Alberto Silva, de saída da Federação, está nos planos dos encarnados, que querem manter Diogo Ribeiro com o brasileiro
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Com a Federação Portuguesa de Natação (FPN) a dar na segunda-feira a conhecer que o treinador brasileiro Alberto Silva irá deixar, no final do ano, a direção técnica federativa, O JOGO sabe que o Benfica de imediato se colocou em alerta e já está a trabalhar no sentido de assegurar os serviços de Albertinho, como é conhecido no meio, para este poder continuar a trabalhar com Diogo Ribeiro, figura maior da natação portuguesa, e com o qual a evolução foi notória.
Tendo o nadador de Coimbra renovado contrato com o Benfica até 2028 - novo ciclo olímpico - no dia 29 de novembro, manter o treinador que o levou aos maiores feitos é uma prioridade.
Treinador da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos entre 2004 e 2021, Alberto Silva chegou a Portugal em setembro desse último ano. No palmarés apresentava duas medalhas olímpicas - com César Cielo, bronze nos 50 livres, e Thiago Pereira, prata nos 400 estilos -, ambas alcançadas nos Jogos de Londres’2012. Para além de tais feitos, a sua carta de recomendação acrescentava a conquista de diversos recordes do mundo com atletas canarinhos.
Foi sob a orientação de Alberto Silva que Diogo Ribeiro, de apenas 20 anos, natural de Coimbra, começou a potenciar características físicas que já eram excelentes para a prática da natação. De repente, Portugal tinha um campeão mundial de juniores nos 50 mariposa, em Lima, competição em que bateu o recorde mundial do escalão. Também no Peru, foi ouro nos 100 mariposa e nos 50 livres. Em Roma, nos Europeus, conseguiu o bronze nos 50 mariposa, entre outros triunfos a que a natação nacional não estava habituada.
Por essa altura, Diogo Ribeiro já representava o Benfica, clube do qual se tornou figura de proa e com o qual, recentemente, renovou até 2028. Nesse sentido, na aposta que faz no atleta conimbricense, os encarnados, sabe O JOGO, pretendem manter o técnico e, dessa forma, contribuir para a continuidade do desenvolvimento daquele que pode vir a tornar-se no melhor nadador português de sempre. É certo que nos Jogos Olímpicos de Paris’24 as atuações ficaram aquém das expectativas, que, provavelmente, eram demasiado altas. Uns meses antes, em Doha, no Catar, foi campeão mundial absoluto de 50 e 100 mariposa, marcos históricos na modalidade em Portugal.
“O Benfica deu-me condições”
“Sem o Benfica seria difícil chegar a algum lado na natação, porque é um desporto com poucos apoios, e o Benfica desde cedo acreditou em mim e deu-me as condições de que eu precisava para atingir patamares fora do país, internacionais. Todos os anos, com o Benfica, consegui medalhas internacionais, e é isso que continuo a pensar fazer”, disse Diogo Ribeiro, a 29 de novembro, quando assinou a renovação de contrato até 2028. Confirmando-se o entendimento entre águias e Albertinho, as condições melhoram mais ainda.
Samie Elias é o novo diretor técnico nacional
Um outro brasileiro, Samie Elias, que fazia parte da equipa de Albertinho, será, a partir de janeiro, treinador e biomecânico da Federação Portuguesa de Natação, informou também aquela entidade. “Considerando que não foi possível ter chegado a acordo com o treinador, este irá deixar a equipa técnica”, revelou o presidente Miguel Arrobas, eleito a 16 de novembro, manifestando na segunda-feira a intenção de homenagear Albertinho no decorrer de 2025.