Viúva recorda Pedroto: "As palavras proferidas hoje valer-lhe-iam acusações de divisionismo e outros insultos"
Cecília Pedroto revelou um discurso proferido pelo antigo treinador do FC Porto nos rescaldos do título nacional conquistado pelos dragões em 1979
Corpo do artigo
Cecília Pedroto, viúva de José Maria Pedroto, recorreu às redes sociais para salientar um discurso que o antigo treinador do FC Porto proferiu nos rescaldos do título nacional conquistado pelos dragões em 1979.
“As palavras que se seguem, proferidas, hoje, pelo seu autor - José Maria Pedroto - valer-lhe-iam, por parte de alguns, acusações de divisionismo e outros insultos. Para aqueles, como eu, que optaram por estudar o alcance do seu pensamento, significam a prova da genialidade que o caracterizava. Édouard Seidler, editor do jornal L'Équipe, que as recolheu e coligiu nas suas Memórias (cujo manuscrito tive a felicidade de consultar nos reservados da BNF), em nota à margem, escreve este comentário às afirmações do Mestre: "uma lição de História"”, começa por escrever.
“Estávamos em 1979, no rescaldo dos festejos do título, disputado taco a taco com o Benfica. José Maria Pedroto, em jeito de balanço, deixa um aviso à estrutura dirigente: "Chegamos aqui depois de uma longa caminhada. Este lugar foi conquistado a custo. Se não formos capazes de o manter, o que temos de fazer é olhar para nós próprios e perceber onde erramos. "Desafiado pelo editor do “L’ Équipe” – Édouard Seidler – a explicitar a sua ideia, Pedroto expressou-se de modo claro e inequívoco, como era seu timbre: “As vitórias de um clube dependem, sobretudo, da sua capacidade de construir uma estrutura ganhadora. Vou mais longe: da capacidade e competência em construir e a manter e, se existir necessidade disso, não ter receio em reconstruir ou deixar que outros, possuidores de uma visão de futuro, assumam este papel. A história não é benevolente com quem não reconhece a sua evolução e se mantém refém do passado”. Atual, sem dúvida. A.P, 19/11/2023…Muito grata e sensibilizada amigo Alcino Pedrosa, um ilustre historiador”, pode ler-se.
É de referir que a publicação conta com “gostos” de nomes como Sérgio Conceição e André Villas-Boas, a título de exemplo.