Zé Manuel é uma festa

O último jogo do Boavista no Bessa não podia ter tido melhor desfecho para uma época de intenso sofrimento, sobretudo em casa, onde tardaram os bons resultados. Um golo de Zé Manuel sentenciou uma vitória que colocou o União da Madeira a fazer contas e a torcer para que não tenha de equacionar possibilidades com o V. Setúbal e Tondela, num desempate a três.

Pela intensidade nos minutos iniciais, o União da Madeira fez passar a ideia de uma equipa determinada a resolver para o seu lado o jogo. O cabeceamento de Élio Martins, na sequência de um canto de Breitner, foi uma espécie de fogo fátuo, que não chegou a mexer com os nervos do combativo Boavista. Erwin Sanchez colmatou a ausência do capitão Idris, castigado, com Anderson Carvalho e fez estrear Samu, encostando-o à ala esquerda. O meio-campo dos axadrezados não se ressentiu com a alteração; ao contrário do União da Madeira que acusou a falta de Amilton, Gian (castigados) e de Danilo Dias, que se sentiu indisposto, antes do jogo. E para complicar a situação, Norton de Matos teve de tirar Miguel Cardoso, devido a lesão, aos 34", e no minuto seguinte, houve razões para Élio Martins reivindicar falta na área do Boavista. Não foi difícil para os locais assumirem o controlo e aproveitar a previsibilidade do adversário. Sobre essa matéria, Zé Manuel mostrou ser mestre pelo seu sentido de oportunidade, perante um alívio mal calculado do guarda-redes Gudiño que lhe colocou a bola a jeito para marcar o golo. O erro saiu caro aos madeirenses e elevou a tranquilidade do Boavista.

A segunda parte arrancou com um bom remate de Zé Manuel a passar muito perto da baliza, enquanto o União estava ainda lento a reagir à desvantagem que não interessava para a discussão da permanência. O sinal de alarme soou apenas para os derradeiros 20 minutos, altura em que Norton viu a equipa decidida a apertar a defesa axadrezada, mas na baliza estava Mika, em grande.