no lance final a decisão técnica mais correta deveria ter sido a atribuição de lançamento de 7 metros a favor de Portugal”, considerou, explicando a sua opinião com as regras.
“De acordo com o definido nas Regras de Jogo, foi impedida uma ocasião clara de golo de forma irregular nos últimos 30 segundos de jogo, primeiro pelo jogador n.° 23 e depois pelo jogador n.° 5 dos Países Baixos, que jogam intencionalmente ao braço do Kiko, sem intencionalidade de efetuar apenas o controle do corpo do adversário, mas sim para impedir a ocasião clara de golo, para além de existir também uma violação de área dos 6 metros para o fazer”, anotou Rui Freitas, alertando para outro facto: “Sendo decidido como lançamento de 7 metros, o jogador infrator deveria ter sido também desqualificado. Também aqui pelo facto de a situação ter decorrido nos últimos 30 segundos do jogo”.
Esta última anotação de Rui Freitas é importante, pois a regra para as “sanções nos últimos 30 segundos” é inequívoca sobre a sanção pesada para quem, pode ler-se, “evite erradamente o último ataque”. O antigo árbitro completa, a O JOGO, que, “no meu entender, e pelo espírito com que foi criada esta clarificação nas Regras de Jogo, teria sido a decisão mais acertada” a marcação do sete metros e a exibição do cartão vermelho.