Anicolor é favorita na Volta a Portugal, mas com cautelas: "É bom para a corrida"
Russo Artem Nych é candidato a reconquistar a Volta a Portugal, desta vez sem precisar de fugas loucas. Rúben Pereira dirige a formação que tem dominado a época e assume o favoritismo, mas elenca uma longa lista de candidatos ao triunfo, considerando isso “positivo para a corrida”.
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As conquistas dos Grandes Prémios O JOGO e Douro Internacional, com Artem Nych, e GP das Beiras e Torres Vedras, com Alexis Guérin, para um total de 12 triunfos esta época, dão uma ideia clara do domínio da Anicolor-Tien21 no ciclismo nacional. A equipa de Águeda parte, por isso, como clara favorita a revalidar o êxito do russo Nych na Volta a Portugal, embora o seu diretor desportivo, Rúben Pereira, não se deixe embalar pelos encómios feitos pelos próprios adversários. “O objetivo é ganhar, obviamente. Mas tanto sabemos o que é ganhar como sabemos o que é perder e temos a noção de que os adversários são fortes”, afirma.
Além de mudar os principais patrocinadores, a Anicolor-Tien21 alterou quase todo o plantel, mas a alteração mais impactante terá sido outra. Nych, um russo discreto que decidiu fazer carreira em Portugal depois de o seu país entrar em guerra com a Ucrânia, ganhou confiança e tem-se revelado o mais forte do pelotão em todos os terrenos. Se há um ano virou a Volta a seu favor – depois da desistência de Mauricio Moreira, líder original da equipa – com duas longas fugas, esta época dominou corridas tanto nas subidas como em contrarrelógio. “É o nosso líder. A sua época foi planeada apontando à Volta. Mas esta é uma corrida em que tudo pode acontecer. Vamos cautelosos e respeitando os outros”, refere Rúben Pereira.
Entre os reforços deste ano, Alexis Guérin tem surgido como outra estrela da equipa, deixando mais apagado Ruben Fernández, espanhol vindo da Cofidis com maiores pergaminhos. “Tem sido sacrificado em prol da equipa. Vamos com um objetivo, tendo o Artem como líder e mais cartas que podemos jogar”, analisa o diretor desportivo, que não vê a atual equipa como superior à do ano passado – “É diferente, tivemos de nos reorganizar quase por completo e este grupo funciona muito bem” – e está preparado para ter as restantes formações contra a sua. “Estamos habituados, a responsabilidade cai sempre sobre a nossa estrutura, mas há outros candidatos à vitória final”, atira.
“O Tavira tem de se assumir ao possuir o Pena, candidato a conquistar a Volta, a Efapel contratou o Mauricio Moreira [ndr: o técnico ainda desconhecia a desistência do uruguaio], a LA é muito interventiva, a Aviludo tem um bloco de argentinos fortes, a Petrolike é poderosa na média e alta montanha, a Israel tem um trepador australiano para estar entre os dez melhores e a Caja Rural é sempre forte”, elenca, para concluir: “Há vários possíveis vencedores e isso é bom para a corrida”.