"Alinhei na maior corrida do mundo com uma costela fraturada e um corpo cansado..."
Evenepoel justifica abandono do Tour com corpo cansado
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Remco Evenepoel alertou esta quinta-feira para a importância de ouvir o corpo e parar, depois de ter abdicado do “maior objetivo” da temporada ao desistir da Volta a França em bicicleta, para a qual partiu com uma costela fraturada.
Cinco dias após abandonar a 112.ª ‘Grande Boucle’, quando seguia no terceiro lugar da classificação geral, o duplo campeão olímpico escreveu um longo ‘post’ na rede social Instagram para justificar a sua decisão, recordando que aquele que devia ser o ponto alto da sua época se tornou numa “desilusão”.
O ciclista da Soudal Quick-Step evoca o acidente num treino que sofreu em dezembro de 2024, quando um choque com um veículo dos correios o deixou com fraturas numa costela, omoplata e mão direitas, contusões nos pulmões e uma deslocação da clavícula direita, que rasgou os ligamentos envolventes.
“Depois da minha queda em dezembro, tudo o que eu fiz foi com o único propósito de estar preparado a tempo para julho”, nota, antes de falar da “urgência permanente” em que viveu a partir do momento em que teve autorização para voltar a treinar.
Evenepoel sentiu-se sempre a correr atrás do tempo perdido e, nos treinos, as suas “sensações habituais não estavam lá”.
Para o campeão olímpico de fundo e contrarrelógio, o seu corpo não chegou a recuperar e, nos Campeonatos Nacionais do seu país, a situação agravou-se quando caiu e fraturou uma costela.
“Alinhei na maior corrida do mundo com uma costela fraturada e um corpo cansado. Não era a melhor combinação, mas não queria abdicar do objetivo pelo qual tinha lutado tanto”, explica na publicação na qual quebrou cinco dias de silêncio.
Terceiro classificado da passada edição, o líder da Soudal Quick-Step ganhou o contrarrelógio da quinta etapa, vestiu a camisola da juventude vários dias e, embora sabendo que não estava ao seu melhor, continuou até o corpo dizer “basta”.
“Esse dia vivi um dos mais cruéis e vulneráveis momentos da minha carreira. Quebrei e, por estranho que pareça, estou orgulhoso disso. […] Esse momento, por muito difícil que tenha sido, mostrou que sou humano”, destacou o belga.
O ciclista de 25 anos, que simplesmente ‘parou’ no decurso da 14.ª etapa, após descolar no início da subida ao Tourmalet, acaba o texto com conselhos para os mais novos: “É OK parar. É OK sentirmo-nos cansados […]. Por vezes, dar um passo atrás é o melhor que podemos fazer”.