Fundada em 1990, a categoria de Masters nunca passou pelo Médio Oriente, sendo que, em 2025, é disputada entre Estados Unidos (Indian Wells, Miami e Cincinnati), França (Roquebrune-Cap-Martin e Paris), Espanha (Madrid), Itália (Roma), Canadá (Toronto) e China (Xangai) - único país asiático a acolher um torneio, num total de nove eventos
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A Arábia Saudita vai organizar um Masters 1 000 de ténis a partir de 2028, anunciou esta quinta-feira a Associação de Tenistas Profissionais (ATP), expandindo pela primeira vez a série anual de torneios situados abaixo do quarteto de Grand Slams.
"É um momento de orgulho para nós e o resultado de uma jornada que levou anos para ser construída. A Arábia Saudita demonstrou um compromisso genuíno com o ténis, não só a nível profissional, mas também no desenvolvimento da modalidade. A ambição do Fundo de Investimento Público (PIF) [daquele país] é clara e acreditamos que adeptos e jogadores ficarão impressionados com o que está por vir", reconheceu o presidente da ATP, o italiano Andrea Gaudenzi, em declarações citadas na página oficial do organismo.
Fundada em 1990, a categoria de Masters nunca passou pelo Médio Oriente, sendo que, em 2025, é disputada entre Estados Unidos (Indian Wells, Miami e Cincinnati), França (Roquebrune-Cap-Martin e Paris), Espanha (Madrid), Itália (Roma), Canadá (Toronto) e China (Xangai) - único país asiático a acolher um torneio, num total de nove eventos.
O Masters 1.000 saudita resultou de uma parceira firmada em Paris com a SURJ Sports Investment, uma das empresas controladas pelo PIF, que se tornou em 2024 um dos patrocinadores principais da ATP, bem como da Associação de Ténis Feminino (WTA).
"Este anúncio destaca a ascensão da Arábia Saudita como um importante destino para o desporto de classe mundial e fortalece a nossa ambição de apoiar atletas, adeptos e a comunidade do ténis em geral nos próximos anos. Temos orgulho de liderar esse esforço com os nossos parceiros e estamos comprometidos em fazer um torneio que deixe um legado duradouro para a modalidade", assinalou o líder da SURJ, Bander Bin Mogren.
O local e as datas serão anunciadas mais tarde, numa altura em que a Arábia Saudita procurava há anos obter uma licença para poder receber torneios no circuito masculino.
O país mais extenso do Médio Oriente acolhe desde 2023 as Next Gen Finals, que são realizadas entre os oito melhores tenistas sub-20 do mundo, tendo, em 2024, passado a organizar as WTA Finals, com as oito atletas mais cotadas do ano, e o Six Kings Slam.
Além de intervir no ténis, o PIF adquiriu fora da Arábia Saudita o clube de futebol inglês Newcastle e fundou o circuito LIV de golfe, num conjunto de investimentos extensível a outras modalidades, apesar das críticas contra o país por causa do desrespeito pelos direitos humanos e da tentativa de melhorar a sua imagem pública através do desporto.
Em 2016, Mohammed bin Salman, primeiro-ministro saudita, príncipe herdeiro e líder do PIF, lançou o projeto estatal "Visão 2030", com o objetivo de promover a diversificação económica, social e cultural do país e diluir a sua dependência das receitas do petróleo.
Futura sede dos Jogos Asiáticos de Inverno (2029) e de Verão (2034), além de outros eventos desportivos, a Arábia Saudita planeia acolher os Jogos Olímpicos na próxima década, tendo garantida a realização do Campeonato do Mundo de futebol, em 2034.

