António Morgado: "Já gosto mais do pavé do que no início da carreira profissional"

Subiu na época passada a profissional, pela UAE Emirates, e fez a estreia nas clássicas de empedrado com um segundo lugar na belga Le Samyn. Um mês depois era quinto no seu primeiro Monumento, a Volta a Flandres e, dentro da equipa, rendiam-se às suas qualidades. “O jovem Morgado é impressionante. Vai ser um grande campeão, está pronto para isso”, disse Tadej Pogacar no início do mês, após conquistar a Flandres deste ano, tendo o prodígio de Salir do Porto entre os que o ajudaram.

Espantoso nas épocas de júnior, teve uma passagem fugaz pelos sub-23 – mas repetindo no Mundial a prata do escalão inferior – e assinou com a UAE Emirates até 2027, sendo aposta para as corridas de um dia. Este ano venceu logo a primeira, o Gran Prémio Castellon, e brilhou na Clássica da Figueira, que conquistou após 21 km em solitário. Mas é no “pavé” que ninguém diria só ter feito 21 anos em janeiro.

“Prefiro o empedrado com subidas, não em estradas planas. Mas já gosto mais do pavé do que no início da carreira profissional”, diz Morgado, com uma explicação: “Quando era júnior e sub-23, diziam-me para não correr este tipo de provas, porque não seria um ciclista de clássicas. Por isso nunca as fiz até entrar diretamente nelas com a elite. Tenho dois anos nisto, enquanto os da minha idade já levam seis ou sete. Estou a melhorar, mas leva tempo”.

Sendo o melhor português de sempre no Paris-Roubaix, com o 24.º lugar à segunda presença, o “Bigode voador” vai estrear-se em agosto na Volta a Espanha e parece ser o primeiro impressionado com os próprios feitos. “Quando era novo, a minha família achava que seria um bom ciclista em Portugal. O World Tour estava além da nossa imaginação”, revela, dizendo que atualmente é “uma felicidade e um orgulho correr ao lado de Tadej”.