A semana das modalidades: o ciclista de ataque, o adeus de Federer e a história do Valongo
Recorde os momentos marcantes da última semana, mas sem futebol. Só modalidades. De António Morgado a Pedro Nuno e sem esquer, claro, o incrível adeus de Roger Federer.
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António Morgado
Um ciclista de ataque como Portugal nunca teve
Tem 18 anos e conseguiu a segunda medalha portuguesa nas provas de fundo dos Mundiais de ciclismo - quarta no total - atacando de forma incessante durante 90 km, isolando-se a 18 da meta e, para seu desgosto, sendo apanhado pelo alemão Emil Herzog a três do final, para perder num sprint a dois. José Poeira, selecionador nacional que esteve no título mundial de Rui Costa e nos pódios em "cronos" de Sérgio Paulinho e Nelson Oliveira, diz que o caldense de bigode - já imagem de marca - corre sempre assim e que em Portugal nunca viu nada semelhante. Na categoria de juniores, a sua entusiasmante prova no Mundial recordou outra que ainda lhe aumenta mais a fasquia: a de Remco Evenepoel em 2018.
Roger Federer
O ténis já sente a falta do campeão de maior classe
Nos números não é o melhor de sempre - esse "título" irá para Nadal ou Djokovic -, mas no coração dos adeptos é o GOAT indiscutível. O estilo elegante a roçar a perfeição e o fair-play - ou a classe, para sermos verdadeiros -, marcaram uma carreira única. Como alguém escreveu, Federer foi aquilo que o ténis sempre quis representar, os seus ganhos extraordinários em publicidade comprovam-no (tem fortuna de 1,1 mil milhões de euros, contra 500 milhões de Nadal e 470 de Djokovic) e a despedida comovente revela que vai fazer muita falta.
Edo Bosch
Fazer história com um grupo de rapazes
O Valongo tentou aproveitar em pleno uma oportunidade única, ao disputar as principais provas europeias como candidato, no ano em que os maiores clubes europeus de hóquei em patins se zangaram com a World Skate Europe. Perdendo a final da Liga Europeia nas grandes penalidades, foi infalível na Taça Continental, batendo Calafell e Trissino. O que impressiona, numa equipa que tem crescido com o catalão de 47 anos ao leme, é surgirem estes êxitos com um grupo de rapazes - oito dos 11 jogadores têm 22 anos ou menos - que sabem defender como poucos e cometem poucas faltas, normalmente sinónimos de maturidade.
Pedro Nuno
O treinador das taças voltou e já ergueu uma
Treinador a tempo inteiro desde 2013, já passou por Canadá, México, Finlândia, Barém e Colômbia, operando uma das surpresas da década numa das raras passagens por cá, ao conquistar a Taça de Portugal com o Illiabum, batendo o Benfica na final. Regressou agora para o Sporting, o desafio mais importante da carreira - rende o histórico Luís Magalhães - e estreou-se com novo triunfo frente ao Benfica, erguendo a Supertaça. Aos 51 anos é das figuras mais interessantes do basquetebol português.
Annemiek van Vleuten
Pleno que era impossível feito de cotovelo partido
A neerlandesa de 39 anos completou ontem, em Wollongong, Austrália, o feito que no ciclismo se dizia impossível e que entra direto na lista das maiores proezas do desporto: depois de ter ganho o Giro e o Tour, em julho, e a Vuelta já em setembro, conquistou o Mundial de estrada. É a época perfeita (ainda venceu uma clássica Monumento, a Liège-Bastogne-Liège), que nem Eddy Merckx conseguira. Para que a sua história venha mesmo a dar um filme, Annemiek van Vleuten partira o cotovelo direito três dias antes, ao cair no contra