"Não podemos permitir que um nicho de gente, que se alimenta do futebol, crie este clima"
Pedro Proença foi questionado sobre o problema da violência no futebol, tendo como exemplo recente as agressões na Assembleia Geral do FC Porto e os confrontos com adeptos do Benfica em Espanha.
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Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, reforça que a violência no desporto é um tema que preocupa o organismo que rege o futebol profissional português e explica que as pessoas que vão assistir a um jogo têm de ser identificadas, de forma a evitar problemas de violência futuros.
Questionado sobre os episódios recentes de agressões na Assembleia Geral do FC Porto e de desacatos com adeptos do Benfica em San Sebastián (confrontos com apoiantes da Real Sociedad e tochas lançadas para a bancada dos adeptos espanhóis), em entrevista à Tribuna Expresso, Pedro Proença afirma que não se pode continuar a permitir que um pequeno número de pessoas crie "este clima que divorcia as pessoas do futebol".
"O tema da violência do desporto tem tido, por parte da Liga, um papel central no eixo daquilo que nós queremos para a nossa atividade. As últimas alterações da Lei da Violência, embora tenham existido algumas alterações significativas, ficaram muito aquém daquilo que eram as nossas expectativas. E falo, por exemplo, da bilhética centralizada e nominativa, que era um tema que a Liga defendia há muito e que continuará a defender. Nós temos que perceber que quem vai a um espetáculo desportivo tem que estar absolutamente identificado. Isso acontece na Champions, nos Campeonatos do Mundo, nos Campeonatos da Europa. Porque se nós não tivermos a verdadeira coragem de mexer neste tema da violência, aquilo que nós não vamos conseguir, de certeza, é que as famílias voltem novamente aos estádios. Nós não podemos permitir que um pequenino nicho de gente, que se alimenta do futebol, possa criar este clima que divorcia as pessoas do futebol. Porque o futebol não é isto, 98% das pessoas que vai ao futebol vai para ver uma atividade de entretenimento que, por acaso, é o futebol, vai para ter uma boa experiência, para ir a um jogo onde cria emoções", vincou.