Bruno de Carvalho indignado
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A alegada indiferença demonstrada pelos intervenientes no negócio que levou o avançado internacional argelino Nabil Ghilas do Moreirense para o FC Porto, face ao direito de preferência que o Sporting tinha desde janeiro sobre o jogador [ver peça à parte], levou o presidente do Conselho Diretivo dos leões, Bruno de Carvalho, a criticar de forma dura as duas instituições e o processo em si, considerando-o como "vergonhoso e um ato de má-fé". O líder leonino revelou, ontem, depois da visita à nova Loja Verde do clube, em Alvalade, que quando o "Sporting manifestou de forma clara que pretendia exercer o respetivo direito de preferência, o jogador já tinha assinado tudo acertado com outro clube", no caso o FC Porto.
Disparando que "há clubes grandes que de facto são grandes, outros que são grandes, mas não são grande coisa", aplicando o mesmo raciocínio a "clubes pequenos que têm alma de grandes e outros que nem sequer deviam existir", Bruno de Carvalho explicou o processo: "O que aconteceu foi que quando chegámos, fomos claros ao manifestar que queríamos falar com o jogador e exercer esse direito de preferência, mas quando nos chega o pedido por parte do Moreirense o jogador já tinha acertado tudo com outro clube. Isto não é um acordo de preferência, é má-fé, porque se deixaram que o jogador já tivesse a cabeça preparada para um clube, não tenho dúvida nenhuma que era quase impossível exercer o direito de preferência. É o futebol português. É por isso que o Sporting se tem batido. É por isso que temos relações com uns clubes e não com outros."
O presidente leonino deixa reparos à forma como o acordo de preferência foi elaborado, considerando "mal feito no que à defesa dos interesses do Sporting diz respeito", pois, advoga, o mesmo "precisava da anuência do jogador e não continha o valor da cláusula de rescisão", mas nem isso invalidou o ataque. "As pessoas não podem vir falar em honra quando fazem um processo nas costas do Sporting, com o qual tinham um acordo. Se andaram a mudar cláusulas de rescisão deviam ter informado o Sporting, se havia clubes interessados também devíamos ter sido os primeiros a ser informados. Só depois de a Comunicação Social ter escrito que Ghilas tinha acordo com o FC Porto é que o Moreirense enviou uma carta a perguntar se queríamos exercer o direito de preferência, nós dissemos que sim, mas que nos explicassem como, já que tinha sido permitido que outro clube chegasse a acordo com o atleta. Ora, o Moreirense respondeu-nos imediatamente, a carta devia estar mesmo ao lado, a dizer que Ghilas queria ir para o FC Porto, lá foi ele a correr e a saltar para o estágio. Isto não é um direito de preferência, mas sim uma vergonha", disse, afirmando, sem especificar os valores, que Ghilas foi transferido por "um valor bem acima da cláusula de rescisão de três milhões de euros". "Claro que não tínhamos interesse no jogador se ele dissesse que não queria vir para o Sporting, mas não vale a pena enganarmo-nos uns aos outros com acordos que não são para cumprir", concluiu.