A história contada por um atleta italiano internado num hospital de Milão.
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Histórias com aparente final feliz, eis o que por vezes parece faltar num quotidiano marcado pela avalanche de números sobre a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Fala-se de um crescente número de infetados, apontam-se a curvas que não parecem descer, atualiza-se o número de mortes.
A história de Edoardo Melloni parece ter tudo para acabar da melhor maneira, ainda que também o corredor italiano seja um entre milhares de italianos a contas com a Covid-19. A história, revelada no site da AIPSMedia, é o resultado da entrevista ao atleta internado no Hospital Sacco de Milão, um dos lugares de Itália pelo qual a doença se tornou tristemente conhecida.
Ponto importante a reter antes das declarações de Edoardo Melloni: a Covid-19 não é uma doença dos idosos. Edo, como é conhecido, é um atleta de elite no panorama do atletismo italiano.
"Eu estou bem. Felizmente, cheguei a tempo às urgências, onde mais tarde foi-me diagnosticada pneumonia e também dei positivo para o vírus. Felizmente, tudo estava na fase inicial e estamos todos confiantes de que em pouco tempo eu conseguirei sair daqui", contou Edoardo.
Quais foram os sintomas, perguntaram? "Os sintomas são subjetivos e variam de pessoa para pessoa, tudo começou com uma febre banal aos 37,5 e um pouco de tosse. A tosse tornou-se cada vez mais intensa até que começou a durar até 5/10 minutos consecutivos. Forte e seca. Durante um desses episódios acabei a cuspir sangue e esse foi o momento em que fui enviado para a sala de emergência. Outro sintoma a não ser subestimado é a perda total ou parcial do gosto e do olfato. São sintomas que também podem aparecer em pessoas que não desenvolvem outros sintomas, como tosse ou febre, portanto são úteis para a auto-avaliação. Na minha opinião, a perda do gosto tem sido total. Não conseguia distinguir um pedaço de chocolate, cenouras cozidas e massa com molho" contou..
Edo contou ainda a que tratamento está a ser sujeito. "É uma combinação de medicamentos usados para a artrite e pacientes infetados com HIV. Os medicamentos são hidroxicloroquina e lopinavir / ritonavir. Entre os efeitos colaterais que eles relatam está a disenteria que ocorreu no primeiro dia. A partir do segundo dia fiquei melhor", afirmou. "Após a avaliação pelo especialista em doenças infecciosas, eles decidiram internar-me. Chegando na sala encontrei o médico que me explicou a terapia experimental e me pediu consentimento para a administração. Depois de aceitar, comecei a terapia. O nosso quarto está separado do corredor por uma segunda sala onde médicos, enfermeiros e pessoal de serviço devem mudar antes de entrar", acrescentou,
"Eu já me tinha isolado muito antes de ser tornado obrigatório. Um diua saí de manhã cedo para treinar em Parco Nord. Para quem não está familiarizado, é um parque muito grande em Milão. Na segunda-feira 9 tive que ir ao trabalho para recuperar alguns documentos que precisava e deixar o carro da empresa. Para voltar usei o metro e acredito que a infeção ocorreu lá, porque os sintomas apareceram três dias", finalizou Edoardo.