Rúben Fonseca foi promessa no Tondela e agora dá cartas na Roménia. Ambições grandes no Hermannstadt
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Avançado forte com números impressionantes no seu processo de formação, no Feirense e Tondela, Rúben Fonseca é um português recentemente emigrado, trabalhando pelo reconhecimento e com sede de conquistas na Roménia, ao vincular-se ao Hermannstadt, um emblema ainda recente da cidade de Sibiu, que tem vindo a procurar ganhar relevo com muitas contratações em solo nacional, como foram casos de Pedro Moreira, Cristiano Figueiredo, Afonso Taira, Yazalde ou David Caiado.
A antiga promessa do Tondela aceitou o repto romeno e já correspondeu com quatro golos em dezassete jogos, encontrando-se a mostrar serviço nos amigáveis da pausa de inverno.
"Surgiu a oportunidade mas, inicialmente, não foi fácil, pois nunca tinha saído de Portugal. Foi uma mudança difícil e uma decisão complicada de tomar. Tenho estado focado em fazer as coisas bem, treinar no limite e tentar aperfeiçoar os aspetos em que sou menos forte", declarou Rúben Fonseca, de 23 anos, assimilando diferenças de estilo entre o que era jogar na Liga 2, 33 jogos na época transata pelo Tondela, e o futebol romeno. "Encontro semelhanças na competitividade entre as equipas, qualquer uma pode vencer um determinado jogo, mesmo estando na cauda e enfrentando os primeiros. A mudança de chip foi mais mental, por esta fora de Portugal, passar muito tempo sozinho. Interiorizei algumas coisas importantes no meu crescimento", realçou o avançado, vencendo tempos de solidão em Sibiu, apesar de ter com ele um português que lhe traduz tudo.
"A maior preparação passa por acreditares em ti, estares sempre forte psicologicamente, perante um novo país, nova língua e nova cultura. Não dá para habituar de um dia para outro. Tenho de falar muito com a minha família, amigos, empresa de agenciamento que engloba várias pessoas com quem tenho proximidade muito grande", atestou Rúben Fonseca, orgulhoso dos seus predicados goleadores.
"Sempre gostei de fazer golos, sendo ponta-de-lança é o que me exigem e o que procuro fazer. Mas, mesmo assim, não posso ser só definido por golos, embora reconheça que os números são muito importantes. Focado em crescer, em marcar o máximo que puder, ambicionando coisas maiores", expressou o atacante do Hermannstadt, desejoso de tocar em algum troféu. "Estou aqui por reconhecimento mas também títulos. Ainda estamos envolvidos na Taça e se já estamos nos quartos-de-final, é algo com que devo sonhar. A Liga é mais difícil mas sabe-se que não há impossíveis. O reconhecimento virá naturalmente, é algo muito importante", acrescentou o jogador natural de Santa Maria da Feira, estreado na Liga pelo Tondela, em 2019/20.
Triste por ter abandonado Portugal. "É um sabor agridoce como se costuma dizer. Marcou-me muito deixar o meu país, onde sempre ambicionei jogar. Estreei-me na Liga mas não tive a continuidade esperada. Ficou um sabor de felicidade e crescimento. Espero regressar um dia e fazer história no nosso campeonato. Seria o que mais me realizaria. Nunca se sabe, fundamental é evoluir bem na Roménia", destacou Rúben.
Paolo Medina e Rúben Fonseca têm em comum um passagem pela formação do Benfica em anos diferentes
Muito acarinhado em Sibiu, ostentando camisola 99 no relvado, o atacante mostra-se agradado com o número que exibe nos relvados romenos. "Eu sempre gostei do 9 mas o 99 foi escolha do meu empresário. Agora tenho muito carinho por ele", desvendou, agradecendo nestes primeiros meses a ajuda de um defesa mexicano de 24 anos, que chegou a passar pela formação do Benfica e cumpre segunda época no Hermannstadt.
"Tenho um amigo que é o Paolo Medina, que jogou na formação do Benfica, tal como eu. É mexicano e, na verdade, entendo-me muito bem com ele, tem sido muito importante na minha integração e é quase como um tradutor para mim, pois está à vontade em várias línguas e ajuda-me bastante", concretizou Rúben Fonseca, ainda apalpando o terreno por terras romenas. "Conhecia algo da liga mas não acompanhava, tenho como referências o Steaua e o Cluj pelo que vão fazendo e pela história. Pouco mais que isso..."