Apitou final de Paris'2024 e trocou Panamá por Portugal: "Espero ficar por muitos anos"
Julio Anaya mudou-se pela mão da Federação Portuguesa de Basquetebol, desejando contribuir para a formação de novos árbitros, enquanto se divide entre Liga e Champions da FIBA.
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O quadro de árbitros da Liga Betclic Masculina sofreu baixas de vulto da passada temporada para a atual, com as retiradas dos experientes juízes Fernando Rocha e Luís Lopes, mas ganhou um reforço sonante. Acabado de apitar nos torneios olímpicos de basquetebol, num momento alto que culminou com a presença na grande final entre Estados Unidos e França (98-87), Julio Anaya, de 32 anos e natural do Panamá, iniciou uma nova fase da vida, mudando-se para Portugal.
“Vim para trabalhar como árbitro e também para colaborar na formação. No momento de explorar opções para continuar a desenvolver o meu trajeto, a Federação Portuguesa de Basquetebol abriu-me portas para contribuir positivamente. Espero ficar por muitos anos”, contou a O JOGO o jovem, que nunca tinha visitado Portugal e elegeu Aveiro para morar. “É uma cidade encantadora, tranquila e com tudo o que é preciso para viver de forma cómoda”, defendeu. Por agora, Anaya já participou em alguns jogos de pré-temporada como na Azeméis Cup, indo combinar os desafios do principal escalão português com os da Liga dos Campeões da FIBA, outra das vantagens de se mudar para a Europa. Anteontem, o panamiano esteve no duelo entre Unicaja Malága (Espanha) e King Szczecin (Polónia), da Champions, com o portuense e também internacional Paulo Marques.
Para o novo juiz, que contactou com Rocha em 2012 num torneio internacional, o basquetebol português “está em crescimento”. “Da minha parte darei tudo para contribuir para esse desenvolvimento, principalmente no caso de jovens árbitros que todos os fins de semana apitam nos escalões de formação”, completou.
Nos Jogos de Paris’2024, Julio Anaya participou em nove encontros (oito no torneio masculino e um no feminino), encarando o duelo que culminou com o quinto ouro consecutivo dos norte-americanos como “uma enorme responsabilidade”. “Creio que eu e os meus companheiros estivemos à altura e permitimos que o jogo fosse vistoso e sem incidentes”, recordou, acabando a com uma reflexão: “Comecei muito jovem. Trabalhei sempre com disciplina e perseverança, a aproveitar cada oportunidade que recebi. Espero manter ou melhorar o meu nível e partilhar conhecimentos e experiências com os meus novos colegas”.