A incrível Marta Pen: luta contra o cancro, ganha corridas e vai ao Europeu
Meia-fundista do Benfica ainda está em tratamento, mas voltou a competir triunfando nos Estados Unidos e irá pela Seleção Nacional ao Europeu de corta-mato
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Marta Pen Freitas vai protagonizar a 8 de dezembro, no Campeonato da Europa de corta-mato, em Antalya, Turquia, uma das histórias mais incríveis do desporto mundial: diagnosticada há seis meses com cancro da mama, tendo terminado a quimioterapia há um mês e estando ainda sob medicação, voltou a correr e a ganhar, tendo sido chamada para representar a Seleção Nacional.
A pequena (1,53 metros) fundista do Benfica, que continua a viver e treinar nos Estados Unidos, tem uma história de resiliência pouco comum. Em 2014, o seu pai faleceu nas bancadas da pista Moniz Pereira, em Lisboa, de insuficiência cardíaca, enquanto a via correr. Marta Pen transformou a tragédia em motivação, assumindo que seria atleta olímpica para o homenagear. Conseguiu-o no Rio'2106 (36.ª) e em Tóquio'2020 (19.ª), sempre nos 1500 metros.
Quanto aos Jogos de Paris, viu-os de fora, enquanto fazia tratamentos ao cancro da mama, diagnosticado no final de maio.
Mantendo alguma preparação, começou há pouco mais de uma semana a “treinar como uma campeã”, como escreveu na altura, já com data marcada para o regresso e tendo o Europeu na mira. No passado fim de semana, fez o primeiro corta-mato da época, nos Estados Unidos, venceu e foi recebeu a convocatória da Federação Portuguesa de Atletismo.
“Se toda a gente achar que és irrealista ou louca, lembra-te que vale sempre a pena lutar pelo que acreditas, escreve a tua história à tua maneira. Esta é a minha segunda vez a representar Portugal no Europeu de Corta-mato, e esta tem um significado muito, muito especial”, publicou ontem Marta Pen, que na Turquia irá ser, aos 31 anos, uma atleta realmente... especial.