"A estratégia passou por reforçar a equipa com jogadores que não tinham importância"
Chamado a assumir o comando técnico em novembro, Ricardo Lobão abandonou o período sabático para ajudar a equipa
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Há pouco mais de um mês, Ricardo Lobão assumiu o comando técnico do Leões de Porto Salvo. Um regresso a uma casa que bem conhece, quatro anos depois de ter estado no clube. O momento que a equipa atravessava na altura estava aquém dos objetivos - três derrotas e dois empates em cinco jogos -, motivo para a direção apelar ao regresso do técnico de 50 anos. Um convite que trouxe um misto de emoções para Ricardo Lobão. "O Leões de Porto Salvo diz-me muito por tudo o que vivi na épocas em que cá estive. E portanto, voltei com vontade de devolver às pessoas de Porto Salvo aquilo que é o real valor que este clube tem", começou por dizer o treinador.
Os 19 pontos conquistados nos últimos nove jogos, deixam os Leões de Porto Salvo nos lugares cimeiros. Para o treinador, o mais importante é "devolver às pessoas da terra o real valor que o clube tem"
Aquando da proposta do clube, o técnico encontrava-se num período sabático, mas o amor ao Leões de Porto Salvo falou mais alto. "Nesta fase da minha vida, representar um clube não estava enquadrado com aquilo que eram os meus planos, mas tendo em conta o projeto e, essencialmente, aquilo que foi a vontade do clube, eu aceitei. E estamos cá para tentar fazer o melhor possível. E a verdade é que a grande responsabilidade que acarreto é devolver à gente do Porto Salvo aquilo que é a importância que este clube tem perante a sua gente", explicou Ricardo Lobão. O momento era delicado, e a equipa precisava de vencer para, animicamente, ganhar motivação.
A nossa estratégia passou por reforçar a equipa, com jogadores que até aquele momento não tinham importância no plantel.
Questionado sobre as estratégicas que adotou, o treinador explicou as mudanças que optou por fazer. "Efetivamente, as coisas não estavam a correr bem. A nossa estratégia passou por reforçar a equipa, com jogadores que até aquele momento não tinham importância no plantel. Tentamos ajustar alguns pressupostos, que tem a ver com o modelo tático, para conseguirmos contornar as dificuldades que os adversários nos colocam, mas, essencialmente, foi tentar mudar a mentalidade competitiva e a forma de estar perante este clube", confidenciou Ricardo, salientando que a equipa "degrau a degrau vai atingir os objetivos".
Até este momento, o Leões de Porto Salvo ocupa a 6.ª posição da Liga Placard, com 21 pontos, 19 dos quais conquistados desde a chegada de Ricardo Lobão, com os objetivos a passarem por manter a equipa nos lugares cimeiros. "Este campeonato é muito difícil e exigente. Vamos lutar pelos primeiros lugares, percebendo que temos adversários difíceis que vão dificultar a nossa tarefa, mas nós acreditamos no trabalho que fazemos e, primeiro de tudo, eu tenho confiança nestes atletas. Com eles, sei que temos condições para atingir os nossos objetivos", concluiu.
Em busca de uma final inédita
No próximo domingo, o Leões de Porto Salvo vai medir forças com o Sporting, no jogo da meia-final da Taça de Portugal, referente à temporada passada.
Na antevisão dessa partida, Ricardo Lobão perspetivou um embate difícil, mas enalteceu o valor da formação de Porto Salvo. "O jogo com o Sporting vai ser complicado, mas eu espero que seja mais complicado para o Sporting do que para nós. Temos ambições para esta competição e sabemos que o adversário é um dos melhores do mundo, mas a verdade é que nós também temos ideias e se chegamos à meia-final é porque tivemos mérito e também vamos discutir esta presença na final. Depois, passando a meia-final, será mais um jogo tremendamente difícil", começou por dizer o treinador, confiante dos seus jogadores.
O Leões de Porto Salvo chega pela terceira vez na história a uma meia-final da prova rainha e vão tentar alcançar a final pela primeira vez.
Anteriormente acabaram eliminados por Benfica e Sporting, nesta fase da prova. O momento é marcante e o treinador lamenta a falta de público nas bancadas.
"Eu acho que os adeptos são quase tudo para as modalidades coletivas. O mais difícil é mesmo jogarmos sem eles, diria até que isso é mesmo o sal que falta para conseguirmos desfrutar mais dos jogos. É uma frustração jogar com os pavilhões vazios, mas queremos dar uma alegria à distância e é essa a responsabilidade que assumo e que quero atingir", explicou Ricardo Lobão, salientando que neste tipo de jogos "não se jogam, ganham-se".
O outro jogo da meia-final vai opor o Braga/AAUM ao Portimonense.