Impulsionado pelo mesmo onze do jogo com o Rio Ave, o Braga foi realmente diferente pela eficácia de Éder e Rafa. O Olhanense apenas sonhou graças a Regula
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Mais do mesmo foi a melhor das estratégias que Jesualdo Ferreira poderia ter tomado em Olhão, com o claro objetivo de apurar o Braga para os oitavos de final da Taça de Portugal. Como? A equipa vinha da quarta derrota consecutiva para o campeonato e o treinador não arranjava melhor solução do que apostar, pela primeira vez, no mesmo onze inicial do jogo com o Rio Ave? Talvez arranjasse, mas provavelmente o êxito não seria o mesmo, ou pelo menos acompanhado do mesmo "score": um golo de Éder e dois de Rafa, contra apenas um disparo certeiro de Regula.
Retirado, com bisturi, o sensacional golo de Tarantini do jogo com os vila-condenses, a equipa bracarense deu ao professor mil e um motivos para pensar que estava ali o melhor núcleo e a aposta na repetição praticamente correu às mil maravilhas no José Arcanjo. Só não roçou a perfeição, porque o azar do Olhanense (a substituição forçada de Jander, devido a lesão) permitiu a Regula saltar do banco de suplentes para repor a igualdade no marcador no começo do segundo tempo, quando se aguardava, antes, mais um golo dos visitantes. Para trás, havia ficado a ressurreição do artilheiro Éder, logo no primeiro lance da partida, e o festival do costume de oportunidades perdidas, com o capitão Alan, ao contrário do que é habitual, a assumir um estranho protagonismo a disparar para as nuvens.
Com Dionisi (assistiu Regula no 1-1) a destoar pelo talento e criatividade, a equipa algarvia, agora nas mãos de Paulo Alves, rendeu-se desde o começo ao poderio dos bracarenses e, talvez por isso, Jesualdo Ferreira fez questão de não mexer até aos 90 minutos, gastando apenas duas substituições, pois a equipa tinha mais posse de bola e desenvolvia ataques com a maior das facilidades. Por falta seguramente de melhores argumentos, Paulo Alves fez mais ou menos o mesmo, talvez na esperança de segurar a igualdade até à decisão das grandes penalidades.
Sempre muito próximos da defesa, Celestino e Pelé pareciam esponjas a absorver lances ofensivos dos bracarenses, mas não chegavam para todas as despesas, especialmente para o endiabrado Rafa, que tanto aparecia como desaparecia no flanco esquerdo, deixando absolutamente à nora o lateral (adaptado) Vítor Bastos.
As diagonais do ex-Feirense rasgavam cada vez mais a organização defensiva do Olhanense, enquanto Éder, Alan, Rúben Micael e até Luiz Carlos cresciam como um tufão na direção da baliza. O Olhanense recuava, quase pedia súplica, até que Rúben Micael só teve de soltar Rafa para este fugir para o centro e quase colar o guardião no fundo das redes com a bola nas mãos. Já nos descontos, foi o golpe de misericórdia, com o mesmo protagonista, que, por entre toques de habilidade, meteu Pelé, Diakhité e o infeliz Belec no bolso antes de atirar para uma baliza deserta.