"Queremos classificar o K4. Vamos meter a raça 'tuga' no barco e vai ter de dar"
Se em K1 e K2 há uma segunda e derradeira hipótese de garantir o passaporte olímpico na repescagem europeia em 2024, no caso do K4, que inclui ainda Kevin Santos e Emanuel Silva, o Mundial é mesmo o único momento: há 11 vagas, contudo estas têm de incluir quatro continentes
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O historial "coloca" os canoístas João Ribeiro e Messias Baptista nos Jogos Olímpicos em K2 500 metros, porém a sua "ambição e compromisso" no K4 500 metros leva-os aos Mundiais da Alemanha "focados" na única oportunidade de apuramento desta embarcação.
"A federação e nós queremos classificar o K4, a prioridade, pois dá um maior número de vagas para Portugal. É a aposta principal também do técnico [Rui Fernandes]. No meu caso e do Messias, temos ainda um plano B", esclareceu João Ribeiro, em declarações à Lusa.
Se em K1 e K2 há uma segunda e derradeira hipótese de garantir o passaporte olímpico na repescagem europeia em 2024, no caso do K4, que inclui ainda Kevin Santos e Emanuel Silva, este é mesmo o único momento: há 11 vagas, contudo estas têm de incluir quatro continentes.
O facto das nações europeias serem as grandes dominadoras da modalidade indicia que, mesmo indo à final de nove em Duisburgo, nada está garantido - o problema é que depois do oitavo lugar em Tóquio'2020, o K4 500 português, várias vezes remodelado, não tem estado à altura do seu historial.
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"Precisámos de umas mudanças no K4 e alterámos algumas posições. Fizemos alguns testes e, claramente, o barco está melhor assim, mais sólido e compacto. Nos treinos temo-nos sentido melhor. Vamos confiar que é nestas posições que vamos trazer um bom resultado. No dia é acordar todos bem-dispostos, vamos meter a raça 'tuga' no barco e vai ter de dar", defende Messias Baptista.
Assim, João vai liderar o quarteto, seguido de Messias, a mesma ordem do K2, ficando Kevin com a posição três e Emanuel na quatro.
"No K4 fomos tendo alguns momentos menos bons, outros um bocadinho melhores. As sensações estão a melhorar. Vai ser possível. Estamos a trabalhar para isso. Acredito nas duas embarcações", reforça Messias.
Apesar da evolução, recente, nesta tripulação, João Ribeiro assume que há uma diferença entre as duas equipas quanto às hipóteses de serem bem-sucedidas, socorrendo-se do histórico do que tem sido o atual ciclo.
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"Os resultados do K2 têm sido completamente diferentes dos do K4. Tem estado sempre dentro do grupo de apuramento, permanentemente nos cinco mais fortes europeus, mundiais e nas Taças do Mundo, quando os seis primeiros vão a Paris'2024. O K4 nem tanto, não tem corrido tão bem como desejaríamos, contudo sentimos que estamos a melhorar, mais competitivos. É esperar que no momento demonstremos o valor dos recentes treinos", desejou o atleta olímpico desde o Rio2016.
Messias Baptista recorda que nos últimos dois anos a dupla nunca baixou do top 5 em todas as provas internacionais, "um bom indicador", pelo que confia que, "com uma prova bem feita, é bastante possível" o K2 assegurar já o sonho olímpico - se o K4, que tem falhado as finais internacionais, tiver êxito, a presença do K2 é imediatamente garantida.
João Ribeiro revelou ainda uma empatia forte com a pista de Duisburgo, pois foi nela que em 2013 foi campeão do mundo em K2 500 com Emanuel Silva e em 2016 a dupla foi bronze em K2 1.000.
A seleção de canoagem nos Mundiais conta com 13 canoístas no sprint e mais três para a canoagem adaptada.