Anthony da Silva na Seleção: "Quero viver o mesmo que o meu pai viveu ou mais"
Filho de Filipe da Silva está prestes a estrear-se por Portugal em jogos oficiais e a O JOGO mostra-se determinado em ajudar na missão rumo ao Eurobasket’2025
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A convocatória que Mário Gomes divulgou esta semana para a segunda janela de qualificação para o Eurobasket’2025 tem um apelido que remete para os tempos mais áureos da Seleção Nacional. Anthony da Silva, filho do antigo internacional Filipe da Silva, que esteve no Eurobasket de 2007 e de 2011, está entre os eleitos, habilitando-se a fazer a estreia em jogos oficiais com a camisola de Portugal, depois de já ter integrado o estágio de verão. “Sinto-me muito orgulhoso de representar o país. Houve jogos de preparação, mas, agora, vai ser uma outra marca de confiança e a tentativa de fazer algo muito grande e importante”, reage a O JOGO o base radicado em França, mas nascido no Funchal, há 23 anos, quando o pai representava o CAB Madeira.
Em 2017, Tony da Silva ainda se sagrou campeão europeu de sub-16 pelos franceses com nomes como Théo Maledon (ASVEL) ou Killian Hayes (escolha número sete do Draft de 2020), optando depois por representar Portugal já em sénior. “Sempre tive um carinho grande pelo país. Deu-me tanto, desde pequeno. Cresci mais de seis anos em Portugal, toda a minha família é portuguesa e vou todos os verões. Além disso, quero fazer história. Já jogámos o Eurobasket duas vezes, eu quero jogar a terceira e outras mais”, estabelece o jovem do Évreux (Pro-B, segunda divisão), que se lembra do pai, hoje treinador principal do Nanterre (Pro-A, primeira), a jogar nas duas fases finais. “Tenho muitas memórias de 2007 e de 2011. Agora quero viver os mesmos momentos ou mais ainda. Não sei se é o destino, mas tinha recordações de Sevilha, de quando o meu pai jogou no Eurobasket’2007, e quase dez anos depois fui fazer parte da minha formação em Sevilha [n.d.r.: pelo Real Betis] e passei quatro anos lá. Foi um sentimento especial”, conta.
Agora, Da Silva está totalmente determinado em fazer história. “Acredito muito que Portugal pode ir ao Eurobasket’2025. É um objetivo e temos todo o potencial e talento para competir a esse nível. Podemos ser a segunda geração de ouro e isso seria muito positivo para nós. Vamos dar o nosso máximo”, assegura.
Com concentração marcada para domingo, a equipa das Quinas está em contagem decrescente para o duplo compromisso com a Eslovénia, de hoje a uma semana em Almada e no dia 25 em Koper, na tentativa de ficar entre os três primeiros do grupo A que vão à fase final.
Trajeto em crescendo
A querer ser jogador de basquetebol “desde sempre”, até pelo exemplo que tinha em casa, Anthony da Silva já conta com uma larga experiência. Em Espanha entre os 14 e os 18 anos, regressou depois a França e já representou o Nanterre (esperanças e Pro-A), Dax Gamarde Goos, Le Havre, Besançon (Nationale 1, terceiro escalão) e Évreux (Pro-B). Por estes, vai na terceira passagem: foi o seu clube até aos 14 anos, voltando em 2021 e na presente temporada. “Tem sido uma carreira boa. Acho que estou num bom caminho para atingir os meus objetivos. Joguei em França e Espanha, treinei na ACB.... Foram experiências muito positivas que agora vou utilizar. Quero continuar a crescer para chegar ao mais alto patamar, seja Euroliga, ACB ou outro campeonato de bom nível”, afirma o base, com médias de 6,2 pontos, 3,6 ressaltos e 4,2 assistências em 11 partidas.
Uma ajuda portuguesa em Évreux
Com jogo marcado para hoje, contra o Caen, o Évreux de Da Silva vai à procura da quarta vitória consecutiva, depois de um arranque difícil (sete derrotas nos primeiros oito desafios do campeonato). “Não começámos muito bem, mas estamos a jogar melhor”, relata, tendo no staff um apoio importante: esta época o luso Dinis Amaral (foto) é adjunto nos franceses. “Ter o Dinis na equipa ajuda muito, a mim e toda a gente. O treinador principal tem bastante confiança nele. Conhece muito bem o basquetebol e trabalha muito. Tem uma influência positiva em nós”, atesta.