Ana Catarina Monteiro: "Ter ido à luta até ao último segundo foi importante para mim"
Ana Catarina Monteiro com tempo que é "indicador fantástico"
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A nadadora olímpica Ana Catarina Monteiro mostrou-se feliz pela medalha de prata nos 200 metros mariposa dos Jogos do Mediterrâneo Oran'2022, um "indicador fantástico" por ter conseguido a melhor marca desde 2019.
"[É a melhor marca] desde 2019. Antes do covid-19, depois não. Nos Jogos [Olímpicos Tóquio2020], nadei em 2.09 minutos, mas mais alto. Estava numa forma completamente diferente desta, estou em momento de preparação para o Europeu. Foi um indicador fantástico, e ter ido à luta até ao último segundo foi mesmo importante para mim", declarou, pouco depois de sair da piscina.
Com um tempo de 2.09,32 minutos, o melhor desde 2019, Monteiro só foi batida pela bósnia Lana Podar, que nadou a distância em 2.09,18, pouco tempo depois de Diogo Ribeiro ganhar o ouro nos 50 metros mariposa.
A turca Merve Tuncel foi terceira, com 2.12,59, e em quarto lugar ficou Mariana Cunha, com um tempo de 2.12,73, a melhor marca pessoal de sempre para a nadadora portuguesa.
A barreira psicológica que enfrentava, aos 28 anos, foi uma questão que vincou, e lutar pela medalha de ouro até ao final, com a bósnia a superiorizar-se por muito pouco, era algo de que "estava mesmo a precisar".
Repete a prata de Tarragona'2018, na mesma distância, e a nadadora do Fluvial Vilacondense ainda estará nos 100 mariposa, mas para já esta medalha "é sempre marcante".
"Confesso que mais do que a medalha, o tempo foi especial para mim. Claro que a medalha é sempre marcante. Se fosse o ouro, poder ouvir o hino, era fantástico. Ter ouvido o hino na prova do Diogo, com a prova fantástica do Diogo, o ambiente fantástico na bancada, ajudou-me a libertar e a dar tudo para esta prova. Não foi o ouro mas foi uma prata com sabor muito especial, pelo tempo", definiu.
O fator psicológico era notório. "Tenho 28 anos e às vezes há momentos em que pomos em causa se somos capazes. Acho que este momento foi importante para isso", explicou, emocionada.
A primeira mulher portuguesa a chegar a uma meia-final olímpica, em Tóquio'2020, quando acabou em 11.º os 200 metros mariposa, o terceiro melhor resultado de sempre de toda a natação portuguesa em Jogos Olímpicos, aponta agora aos Europeus de Roma, em agosto.
Na mesma final, também Mariana Cunha se superou, ao ser quarta com 2.12,73, a sua melhor marca pessoal de sempre, num dia em que também Gabriel Lopes fixou novo recorde pessoal, 2.13,64, nos 200 bruços, em que foi quinto.
Nos 100 metros costas, João Costa ficou a três centésimos do bronze, com um tempo de 54,69 segundos, numa distância em que Francisco Santos tinha sido 13.º, ficando-se pelas eliminatórias.
Raquel Pereira foi quinta nos 400 metros estilos, com 4.48,92 minutos. Na sessão da manhã, de eliminatórias, Duarte Silva foi nono nos 50 metros mariposa, com 24,20, e Ana Guedes (16.ª) e Francisca Martins (19.ª) também competiram nos 50 metros livres.
Nos 200 metros bruços, Francisco Quintas ficou à porta da final, com um nono lugar, e Francisco Santos foi 13.º nos 100 metros costas.
Portugal tem agora 12 medalhas na prova, somando os ouros de Diogo Ribeiro e Rafael Reis, à prata de Ana Catarina Monteiro, Jieni Shao, Lorène Bazolo, Liliana Cá e da equipa masculina de ténis de mesa, e os bronzes de Evelise Veiga, Filipa Martins, Tiago Pereira, João Geraldo e da equipa feminina do ténis de mesa.
Os Jogos do Mediterrâneo Oran'2022 arrancaram em 25 de junho e decorrem até 06 de julho, com mais de três mil atletas de 26 países diferentes, incluindo 159 portugueses em 20 disciplinas.
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