Dias agitados no adversário de Portugal: críticas e selecionador pago a peso de ouro
Christian Prokop é o primeiro selecionador (Alemanha) pago, e a peso de ouro.
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Pátria do andebol, a Alemanha, que organizou o primeiro Mundial, em 1938, vive agora dias de agitação na equipa nacional. Sendo um selecionado com um palmarés apreciável, no qual constam três Mundiais (1938, 1978 e 2007, este ganho pelo treinador Heiner Brand, de 67 anos e também famoso pelo farto bigode), dois Europeus (2004 e 2016) e um título olímpico, em 1936, nesta altura a situação da seleção alemã não é a melhor, mesmo pagando, pela primeira vez, a um selecionador.
O eleito, em 2017, foi Christian Prokop, decisão que na altura causou celeuma e que hoje em dia gera imensas críticas. Celeuma porque a federação germânica teve de pagar 500 mil euros ao Leipzig, clube que Prokop orientava desde 2013, e porque o treinador não tinha grande currículo e sucedia ao islandês Dagur Sigurosson, que deixou o comando técnico com um bronze no Rio"16 e o ouro no Europeu.
As críticas têm a ver com os resultados, uma vez que estes caíram num país em que o andebol é totalmente profissionalizado, até nas divisões secundárias, e onde apenas dois portugueses jogaram ao mais alto nível: João Ferraz, pelo Wetzlar (está emprestado aos suíços do Suhr Aarau), e Diogo Oliveira, agora também na mesma formação helvética de Ferraz mas que subiu ao principal escalão alemão com o Balingen, onde chegou a jogar uma partida.
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Neste Europeu, a meta da Alemanha eram as meias-finais, mas, afinal, estará esta tarde (15h00) a decidir o quinto lugar com Portugal.
Portistas já os conhecem bem
Os jogadores do FC Porto, que no ano passado eliminaram o Magdeburgo da Taça EHF e, este ano, já defrontaram o Kiel na Liga dos Campeões, tendo ganho fora e perdido em casa, conhecem bem alguns dos adversários com quem hoje irão medir forças no majestoso Tele2 Arena - é um estádio de futebol, tem 30 mil lugares sentados, mas, na área onde o recinto foi montado, "apenas" cerca de 22 mil cadeiras estarão disponíveis. O guarda redes Andreas Wolff (1,98 m e 105 kg), que joga no Kielce, da Polónia, que os dragões também defrontaram; os pivôs Hendrik Pekeler (2,03 m e 101 kg) e Patrick Wiencek (2,01 m e 110 kg), ambos do Kiel, são bons exemplos.
"Do Wolff, há pouco a dizer, é dos melhores guarda-redes do mundo", confessou a O JOGO Rui Silva, um dos nove atletas azuis e brancos que estão ao serviço da Seleção. "O Pekeler e Wiencek são muito fortes fisicamente e, principalmente, muito bons na defesa", definiu ainda o central natural de Guimarães. "Eles representam muito bem o que é o andebol alemão e são bastante agressivos. Aliás, uma das maiores dificuldades é mesmo esse bloco defensivo central que eles formam, e depois o Wolff na baliza", concluiu Rui Silva para O JOGO.