Prova do WRC arrancou na quinta-feira e termina no domingo
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O francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris) confirmou hoje a vitória na 58.ª edição do Rali de Portugal, quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC), em que o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) se aproximou do líder do Mundial.
Ogier concluiu a prova lusa com o tempo de 3:48.35,9 horas, deixando na segunda posição o estónio Ott Tänak (Hyundai i20), a 8,7 segundos, com o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) em terceiro, a 12,2.
Uma vitória caída do céu para o piloto gaulês depois dos problemas na direção assistida sofridos por Tänak, no sábado, na segunda passagem por Amarante, numa altura em que dominava.
“Foi uma luta dura. Infelizmente, não foi justa, pelo problema que ele teve. Se não fosse isso, não tinha vencido, porque ele esteve sempre mais rápido”, concedeu Ogier, mal cortou a linha de meta da ‘power stage’ de Fafe, última das 24 especiais disputadas na edição deste ano.
Ogier, de 41 anos, somou o primeiro triunfo na prova lusa em 2010, de um total de sete hoje confirmados. Venceu ainda em 2011, 2013, 2014, 2017 e 2024, superando por dois triunfos os cinco conseguidos pelo finlandês Markku Alen no século passado.
Apesar de estar a disputar apenas algumas das 14 provas do Campeonato, (falhou já o Rali da Suécia e o do Quénia), Ogier somou o segundo triunfo da época, depois de ter entrado a vencer no Monte Carlo.
É o 63.º triunfo da carreira do piloto francês, oito vezes campeão mundial (2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2020 e 2021). Foi, também, o sexto triunfo consecutivo da Toyota em terras portuguesas.
Mas a vitória deste ano só foi possível pelos problemas mecânicos sofridos por Tänak, que no sábado perdeu 45 segundos ao ficar sem direção assistida a sete quilómetros do final da penúltima especial do dia, em Amarante. A esse tempo somou ainda mais oito segundos perdidos na superespecial de Lousada.
Ultrapassada a desilusão com esse balde de água fria, Tänak entrou hoje ao ataque, disposto a minimizar as perdas no campeonato. O estónio, campeão em 2019, venceu as cinco últimas especiais (só cedeu na primeira passagem por Paredes para Rovanperä), 12 das 24.
“Depois do desalento, conseguir o segundo lugar, não é mau. Foi uma grande desilusão”, frisou o piloto da Hyundai, que somou os cinco pontos extra pela vitória no superdomingo e outros cinco pontos por ter vencido a power stage.
O campeão em título, o belga Thierry Neuville (Hyundai i20) fechou a prova na quarta posição, a 38,5 segundos do vencedor, com o japonês Takamoto Katsuta (Toyota Yaris) na quinta posição, a 1.41,9 minutos, apesar de um pião em Felgueiras.
O líder do campeonato, o britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris), nunca encontrou o ritmo certo e fechou na sexta posição, a 2.31 minutos, seguido do finlandês Sami Pajari (Toyota Yaris), já a 5.12,3 minutos.
Neste último dia de competição, nota para o abandono do francês Adrien Fourmaux (Hyundai i20), com problemas no sistema de refrigeração do motor, depois de ter partido a transmissão na sexta-feira ao bater numa pedra, quando era segundo classificado.
Diogo Salvi (Ford Puma), único português a participar na categoria principal, conseguiu terminar sem problemas de maior.
“Fui muito lento, mas desfrutei muito”, sublinhou.
Armindo Araújo (Skoda Fabia) foi o melhor dos portugueses pelo 14.º ano consecutivo, no 26.º lugar da geral, batendo Pedro Meireles (Skoda Fabia), que foi 28.º, e Diogo Salvi (29.º). Terminou ainda Diogo Marujo (Skoda Fabia), de apenas 18 anos.
Com estes resultados, Elfyn Evans mantém o comando do campeonato, com 118 pontos, mais 30 do que Rovanperä, que é segundo. Ogier subiu ao terceiro lugar, com 86, com Ott Tänak em quarto, com 84. Thierry Nueville é quinto, com 78.
A Toyota Gazoo, que venceu as cinco provas já disputadas em 2025, lidera o campeonato de construtores, com 258 pontos, contra os 207 da Hyundai e os 72 da M-Sport Ford. A Toyota WRT tem 36.
A próxima ronda do Mundial é o Rali da Sardenha, de 5 a 8 de junho.
Sébastien Ogier (Toyota): "É bom continuar competitivo depois de todos estes anos — talvez até já seja demais [risos]. Provámos que a gestão de corrida é uma das nossas armas. Sete vitórias em Portugal não é mau [risos]... Mas, mais importante do que os números, são as emoções que vivemos em frente a todas estas pessoas. Foi uma luta dura. Infelizmente, não foi totalmente justa, por causa do problema que o Ott Tänak teve. Se não fosse isso, não teria vencido, porque ele esteve sempre mais rápido. Foi um rali cansativo. No sábado à noite, já estava no meu limite".
Ott Tänak (Hyundai): "Depois do desalento de ontem (sábado), conseguir o segundo lugar não é mau. Foi uma grande desilusão o problema que tive no carro, mas o desempenho geral do novo chassis foi bom".
Kalle Rovanperä (Toyota): "Foi um fim de semana difícil para nós. Faltou-nos algum ritmo. Não consegui andar mais depressa e não tive tração ao longo de todo o fim de semana. Temos de trabalhar nisso".
Thierry Neuville (Hyundai): "Estive a lutar contra o carro. Estou desiludido pela equipa, merecíamos mais. Mas temos de continuar a lutar. Foi um fim de semana muito exigente".
Takamoto Katsuta (Toyota): "Foi um rali razoável. O carro estava bom de pilotar, mas tentei demais e cometi um erro. Desta vez não consegui chegar ao pódio. Tive algumas falhas, mas tenho de continuar neste caminho".
Elfyn Evans (Toyota): "Não foi um fim de semana fácil. Não conseguimos ter velocidade, sobretudo na sexta-feira, em que estávamos a abrir a pista. Estamos muito desiludidos com o resultado final. Temos de fazer melhor na Sardenha".
Armindo Araújo (Skoda): "Sentimento de dever cumprido. Foi um rali longo e difícil, mas estivemos sempre focados no objetivo de sermos os melhores portugueses, o que conseguimos mais uma vez. Trouxemos o carro até ao fim, foi um grande resultado para nós. Foi pena os problemas de sexta-feira, que complicaram as contas do CPR, mas no final o balanço é muito positivo".
Diogo Salvi (Ford): "Posso ter sido lento, mas desfrutei mesmo muito. Obrigado à equipa. Se puderem, dêem-lhes um aumento de 10% [risos]".
Pedro Meireles (Skoda): "Rali bastante duro, com três dias muito distintos. É sempre bom terminar. Conseguimos um terceiro lugar no CPR, terminámos como segundos melhores portugueses e primeiros dos Masters do WRC. É um balanço positivo, sobretudo porque nos divertimos muito. Foi um prazer ter feito o melhor rali do mundo".
Diogo Marujo (Skoda): "Estou contente com o resultado final. Foi uma boa prestação, sobretudo porque foi apenas o meu segundo Rali de Portugal. Consegui melhorar o meu rendimento e senti-me mais confortável com este carro".
Cerveja e bifanas disputaram com os bólides do WRC a preferência dos adeptos que hoje, bem cedo, invadiram Fafe para verem o rali junto ao mítico salto da Lameirinha.
À chegada a um dos pontos mais emblemáticos do campeonato, que fechou a prova e onde se concentraram dezenas de fotógrafos para registar as imagens dos saltos de Ogier, Tänak, Neuville e outros ases do volante, logo se percebeu que o “circo” e a sua enorme moldura humana tinha voltado a Fafe, consagrando, de novo, uma das catedrais do WRC.
Mas é um circo bem popular, com dezenas de milhares de aficionados anónimos que exibem as suas bandeiras, de tantos países, numa parafernália de sons de motosserras nas colinas, em despique, buzinas e gaitas futeboleiras. E potentes, diz-se, sistemas de som com música da pesada e letras brejeiras que fizeram sorrir e dançar, sobretudo na noite passada.
Bruno Soares, de Leça do Balio, Matosinhos, contou: “Somos os campeões da cerveja”. Aquele adepto, acompanhado por amigos, exibia, como noutros anos, o tejadilho de um automóvel repleto de dezenas de garrafas de cerveja, que “bateu o recorde do ano passado”, garantiu, orgulhoso.
Muitos pernoitaram em tendas, de onde, na manhã de hoje, entre as duas passagens pelo troço da Lameirinha, brotaram os aromas acabados de cozinhar, regados com algum vinho, mas sobretudo com muita e muita cerveja, uma das rainhas da festa.
À frente, outro aficionado, este de Lousada, comparou, gracejando, a experiência em Fafe a “um orgasmo de satisfação”.
“Conhecemos aqui muita gente, é muito bom. Há duas coisas no Rali de Portugal, a superespecial em Lousada e o salto em Fafe”, anotou, oferecendo uma bifana acabada de preparar ao repórter.
Aquele adepto, que era o cozinheiro de serviço, improvisado, grelhando fêveras e outros pitéus, contou que para matar a sede, desde manhã cedo, o seu grupo tinha bebido cerveja, “pouquinha”, disse entre gargalhadas do grupo.
De carro, de moto, de autocaravana, de bicicleta, de todo-o-terreno, de trotinete, tudo serviu hoje para chegar ao sítio das emoções, no alto da serrania de Fafe, a caminho da festa.
Nas bermas das estradas de acesso, milhares de carros e motos estacionados e, já no troço, com uma segurança cada vez mais apertada, lá estava o salto que provoca os aplausos. Um ícone dos ralis ladeado por encostas, onde os adeptos, cada vez mais longe de pista, a maioria homens, confraternizam durante horas.
À Lusa, os espetadores, alguns em ambiente de família, falam de uma festa única, que junta, ano após anos, a adrenalina dos automóveis voando no salto, com o prazer do convívio poliglota, engalanado com bandeiras de diferentes latitudes nacionais e estrangeiras.
“É um orgulho nacional e o orgulho de termos uma prova mundial”, contou Ricardo Costa, de 24 anos, de Vieira do Minho, explicando porque exibia uma bandeira nacional, uma das maiores nas redondezas.
O jovem elogiou o ambiente e disse ser “um momento de comunhão com os amigos”.
“Eu adoro os carros e os motores. É espetacular esta envolvência”, anotou.
Para outros adeptos menos dados a piqueniques, não faltam as “roulottes”, alongadas numa improvisada e empoeirada alameda com centenas de metros, que serviam cachorros e outras propostas de comida rápida, a preços inflacionados, mas que não desmobilizavam as longas filas de comensais.
Este ano, aparentemente houve menos espanhóis, a fazer fé na quase ausência de bandeiras do país vizinho, o que é explicado pela falta de pilotos daquela nacionalidade a disputar os lugares cimeiros da prova.
Carlos, que veio da Corunha, na Galiza, diz, contudo, que os difíceis acessos podem também justificar em parte a menor presença de “nuestros irmanos”.
Mas a maioria dos aficionados volta a Fafe a cada ano e promete não faltar no seguinte, porque a diversão está garantida, a cada salto na Lameirinha, como foram dizendo.
“Já venho há quatro ou cinco anos. O que me traz cá é o gosto por carros desde pequeno e o convívio. Estamos aqui, desde sexta-feira, e vamos voltar para o ano”, contou Diogo Lopes, de 25 anos, de Guimarães.
O piloto estónio Ott Tänak (Hyundai i20) ascendeu ao segundo lugar da 58.ª edição do Rali de Portugal, quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC), antes da especial final, em Fafe.
Tänak, que liderou a prova até à segunda passagem por Amarante, no final do dia de sábado, entrou nesta último dia do rali português na terceira posição, mas consumou a ultrapassagem ao finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) na segunda passagem por Felgueiras.
O antigo campeão mundial (2019) venceu quatro das cinco especiais disputadas esta manhã de domingo, ocupando a segunda posição da classificação, a 13,6 segundos do líder, o francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris), com Kalle Rovanperä a baixar ao terceiro, a 1,5 de Tänak e a 15,1 de Ogier.
“Não consegui acertar com as afinações do carro. Não consigo ser mais rápido do que isto. Não tenho tração”, lamentou Rovanperä, que este ano regressou ao Mundial a tempo inteiro, depois de um ano sabático que se seguiu à conquista dos campeonatos de 2022 e 2023.
A 58.ª edição do Rali de Portugal decide-se a partir das 13:15, com a disputa da especial final, a power stage de Fafe, com 11,18 quilómetros de extensão, que incluem o famoso salto da pedra sentada.
Em jogo está, ainda, a distribuição de 15 pontos pelos cinco mais rápidos desse troço final (cinco para o primeiro), bem como 15 pelos cinco mais rápidos da etapa deste domingo (cinco para o primeiro), o chamado super Sunday.
O francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris) cimentou hoje um lugar na história do Rali de Portugal, ao reforçar a posição de mais vitorioso de sempre, com sete triunfos, mais dois do que o finlandês Markku Alen.
O recorde já lhe pertencia desde o ano passado, após sete anos a tentar desempatar com o finlandês que brilhou no século passado, feito que foi finamente alcançado, apesar de o oito vezes campeão mundial estar numa espécie de reforma a tempo parcial.
Desde o final de 2021, após a conquista do oitavo título mundial, que o francês, de 41 anos, natural de Gap, trocou a profissão de piloto a tempo inteiro para se dedicar à família, fazendo aparições esporádicas no Mundial de Ralis (WRC).
Desde esse momento, soma nove triunfos, um em 2022 (Espanha), três em 2023 (Monte Carlo, México e Quénia), três em 2024 (Croácia, Portugal e Finlândia) e dois já este ano, em Monte Carlo e em Portugal.
Depois de ter falhado a prova lusa em 2023, no ano passado voltou a uma corrida que já tinha vencido por cinco vezes (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017), batendo, finalmente, o recorde que partilhava com Markku Alen (1975, 1977, 1978, 1981 e 1987).
Ogier, que ganhou pela Toyota, já tinha vencido pela Ford, VW e Citroën e é o segundo piloto mais vitorioso na disciplina, apenas atrás do homónimo e antecessor Sébastien Loeb, sendo também o segundo campeão por três marcas diferentes (Volkswagen, Ford e Toyota), algo que conseguiu em 2020, replicando o finlandês Juha Kankkunen, campeão com Peugeot (1986), Lancia (1987 e 1991) e Toyota (1993).
O corredor gaulês apenas não conseguiu ser campeão com a Citroën, a marca que o lançou no mundo dos ralis, da qual saiu em 2012, por se sentir tapado por Loeb, e à qual voltou em 2019 com o objetivo de ser campeão, após seis títulos consecutivos.
No entanto, o casamento com a marca francesa não resultou e durou apenas um ano, tendo antecipado o divórcio, trocando o duplo Chevron pela japonesa Toyota, na qual foi ocupar o lugar deixado vago pelo recém-campeão Ott Tänak.
Cada vez mais longe da sombra do compatriota, Ogier distingue-se pelo trato fácil e simpatia, igualando os dotes na condução. Casado com uma apresentadora alemã de televisão, com quem tem um filho de oito anos, tem na família um importante suporte.
Foi por ela que deixou o Mundial a tempo inteiro, para poder estar mais presente e até levar o filho à escola.
Apesar disso, em 2024, com as três vitórias, entrou na luta pelo título, mesmo falhando três rondas (Suécia, Quénia e Polónia), acabando por disputar as últimas seis provas do Campeonato, que fechou na quarta posição.
O piloto gaulês, que foi ginasta na adolescência, explicou em que "uma das razões para deixar o Mundial foi para passar mais tempo em família". Outra era a de cumprir o sonho de correr nas 24 Horas de Le Mans, que realizou em 2022, ano em que terminou em 13.º na geral e nono dos LMP2.
O amor pela competição começou a ver os troços do rali de Monte Carlo, que passam literalmente à porta de casa. Trabalhou como mecânico e instrutor de esqui, antes de ver as portas dos ralis abrirem-se numa formação de preparação de carros de competição.
Como a equipa para a qual trabalhava já participava no Rally Jeunes, prova de captação de talentos, um dia decidiu inscrever-se. Foi quanto bastou para começar a fazer história.
Daí ao Mundial de juniores foi um ‘passinho’, que o fez aterrar na Citroën Junior Team em 2009.
Alcançou a primeira vitória no ano seguinte, precisamente em Portugal, causando espanto por ter batido o então incontestado Loeb.
O triunfo no Algarve levou os responsáveis da Citroën a colocarem um carro oficial nas mãos do seu jovem pupilo na segunda metade do campeonato de 2010 e Ogier não desiludiu, tendo vencido no Japão e terminado em segundo lugar no difícil Rali da Finlândia.
Em 2011, venceu cinco provas, reeditando o sucesso em Portugal, mas terminou o Mundial no terceiro lugar. A convivência com Loeb não foi pacífica e Ogier deixou a Citroën no fim da temporada, por considerar que nunca poderia ser campeão enquanto o compatriota estivesse na equipa.
Ogier apostou na Volkswagen e no desenvolvimento do Polo R WRC, que apenas faria a estreia oficial na época seguinte, o que o levou a participar no campeonato de 2012 ao volante de um pouco competitivo Skoda Fabia S2000, tendo como melhor resultado um quinto lugar, na Itália.
A entrada da Volkswagen no Mundial de Ralis, em 2013, não poderia ter sido mais triunfante, com Ogier a vencer nove das 13 provas, beneficiando do facto de Loeb ter participado apenas em ‘part time', ainda assim impondo-se em dois dos quatro ralis que disputou.
Ogier e a Volkswagen prolongaram o sucesso nos três anos seguintes, em 2014, 2015 e 2016, até que o surpreendente abandono da competição por parte da marca alemã levou o francês a procurar uma nova ‘casa', optando pela M-Sport, sempre com o compatriota Julien Ingrassia como copiloto do Ford Fiesta.
Sem perspetivas de evolução, em 2019 regressou à Citroën, sem sucesso.
Ameaçou com o final de carreira para se ver livre do contrato com os franceses e acabou por rumar à Toyota, órfã de Tanak.
Em 2021 conquistou o oitavo título mundial, ficando a um do recorde de Loeb.
A pandemia levou o piloto natural de Gap a adiar a ideia de reforma, prevista inicialmente para o final de 2020, renovando por mais um ano com a equipa nipónica. Contudo, a conquista do oitavo título e a possibilidade de igualar o recorde não fez Ogier mudar de ideias.
Desde 2022, tem feito aparições esporádicas em provas do Mundial de Ralis, continuando a somar vitórias. Como a de hoje, na 58.ª edição do Rali de Portugal, que lhe vale um lugar na história, e que é a 63.ª da carreira.
2025: Sébastien Ogier/Vincent Landais, Fra (Toyota)
2024: Sébastien Ogier/Vincent Landais, Fra (Toyota)
2023: Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen, Fin (Toyota)
2022: Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen, Fin (Toyota)
2021: Elfyn Evans/Scott Marin, GB (Toyota)
2020: a) não se realizou devido à pandemia de covid-19.
2019: Ott Tanak/Martin Järveoja, Est (Toyota)
2018: Thierry Neuville/Nicolas Gilsoul, Bel (Hyundai)
2017: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Ford)
2016: Kris Meeke/Paul Nagle, GB/Irl (Citroen)
2015: Jari-Matti Latvala/Miika Anttila, Fin (Volkswagen)
2014: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Volkswagen)
2013: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Volkswagen)
2012: Mads Ostberg/Jonas Andersson, Nor/Sue (Ford)
2011: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Citroen)
2010: Sébastien Ogier/Julien Ingrassia, Fra (Citroen)
2009: Sébastien Loeb/Daniel Elena, Fra/Mon (Citroen)
2008: Luca Rosseti/Matteo Chiarcossi, Ita (Peugeot)
2007: Sébastien Loeb/Daniel Elena, Fra/Mon (Citroen)
2006: Armindo Araújo/Miguel Ramalho, Por (Citroen)
2005: Daniel Carlsson/Mattias Andersson, Sue (Subaru)
2004: Armindo Araújo/Miguel Ramalho, Por (Citroen)
2003: Armindo Araújo/Miguel Ramalho, Por (Citroen)
2002: Dider Auriol/Thierry Barjou, Fra (Toyota)
2001: Tommy Makinen/Risto Mannisenmaki, Fin (Mitsubishi)
2000: Richard Burns/Robert Reid, Ing (Subaru)
1999: Colin McRae/Nicky Grist, Esc/Gal (Ford)
1998: Colin McRae/Nicky Grist, Esc/Gal (Subaru)
1997: Tommi Makinen/Seppo Harjanne, Fin (Mitsubishi)
1996: Rui Madeira/Nuno Rodrigues Silva, Por (Toyota)
1995: Carlos Sainz/Luis Moya, Esp (Subaru)
1994: Juha Kankkunen/Nicky Grist, Fin/Gal (Toyota)
1993: François Delecour/Daniel Grataloup, Fra (Ford)
1992: Juha Kankkunen/Juha Piironen, Fin (Lancia)
1991: Carlos Sainz/Luis Moya, Esp (Toyota)
1990: Massimo Biasion/Tiziano Severo, Ita (Lancia)
1989: Massimo Biasion/Tiziano Severo, Ita (Lancia)
1988: Massimo Biasion/C. Cassina, Ita (Lancia)
1987: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Lancia)
1986: Joaquim Moutinho/Edgar Fortes, Por (Renault)
1985: Timo Salonen/Seppo Harjanne, Fin (Peugeot)
1984: Hannu Mikkola/Arne Hertz, Fin/Sue (Audi)
1983: Hannu Mikkola/Arne Hertz, Fin/Sue (Audi)
1982: Michele Mouton/Fabrizia Pons, Fra/Ita (Audi)
1981: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Fiat)
1980: Walter Rohrl/Christian Geistdorfer, Ale (Fiat)
1979: Hannu Mikkola/Arne Hertz, Fin/Sue (Ford)
1978: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Fiat)
1977: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Fiat)
1976: Sandro Munari/Silvio Maiga, Ita (Lancia)
1975: Markku Alen/Ilka Kivimaki, Fin (Lancia)
1974: Rafaelle Pinto/Arnaldo Bernacchini, Ita (Fiat)
1973: Jean Luc Therier/Jacques Jaupert, Fra (Renault)
1972: Achim Warmbold/John Davenport, Ale/Ing (BMW)
1971: Jean-Pierre Nicolas/Jean Todt, Fra (Renault)
1970: Simo Lampinen/John Davenport, Sue/Ing (Lancia)
1969: Francisco Romãozinho/João Canas Mendes 'Jocames', Por (Citroen)
1968: Tony Fall/Ron Crellin, Ing (Lancia)
1967: Carpinteiro Albino/Silva Ferreira, Por (Renault)
Ranking dos vencedores:
PILOTOS:
- Sete:
Sébastien Ogier, Fra
- Cinco:
Markku Alen, Fin
- Três:
Hannu Mikkola, Fin
Massimo Biasion, Ita
Armindo Araújo, Por
- Duas:
Juha Kankkunen, Fin
Carlos Sainz, Esp
Colin McRae, Esc
Tommi Makinen, Fin
Sébastien Loeb, Fra
Kalle Rovanperä, Fin
- Uma:
Carpinteiro Albino, Por
Tony Fall, Ing
Francisco Romãozinho, Por
Simo Lampinen, Sue
Jean-Pierre Nicholas, Fra
Achim Warmbold, Ale
Jean Luc Therier, Fra
Rafaelle Pinto, Ita
Sandro Munari, Ita
Walter Rohrl, Ale
Michele Mouton, Fra
Timo Salonen, Fin
Joaquim Moutinho, Por
François Delecour, Fra
Rui Madeira, Por
Richard Burns, Ing
Didier Auriol, Fra
Daniel Carlsson, Sue
Luca Rossetti, Ita
Mads Ostberg, Nor
Jari-Matti Latvala, Fin
Kris Meeke, GB
Thierry Neuville, Bel
Ott Tanak, Est
Elfyn Evans, GB
MARCAS:
- Nove:
Lancia
Citroën
Toyota
- Seis:
Fiat
Ford
- Quatro:
Renault
Subaru
- Três:
Audi
Volkswagen
- Duas:
Mitsubishi
Peugeot
- Uma:
BMW
Hyundai
O piloto francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris) venceu este domingo a 58.ª edição do Rali de Portugal, quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC), e garantiu o 63.º triunfo da carreira, sétimo na prova lusa, um novo recorde.
Ogier concluiu as 24 especiais com o tempo de 3:48.35,9 horas, deixando na segunda posição o estónio Ott Tänak (Hyundai i20), a 8,7 segundos, com o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) em terceiro, a 12,2.
Com estes resultados, o britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris), que hoje foi sexto classificado, mantém o comando do Mundial, com 118 pontos, mais 30 do que Kalle Rovanperä, segundo, e 22 do que Ogier, terceiro.
Veja aqui o resumo da prova que terminou hoje, com emoção ao rubro até ao último troço.
Diogo Salvi (Ford Puma): “Estou a gostar muito do carro, é espetacular. Não me posso queixar, está tudo a correr bem e estou a desfrutar bastante. É uma coisa a repetir, mas tem que se arranjar aí um desconto especial, que isto é muito caro. O objetivo agora é divertir-me ao máximo”
Elfyn Evans (Toyota Yaris): “Foi difícil. Queríamos ter mais ritmo do que tivemos. Pensámos que o ritmo estaria lá, mas os tempos dizem o contrário. Temos de fazer algumas afinações, sobretudo no chassis”.
Thierry Neuville (Hyundai i20): “A manhã foi boa, com uma luta dura. Não fizemos nenhuma diferença, mas ainda estamos na luta pelo pódio. À tarde vai estar calor e com o piso mais destruído. Temos de atacar mais”.
Kalle Rovanperä (Toyota Yaris): “Finalmente já temos alguma areia, como costuma ser normal neste rali. À tarde vai ser um pouco mais duro”.
Sébastien Ogier (Toyota Yaris): “As primeiras duas especiais correram bem, mas não a última. Não foi bom perder 10 segundos de uma vez. Mas temos de continuar a tentar”.
Armindo Araújo (Skoda Fabia): “Não tivemos problemas, temos a nossa posição consolidada, e queremos mantê-la. Os troços estão bem tratados”.
Pedro Meireles (Skoda Fabia): “Os dois primeiros troços correram muito bem, mas no terceiro tivemos um furo, tivemos de parar para trocar a roda e perdemos muito tempo. Os ralis são assim, há muita pedra solta. Temos de encarar a parte da tarde com o mesmo otimismo. Já estamos muito longe do Armindo, mas continuamos na frente dos Masters do WRC, era engraçado ganhar essa categoria em casa”.
O piloto francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris) tenta este domingo confirmar um inédito sétimo triunfo no Rali de Portugal, quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC), que hoje termina em Fafe.
O piloto francês, cujo último triunfo foi conseguido em 2024, chega a este último dia da 58.ª edição da prova lusa com 27,6 segundos de vantagem sobre o companheiro de equipa, o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), com o estónio Ott Tänak (Hyundai i20) em terceiro, a 36,1.
O estónio, campeão em 2019, ano em que venceu a prova portuguesa, vinha dominando as operações desde sexta-feira mas uma avaria na direção assistida sofrida ao final do dia de ontem, na segunda passagem por Amarante, relegou-o de primeiro para terceiro lugar.
O belga Thierry Neuville (Hyundai i20), campeão mundial em título, é o quarto, a 44,6 segundos, com o japonês Takamoto Katsuta (Toyota Yaris) a 46,8, na quinta posição.
Sébastien Ogier tornou-se em 2024 o recordista de triunfos ao conquistar a sexta vitória na prova lusa, desempatando com o finlandês Markku Alen, e hoje pode somar novo triunfo aos conseguidos em 2010, 2011, 2013, 2014, 2017 e 2024.
Armindo Araújo (Skoda Fabia) chega a este último dia como o melhor dos pilotos portugueses ainda em prova, seguido de Diogo Salvi (Ford Puma), Pedro Meireles (Skoda Fabia), Diogo Marujo (Skoda Fabia) e Francisco Teixeira (Skoda Fabia).
Este domingo disputa-se a derradeira etapa do Rali de Portugal, com 72,16 quilómetros cronometrados, divididos por seis especiais, com duplas passagens por Paredes, Felgueiras e Fafe, cuja segunda passagem serve de power stage, que atribui pontos aos cinco primeiros.
Os cinco mais rápidos deste último dia também amealham cinco pontos extra (o primeiro, quatro o segundo, três o terceiro e assim sucessivamente).
Confira aqui as declarações dos principais pilotos.
O piloto francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris) terminou o segundo de três dias da 58.ª edição do Rali de Portugal na liderança e está mais próximo de um inédito sétimo triunfo nesta que é a quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC).
Ogier, que começou o dia na segunda posição, fechou o dia com o tempo de 3:01.04,7 horas, deixando na segunda posição o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), com o estónio Ott Tanak (Hyundai i20) em terceiro, a 36,1, depois de ter perdido a direção assistida na penúltima classificativa, em Amarante.
O piloto estónio foi o principal dominador ao longo deste sábado, depois de um ataque surpresa de Ogier nos dois primeiros troços ter encurtado a distância entre os dois para dois segundos.
Mas Tanak respondeu na primeira passagem por Amarante, o mais longo troço do dia com 22 quilómetros de extensão, ganhando mais de nove segundos. A toada manteve-se na secção da tarde, com o antigo campeão mundial (2019) a vencer as segundas passagens por Vieira do Minho e Cabeceiras de Basto.
Quando se preparava para aplicar a mesma receita também em Amarante 2, a direção assistida do Hyundai i20 cedeu a sete quilómetros do final, fazendo Tanak perder 45,6 segundos até ao final do troço e mais oito na superespecial de Lousada, que encerrou o dia. “Faz parte do jogo. Foi um infortúnio. Da nossa parte, demos tudo. O que mais posso dizer?”, comentava Ott Tänak, no final, aos microfones da transmissão oficial do site do campeonato do mundo.
Curiosamente, também Ogier se mostrou desalentado com o desfecho de uma luta que esteve animada ao longo de todo o dia. “Não é desta forma que queremos ganhar. Estávamos os dois a atacar. Na especial anterior disse ao meu engenheiro que qualquer coisa podia acontecer. Não gosto de celebrar vitórias destas. Mas isto ainda não acabou, amanhã ainda será um dia longo”, frisou o piloto francês, vencedor da prova lusa em 2010, 2011, 2013, 2014, 2017 e 2024.
O piloto da Toyota, que participa em apenas algumas provas do campeonato, pode conseguir este domingo um inédito sétimo triunfo e ampliar o recorde de vitórias que já lhe pertence desde o ano passado.
Com os problemas do companheiro de equipa, o campeão em título, o belga Thierry Neuville (Hyundai i20) aproximou-se do pódio, fechando o dia na quarta posição, a 44,6 de Ogier mas a 08,5 de Tanak. “Foi um dia desapontante para a equipa. Podia ser um dia bom com o Ott na liderança e nós na luta pelo pódio. Não sei o que dizer. Estamos todos muito desalentados. Temos de responder”, frisou.
O japonês Takamoto Katsuta (Toyota Yaris), que começou o dia na terceira posição, não encontrou o antídoto para o ataque dos adversários e baixou à quinta posição, a 46,8 segundos do líder e a 02,2 de Neuville.
O finlandês Sami Pajari (Toyota Yaris) é o sexto, mas já a 01.58,4 minutos, depois de ter conseguido resistir aos avanços do britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris), líder do campeonato à partida desta prova, que nunca se conseguiu aproximar do jovem finlandês.
O irlandês Joshua Mcerlean (Ford Puma) é oitavo, seguido do luxemburguês Gregoire Munster (Ford Puma). O sueco Oliver Solberg (Toyota Yaris) fecha o lote dos 10 primeiros e lidera entre os WRC2.
Já sem a presença dos pilotos do Campeonato de Portugal de Ralis, cuja classificação ficou fechada ontem, Armindo Araújo (Skoda Fabia) terminou o dia como melhor português, na frente de Diogo Salvi (Ford Puma), o único luso a correr com um carro da categoria principal, a Rally 1, e com Pedro Meireles (Skoda Fabia) em terceiro.
Domingo disputa-se a derradeira etapa do Rali de Portugal, com 72,16 quilómetros cronometrados, divididos por seis especiais, com duplas passagens por Paredes, Felgueiras e Fafe.
Os principais pilotos que disputam o Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) veem com agrado as alterações regulamentares introduzidas este ano, que puseram fim à era híbrida no Mundial.
Hoje, em Matosinhos (Porto), onde está baseada a 58.ª edição do Rali de Portugal, a opinião generalizada era de que a perda de potência com o fim do sistema elétrico que dava um impulso de 136 cavalos extra durante um máximo de 10 segundos é compensada pela diminuição de peso no conjunto.
“O deste ano é muito bom. Ter menos peso é uma grande melhoria para a condução. São mais fáceis de manter e há menos coisas que podem falhar”, sublinhava o estónio Ott Tänak (Hyundai i20), líder da 58.ª edição do Rali de Portugal, após a disputa de 14 dos 24 troços previstos.
Comparativamente com os carros utilizados nas duas últimas temporadas, este ano o campeonato regressou ao sistema de combustível líquido, sem o sistema elétrico complementar, e com o peso mínimo regulamentar a reduzir dos 1.260 quilos para os 1.180. No entanto, também o restritor de entrada de ar no turbo foi reduzido um milímetro, passando dos 36 para os 35mm.
“Gosto mais destes carros. Têm menos peso e são mais ágeis”, admitia o japonês Takamoto Katsuta (Toyota Yaris).
Nem todos estavam, contudo, tão entusiasmados. O francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris), já oito vezes campeão mundial de ralis (2013, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2020 e 2021), entende que os carros deste ano “são divertidos”, mas, para ele, a alteração “é indiferente”.
O mesmo pensa o campeão mundial Thierry Neuville (Hyundai i20). “Honestamente, a diferença não é grande. Preferiria os carros deste ano, mas com o restritor do turbo que tínhamos. Os carros seriam ágeis e mais potentes”, sugeriu.
A destoar, o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), campeão mundial em 2022 e 2023, considera que a mudança, contudo, não foi positiva. “O equilíbrio do carro é diferente. Gosto mais dos antigos. Para mim, funcionavam bastante bem. Tinham mais potência”, explicou.
Para 2027 prevê-se nova atualização dos regulamentos, que estão atualmente a ser discutidos com as equipas.
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O piloto estónio Ott Tänak (Hyundai i20) terminou os troços da manhã de hoje da 58.ª edição do Rali de Portugal, quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC), com uma liderança confortável.
O campeão mundial de 2019 terminou a manhã desta segunda etapa da prova lusa com 11,8 segundos de vantagem sobre o francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris), segundo classificado, com o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris) em terceiro, a 35,8.
Tänak começou o dia com sete segundos de vantagem sobre Ogier, que entrou ao ataque e encurtou a diferença para 4,4 segundos em Vieira do Minho.
Na passagem por Cabeceiras de Basto, Tänak sofreu um furo lento, que lhe custou mais 2,4 segundos.
Os pilotos chegaram assim ao longo troço de Amarante (22,10 quilómetros) com a competitividade ao rubro. Mas Ogier, com uma má escolha de pneus, não conseguiu acompanhar o ritmo dos principais adversários, cedendo 9,8 segundos para Tänak, que garantiu, assim, um almoço mais tranquilo.
"Foi uma boa especial. Estou com um melhor sentimento com o carro", frisou o estónio.
Entre os portugueses, e já sem o grosso do pelotão nacional, pois a prova do campeonato português terminou na sexta-feira, Armindo Araújo (Skoda Fabia) é, agora, o melhor representante, à frente de Pedro Meireles (Skoda Fabia).
À tarde, nova passagem pelos mesmos troços, antes de o dia terminar com a superespecial de Lousada.
Agora a caminho de Águeda/Sever (18h35) e Sever/Albergaria (19h20) para completar a mais longa etapa, o Rali de Portugal está emocionante. Ott Tanak, em Hyundai, venceu três das nove classificativas até agora e tem 6,9 segundos sobre Sébastien Ogier, 8,7s sobre Takamoto Katsuta e 16,2s sobre Kalle Rovanpera, todos em Toyota, pelo que qualquer um dos quatro pode chegar a Matosinhos na liderança. Thierry Neuville já está a 25,3 e Elfyn Evans, com a desvantagem de abrir a estrada, perdeu 45,7s.
O belga Thierry Neuville foi o mais rápido na segunda passagem por Arganil, em 8m41,4s, tempo que arrasou o anterior recorde dos 14,41 km: os 8m58,5s que o piloto da Hyundai fizera em 2019. Ronvanpera, Katsuta e Ogier colocaram-se a seguir, com o trio da Toyota a aproximar-se de Ott Tanak, estónio da Hyundai que saiu da ronda de Arganil na liderança do rali.
O piloto estónio Ott Tänak (Hyundai i20) tenta este sábado defender a liderança na 58.ª edição do Rali de Portugal, quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC), que está presa por sete segundos.
O antigo campeão mundial de 2019 terminou o dia de sexta-feira na frente do pelotão e com 400 especiais ganhas no Mundial. Já Ogier, segundo, vai para a estrada empenhado em chegar a umas inéditas sete vitórias na prova portuguesa, com o japonês Takamoto Katsuta (Toyota Yaris) em terceiro, a 27,1.
Já sem os pilotos do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) em prova, pois a classificação final foi tirada após a etapa de sexta-feira, o pelotão da corrida lusa tem pela frente sete especiais, em Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto, Amarante e Lousada.
Ao todo, são 122,92 quilómetros cronometrados, em que os primeiros pilotos saem para a estrada em ordem inversa à da classificação atual.
O Rali de Portugal é a quinta das 14 rondas que compõem o Mundial de Ralis de 2025 e termina domingo.
Pedro Almeida, em Skoda Fabia, vai ser um inesperado vencedor para o Campeonato de Portugal de Ralis, que contabiliza os seus pontos no final da primeira etapa do Rali de Portugal, pois Kris Meeke, que dominou ao longo de todo o dia e fez o melhor tempo final, não conseguiu chegar à Exponor, onde tinha o último controlo de tempo.
O norte-irlandês bateu com o Toyota Yaris na 11.ª e última classificativa do dia, que conseguiu terminar, ocupando a 28.ª posição da geral e a primeira entre os concorrentes portugueses.
Mas Meeke tinha a suspensão traseira esquerda partida, com a roda praticamente pendurada. Tentou repará-la uma primeira vez logo à saída do troço, ajudado por outros pilotos, mas teve de parar depois em Albergaria-a-Velha, com a roda a cair. Obrigado a chegar à Exponor até às 22h31, acabou por abdicar.
Com Dani Sordo a desistir com problema elétrico e Armindo Araújo a também ter problemas, o triunfo ficou para Pedro Almeida, em Skoda Fabia. Um êxito inesperado para o piloto de 27 anos, que somou mais pontos nesta dia do que nas três provas anteriores do campeonato.
Ott Tanak foi o mais rápido na última classificativa do dia, os 20,24 km de Sever/Albergaria, e vai chegar à Exponor, em Matosinhos, como primeiro líder do Rali de Portugal. O estónio da Hyundai ganhou mais 1,2 segundos a Sébastien Ogier, deixando o Toyota do recordista de triunfos a 7,0 segundos após as primeiras 11 classificativas. Takamoto Katsuta é terceiro, a 27,1 segundos.
Sébastien Ogier foi o mais rápido em Águeda/Sever, uma nova classificativa elogiada pelos pilotos, mas o Toyota apenas bateu o Hyundai de Ott Tanak por 1,1 segundo. O estónio manteve a liderança, com 5,8 segundos para o francês, mas Takamoto Katsuta perdeu 6,6 segundos e ficou mais longe da frente, sendo terceiro, mas a 14,2s. Kalle Rovanpera está a 18,5s de Tanak e Neuville a 26,7s.
Ott Tanak, em Hyundai i20 N, foi o mais rápido na segunda passagem por Mortágua, em 9m11,6s, batendo Kalle Rovanpera por 1,5 segundos e Thierry Neuville por 2,3 segundos. O estónio ganhou ligeiro conforto na liderança do Rali de Portugal, pois deixou Sébastien Ogier a 3,0 segundos. O francês da Toyota, na segunda posição, está agora a 6,9s, sendo Takamoto Katsuta o terceiro, a 8,7 segundos.
O piloto francês Adrien Fourmaux (Hyundai i20) desistiu hoje na primeira etapa da 58.ª edição do Rali de Portugal, quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC), quando era segundo classificado, depois de bater no troço de Arganil.
Formaux, que partiu para a oitava especial da prova lusa a apenas 0,8 segundos do líder, o estónio Ott Tänak (Hyundai i20), deu um toque com a frente do carro num morro de terra no interior de uma curva à esquerda e ficou parado, com a transmissão danificada.
O troço acabou por não ser interrompido, mas o japonês Takamoto Katsuta (Toyota Yaris), que perdeu algum tempo ao passar pelo local do incidente, ascendeu, ainda assim, ao segundo lugar da classificação, a 3,5 segundos.
O francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris) regressou ao terceiro lugar, a 3,9 do comandante, seguido do finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), mas já a 14,7.
Também entre os participantes do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), os primeiros classificados tiveram problemas esta tarde.
No sexto troço da prova, ma Lousã, o norte-irlandês Kris Meeke (Toyota Yaris) furou o pneu dianteiro direito e cedeu mais de 30 segundos.
“Aquilo que mais detesto do que pneus maus são pneus que não têm consistência. Isto é uma porcaria”, disse o britânico, visivelmente agastado por prever perder a liderança da prova.
Contudo, o espanhol Dani Sordo (Hyundai i20), que seguia logo atrás, teve problemas no alternador do seu Hyundai e ficou parado a 500 metros do final da especial, cedendo mais de meia hora.
Desta forma, Armindo Araújo (Skoda Fabia) ascendeu ao segundo lugar do CPR, sendo o melhor português em prova, a cerca de 48 segundos de Meeke.
“É o Rali de Portugal. Isto não é um sprint é uma maratona. Lamento a posição deles, mas faz parte do jogo”, disse o piloto de Santo Tirso.
A prova lusa prossegue para os novos troços de Águeda/Sever e Sever/Albergaria.
Classificação SS08 Arganil 2 (14,41 km)
1.º Thierry NEUVILLE (HYUNDAI i20 N), 8m41.4s
2.º Kalle ROVANPERA (TOYOTA GR Yaris), a 0.5s
3.º Takamoto KATSUTA (TOYOTA GR Yaris), a 1.9s
4.º Sébastien OGIER (TOYOTA GR Yaris), a 2.0s
5.º Ott TÄNAK (HYUNDAI i20 N), a 3.3s
Como Adrien Formaux ficou atravessado ao km 7,5 da classificativa da Arganil, na saída de uma curva fechada à esquerda, um grupo de espectadores empurrou o Hyundai i20 para fora da estrada enquanto outro, à entrada da curva, se colocou literalmente no meio do troço, obrigando o Toyota da Takamoto Katsuta a abrandar e evitando um acidente que podia ter consequências sérias. Há heróis portugueses!
Norte-irlandês da Toyota Portugal está a dominar no campeonato nacional e a dar luta aos WRC2 do Mundial. LER MAIS
Adrien Formaux, que era segundo no Rali de Portugal, fez um pião e ficou parado em Arganil-2, com a suspensão dianteira esquerda do Hyundai i20 partida!
Takamoto Katsuta foi o mais rápido na segunda passagem por Góis, com 9m02,5s, melhor do que os 9m07,1s de Adrien Formaux de manhã, mas aquém do recorde que Dani Sordo fixou há um ano (9m01,1s). Depois do Toyota colocaram-se o Hyundai de Thierry Neuville, a 1,9s, o Toyota de Seb Ogier, a 1,9s, e o Hyundai de Ott Tanak, a 2,7s. Este manteve a liderança, com 0,8 segundos para Adrien Formaux.
Classificação SS07 Góis 2 (14,30 km)
1.º Takamoto KATSUTA (TOYOTA GR Yaris), 9m02.5s
2.º Thierry NEUVILLE (HYUNDAI i20 N), a 1.8s
3.º Sébastien OGIER (TOYOTA GR Yaris), a 1.9s
4.º Ott TÄNAK (HYUNDAI i20 N), a 2.7s
5.º Adrien FOURMAUX (HYUNDAI i20 N), a 3.0s
Empresário que alugou um Ford Puma de fábrica tem sido demasiado lento, mas dá uma explicação curiosa. LER MAIS
Elfyn Evans, galês de 36 anos que lidera o Mundial de Ralis, foi o último a cumprir a superespecial da Figueira da Foz e também o mais rápido no primeiro dia do Rali de Portugal. O seu Toyota Yaris deixou a 0,2 segundos o Hyundai i20 de Ott Tanak e outro Toyota, o do seu colega Sébastien Ogier, que empatou com o estónio.
Os 2,94 km da Figueira da Foz, feitos em asfalto e com pneus de terra, pouco significam face ao total de 344,5 km da prova, provando apenas que o galês, este ano já vencedor na Suécia e no Safari, continua em boa forma.
Ainda no mesmo segundo de Evans, Tanak e Ogier ficaram Adrien Formaux e Thierry Neuville, ambos em Hyundai e a 0,4 e 06 segundos, respetivamente. O sexto foi Kalle Rovanpera, a 1,3 segundos, e o sétimo Takamoto Katsuta, a 1,9 segundos.
José Pedro Fontes, em Citroën C3 Rally2, fez o 17.º tempo e foi o melhor português, a 11,5 segundos de Evans, superando mesmo Diogo Salvi, que com o Ford Puma Rally1 perdeu 21,6 segundos e ficou em 20.º.
O desempenho dos pilotos na primeira classificativa de hoje no Rali de Portugal mede-se pelos aplausos no salto da Arena de Mortágua, a concorrida zona espetáculo onde se concentraram desde a madrugada de hoje milhares de pessoas.
No local, situado sensivelmente a meio dos 14,59 km de Mortágua, percorridos por duas vezes, a primeira a partir das 07:35, o dia amanheceu com nevoeiro, rapidamente substituído por um céu azul e um sol brilhante e quente.
À hora marcada, o Toyota Yaris do britânico Elfyn Evans surgiu no salto localizado à entrada da arena, sem deslumbrar, ao contrário do que sucedeu com o seu companheiro de equipa Kalle Rovanperä, segundo na estrada e autor de um ‘voo’ que arrancou a primeira ruidosa ovação da manhã.
Rovanperä haveria de estabelecer o segundo tempo mais rápido na primeira passagem por Mortágua, perdendo duas décimas de segundo para o vencedor Ott Tänak (Hyundai i20), mas, no ‘campeonato’ dos aplausos, os tempos contam pouco ou nada.
Que o diga o francês Sébastien Ogier, recordista de vitórias no Rali de Portugal e o terceiro Toyota na estrada, que foi apenas sétimo em Mortágua, a 6,1 segundos do vencedor, mas no ‘tribunal’ da arena foi também dos mais aplaudidos.
A lista incluiu ainda Oliver Solberg (Skoda Fábia WRC2), o britânico Kris Meeke (Toyota Yaris WRC2), líder do Campeonato de Portugal de Ralis e campeão em título e, especialmente, o algarvio Ricardo Teodósio, em carro idêntico.
Mas, como solidários que reconhecidamente são, os espetadores portugueses também são capazes de ajudar – e aplaudir – no infortúnio. Assim o experienciou a alemã Claire Schonborn (Ford Fiesta Rally3), concorrente do troféu jovem do WRC.
Após ter apanhado um susto à saída do salto, embatendo, aparentemente sem daí resultarem danos, na barreira que ladeia a classificativa, a jovem equipa germânica haveria de se despistar, umas centenas de metros mais adiante, tendo o carro ficado tombado no troço.
Em resposta, dezenas de pessoas, depois de autorizadas pela GNR, trataram de colocar o carro sobre as quatro rodas, enquanto outros milhares aplaudiam a empreitada e a azarada alemã.
Uma constante no Rali de Portugal (e Mortágua não é exceção) são as autênticas ‘romarias’ de fãs da modalidade, que calcorreiam milhares de quilómetros, dia a fio.
Hélio Prazer, 51 anos, do Pinhal Novo, distrito de Setúbal, foi a Mortágua com um grupo de amigos, ritual que cumpre todos os anos: “já vai há mais de 20 anos, já nem sei quando comecei”, argumentou.
Ao contrário de outros que veem passar os concorrentes do Mundial de ralis e abalam para um próximo troço, Hélio gosta do Rali de Portugal “mas sem stress nem correrias”.
A receita é ver um troço por dia – depois de Mortágua, esta sexta-feira, o grupo vai a Lousada, no sábado, terminando na zona de Fafe, no domingo –, acampando nas proximidades das classificativas.
“O problema são as pedras no chão, eu tinha uma pedra debaixo das costas”, queixou-se, com uma gargalhada, Rui Marinheiro, elemento do mesmo grupo, e ‘habitué’ destas andanças há mais de 30 anos.
Repetentes na arena de Mortágua (chegaram ao início da madrugada e passaram a noite junto a um dos acessos em terra batida), a classificativa do distrito de Viseu já é uma das preferidas do grupo.
“É bom, não há grande confusão, toda a gente vê”, argumentou Hélio, enquanto aproveitava para descansar da viagem, sentado numa cadeira articulada com vista para o salto.
De Leiria, Filipe Costa, 40 anos, anda de terra em terra atrás do Rali de Portugal, desde que a prova portuguesa se fixou no Algarve, em meados da década de 2000.
“Pela data deste casaco [com o logótipo do rali] pelo menos há 15 anos que já acompanho. E é para continuar, todos os anos, argumentou Filipe Costa, que, este ano, vai ficar pela região Centro, com idas à segunda passagem pelo troço de Góis e, ao final da tarde, à ‘novidade’ Sever/Albergaria.
Residente em Ançã, Cantanhede, no distrito de Coimbra, Octávio Malva, 66 anos, esteve “muito tempo, uma vida, 40 e tal anos”, na Suíça, de onde regressou há dois anos e estreia-se, este ano, como espetador no Rali de Portugal.
“Em garoto, 16, 17 anos, ia para a Lousã, depois deixei, mas via outros ralis pela Europa fora”, recordou, aludindo a provas em Itália, Alemanha ou Bélgica, país onde viu, pela primeira vez, o atual campeão mundial Thierry Neuville (Hyundai i20), na altura “um catraio que corria com um Citroen C2”.
Quanto à sua expectativa para este regresso ao mundo dos ralis, Octávio Malva disse esperar “que seja um espetáculo e o primeiro de muitos”, notou.
O piloto estónio Ott Tänak (Hyundai i20) terminou hoje a primeira manhã da 58.ª edição do Rali de Portugal, quinta ronda do Campeonato do Mundo (WRC), na liderança, conquistada logo no primeiro dos quatro troços disputados.
O antigo campeão do mundo (2019) fechou a primeira secção desta sexta-feira com o tempo de 38.45,1 minutos, mas apenas com 0,2 segundos de vantagem sobre o segundo classificado, o francês Adrien Fourmaux (Hyundai i20), com o francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris), recordista de vitórias na prova lusa (seis), em terceiro, a 7,4.
“Estou a ter um bom sentimento com o carro. Ataquei bastante neste troço e estou satisfeito com a escolha dos pneus. Mas ainda falta muito”, frisou Fourmaux.
O britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris), que tinha vencido a superespecial de quinta-feira na Figueira da Foz, perdeu a liderança logo no primeiro troço, em Mortágua, depois de uma entrada ao ataque de Tänak.
Evans tem sido prejudicado pelo facto de ser o primeiro piloto em pista e a ter de limpar para os pilotos que o seguem.
Do mesmo problema sofre o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), que ainda aguentou o segundo lugar conquistado logo de manhã em Mortágua e Lousã. No entanto, o antigo bicampeão mundial (2022 e 2023) não resistiu à investida de Fourmaux no terceiro troço, em Góis, caindo para quinto em Arganil, atrás do japonês Takamoto Katsuta (Toyota Yaris).
Pior sorte teve o campeão mundial, o belga Thierry Neuville (Hyundai i20), que fez um pião logo a abrir, em Mortágua, e terminou a manhã no sétimo lugar, já a 25,8 segundos do comandante.
Já o letão Martins Sesks (Ford Puma) furou em Mortágua e afundou-se na classificação, ao ceder já 4.14,8 minutos.
Entre os pilotos que disputam o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), o mais rápido tem sido o norte-irlandês Kris Meeke (Toyota Yaris). “Foi uma manhã decente. Não foi perfeita, mas decente”, disse o campeão nacional.
O espanhol Dani Sordo (Hyundai i20) segue na segunda posição, apesar de ter sentido uma fuga de combustível na segunda especial da manhã, na Lousã.
“Há muito cheiro a combustível dentro do carro. Até estou um pouco mal disposto”, confessou o espanhol.
A prova segue esta tarde, com nova passagem pelos troços de Mortágua, Lousã, Góis e Arganil, antes da estreia dos troços Águeda/Sever e Sever/Albergaria, ao final da tarde.
Diogo Marujo fez 19 anos em fevereiro, é o português mais jovem nos ralis e quer correr o Europeu. Rali de Portugal tem os WRC Júnior, mas só o belga Thomas Martens é mais novo do que o jovem da Ericeira, que possui um mais potente Skoda WRC2. Fazer carreira internacional é o seu sonho.
O jovem português Gonçalo Henriques, que compete no Rali de Portugal ao volante de um Hyundai i20, confessou hoje sentir “responsabilidade e alguma pressão” por ser considerado um dos promissores pilotos nacionais, mas garantiu estar focado em evoluir.
“Receber esses elogios é sempre uma motivação, mas também é uma responsabilidade que pode provocar alguma pressão, que tento afastar. Quero fazer os meus ralis da mesma forma, divertir-me o mais possível e, sobretudo, ir aprendendo. Ser apontado como um dos futuros pilotos de referência portugueses tem de servir apenas para trabalhar mais”, partilhou com a agência Lusa.
O piloto de 26 anos, natural de Vila Nova de Poiares, reconheceu que ter o experiente espanhol Dani Sordo como companheiro de equipa na Hyundai Portugal é uma oportunidade de crescimento e garantiu estar a aproveitar todos os momentos dessa convivência.
“É um ídolo e um exemplo. Acompanhei a carreira dele e nunca pensei que agora ia estar tão próximo. Ajuda no que pode, está sempre disponível para tirar dúvidas, sobretudo nas afinações, que é excecional. Tento aproveitar ao máximo todos os momentos com ele”, afirmou.
Para este Rali de Portugal, e novamente acompanhado pela navegadora Inês Veiga, natural de Águeda, Gonçalo Henriques compete aos comandos de um Hyundai i20 N Rally2 e tem como principal objetivo “terminar e acumular quilómetros”.
“O nosso último rali não terminou como queríamos e acabámos por não fazer bastantes quilómetros que eram importantes para a nossa evolução. Por isso, o principal é terminar e acumular o máximo de quilómetros possível”, analisou.
Embora o resultado em termos de classificação não seja a prioridade, Henriques admitiu que há sempre um desejo natural de ser competitivo, ainda que esteja consciente das limitações atuais.
“Queremos ser rápidos e perceber onde é que nos colocamos em relação aos pilotos mais rápidos da categoria. Vamos tentar ir para o nosso setor mais rápido e ver como nos adaptamos aos pneus. É uma descoberta para nós, em todos os sentidos”, apontou.
Esta sexta-feira, com a passagem do Rali de Portugal pela zona centro do país, o piloto vai correr “em casa” e destaca o apoio do público local como fator emocional importante, ainda que recuse a ideia de estar em vantagem por conhecer os troços.
“Será uma motivação. Mas, na verdade, não conheço assim tão bem os troços, porque não são sítios por onde passo frequentemente. Já passei lá, porque fiz o rali onde se passava, mas neste carro vai ser completamente diferente. Sentir o calor do público, isso certamente vai-nos motivar”, referiu.
O Rali de Portugal 2025 decorre até domingo, sendo a quarta prova pontuável para o Campeonato de Portugal de Ralis. Gonçalo Henriques e Inês Veiga competem na categoria Rally2, inseridos na estrutura oficial da Hyundai Portugal.
O piloto britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris) parte esta sexta-feira na frente para o primeiro dia a sério da 58.ª edição do Rali de Portugal, quinta prova do Campeonato do Mundo (WRC), que decorre até domingo.
O piloto galês, que esta quinta-feira foi o mais rápido na superespecial que abriu a prova lusa, disputada na Figueira da Foz (Coimbra), está encarregue de abrir as pistas ao longo das 10 especiais desenhadas no centro do país, por ser o líder do campeonato.
Evans gastou 2.18,1 minutos para cumprir os 2,94 quilómetros cronometrados, deixando na segunda posição o francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris), recordista de vitórias na prova lusa, com seis, a 0,2 segundos, com o estónio Ott Tänak (Hyundai i20) em terceiro, com o mesmo tempo que Ogier.
O galês da Toyota chega a Portugal na liderança do Mundial, com 109 pontos, mais 43 do que o finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), que é segundo no campeonato e em pista.
Este será o dia mais longo da prova lusa, com um total de 146,48 quilómetros cronometrados, divididos pelas especiais de Mortágua, Lousã e Góis – percorridas por duas vezes – a que se juntam as novidades de Águeda/Sever e Sever/Albergaria, já no final do dia, quando os pilotos estiverem a caminho do parque fechado, instalado na Exponor, em Matosinhos (Porto).
Diogo Salvi (Ford Puma) é o único português em prova a pilotar um dos 12 carros da categoria Rally 1, a principal (WRC).
O restante contingente luso participa na categoria WRC2, que inclui os pilotos que disputam o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR).
O Rali de Portugal é a quinta ronda do campeonato português e a pontuação neste particular fecha precisamente no final desta sexta-feira.
A partir daí, os pilotos nacionais que optarem por seguir em prova competem apenas pelo título honorífico de ‘melhor português’.
O Rali de Portugal é a quinta prova do Mundial de Ralis e disputa-se até domingo.
A superespecial urbana da Figueira da Foz, primeira classificativa da edição de 2025 do Rali de Portugal, dividiu opiniões entre os pilotos, desde quem a cumpriu pelo gosto de dar espetáculo aos que esperam pelos pisos de terra.
À saída do parque fechado, frente à Câmara da Figueira da Foz, o campeão do mundo em título, o belga Thierry Neuville (Hyundai i20) antecipou dificuldades para sexta-feira. “Hoje não foi mau, mas amanhã [sexta-feira] será um dia longo e duro. Haverá um pouco de humidade nos troços, esperamos condições escorregadias”, observou Neuville.
Já o recordista de vitórias no Rali de Portugal, Sébastien Ogier (Toyota Yaris), voltou a demonstrar, no final da classificativa, a simpatia que o caracteriza, posando para várias selfies com espectadores, enquanto esperava a sua vez de entrar nas áreas técnicas, prévias ao parque fechado. “Correu tudo bem. É um troço só para a diversão”, disse à Lusa o piloto francês, que, em 2024 bateu o recorde de vitórias de Markku Alen, estabelecendo seis triunfos na prova portuguesa.
Para sexta-feira, Ogier prometeu andar ao ataque: “Temos de tentar atacar sempre”, notou.
O líder do campeonato, o britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris), que leva já dois triunfos nesta temporada (Suécia e Quénia), foi o mais rápido nos 2,94 km da superespecial da Figueira da Foz, desenhada na zona ribeirinha da cidade, com piso integralmente em asfalto, mas, no final, mostrou-se pouco entusiasmado e reservado para com os fãs.
Também o estónio Ott Tanak (Hyundai i20) foi de poucas falas, apenas deixando escapar um “está tudo bem”, contrariamente ao finlandês Kalle Rovanpera que deu espetáculo ainda antes de entrar no troço cronometrado, usando as quatro faixas da avenida ribeirinha para testar os travões do Toyota Yaris. “Diverti-me imenso”, afirmou, com um sorriso, prometendo, a exemplo de Ogier, um dia de sexta-feira ao ataque.
Do lado dos Ford Puma Rally1, o irlandês Joshua McErlean mostrou-se algo apreensivo face à duração da etapa de sexta-feira – 10 classificativas, num total de 146,5 km, disputadas em estradas florestais da região Centro, enquanto o seu companheiro de equipa, o luxemburguês Grégoire Munster não gostou da superespecial de hoje. “Está tudo bem com o carro, mas não gostei, é asfalto a mais. Mas amanhã vai ser sempre a atacar, sempre”, enfatizou.
Já o português Diogo Salvi, que se estreia num Ford Puma Rally1, inscrito pela equipa oficial, vincou, no final da classificativa, que o carro “é espetacular”. “Só foi uma porcaria ainda não conseguir fazer piões”, brincou.
Os pilotos, um a um, iam chegando ao final do troço inaugural e manifestavam alguma preocupação com os pneus (de piso de terra), mas as suas expectativas estão guardadas para a primeira classificativa a sério, a primeira passagem pelos 14,59 km de Mortágua, a partir das 07:35 de sexta-feira.
O sueco Olivier Solberg (Skoda Fábia WRC2), conhecido pelo seu andamento espetacular, disse esperar que o piso esteja seco: “Será melhor se estiver seco, os pneus não são tão bons em piso molhado”, frisou.
A superespecial da Figueira da Foz voltou a concentrar as atenções de milhares de espetadores, de todas as idades, desde ‘habitués’ dos ralis, até outros, mais desligados desta disciplina do desporto motorizado. “É a primeira vez que venho a um evento do WRC. Tenho expectativas altas” disse Rúben Correia, que foi de propósito à Figueira da Foz equipado a rigor com artigos alusivos ao rali.
Adepto de Kalle Rovanpera, acompanhado pela mulher e uma menina, antecipava estar ali, a dormir no carrinho, uma futura adepta de ralis; “Ainda só tem 2 anos e meio… mas quem sabe”, brincou.
Já António e Mariana Namora, casados há quase 50 anos, têm memórias de quando o evento se realizava na Serra da Boa Viagem, nas décadas de 70 e 80 do século passado: “Era fenomenal, andávamos de um lado para o outro, até de noite!”, relembrou Mariana com nostalgia, considerando que o Rali de Portugal era “muito melhor” nesses tempos.
Sem destacarem um piloto preferido, atualmente gostam é da competição: “Gostamos é de ver a Hyundai e a Toyota sempre ao despique!”, realçaram animadamente.
Fernanda Santiago, residente na cidade litoral do distrito de Coimbra, apontou constrangimentos a quem vive e trabalha na Figueira da Foz, face à realização da superespecial urbana. “Não gosto destas vedações, obrigam a que tenha de fazer quilómetros para conseguir ir trabalhar” lamentou, embora admitindo que se sente “satisfeita por ver a Figueira a ser publicitada”.
Para os estudantes madeirenses João Jesus, Joana Nunes e António Camacho, foi a curiosidade que os atraiu para o rali: “Não seguimos frequentemente, mas gostamos e, como na nossa ilha há o Rali Vinho da Madeira, decidimos vir ver”, explicou António.
Apaixonado por ralis desde os 10 anos – hoje tem 53 -, Luís Abrantes, embora já seja “visita habitual” à superespecial da Figueira da Foz, admitiu que “não é a mesma coisa” do que ver os carros em piso de terra
Natural de Mortágua, defendeu que as especiais em piso de terra daquele concelho da região de Coimbra e distrito de Viseu “já são obrigatórias”, com zonas espetaculares e facilidades de acesso para os espetadores.
Faltava hora e meia para o início competitivo do rali e Luís Abrantes, fã da modalidade, aproveitava para cumprir, no centro da Figueira da Foz, outro hábito “de há muitos anos”: cortar o cabelo na Barbearia Moderna, onde a sua família é cliente há quatro gerações, a mais antiga da cidade, onde, tesoura e navalha em punho, Joaquim Martinho, o proprietário, está desde 1968, há 57 anos.
“Daqui é só descer a rua e já estou na superespecial”, notou Luís Abrantes.