Paulo Fonseca falou, mas também ouviu. Debate em grupo sobre os erros cometidos no Estoril terminou com a conclusão geral de que é preciso jogar mais e jogar melhor. Consensual também a ideia de que a assimilação dos novos processos ainda não está totalmente conseguida e que precisa de tempo, mas que há que reagir depressa
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Na ressaca do empate com o Estoril, Paulo Fonseca passou a pente fino as incidências do jogo, subindo ao relvado do Olival já 50 minutos depois da hora agendada para o início do treino que marcou o arranque da preparação para a receção ao V. Guimarães. O plantel e a equipa técnica estiveram reunidos no balneário para analisar ao pormenor o que esteve na origem dos dois pontos perdidos no António Coimbra da Mota e todos assumiram o mau futebol apresentado, apontando situações nos processos defensivos e ofensivos que devem ser corrigidas nos próximos jogos.
Sem individualizar, antes apontando a dinâmicas coletivas, Paulo Fonseca apontou questões em relação às quais acredita que a equipa só será capaz de dar resposta num futuro próximo, porque nem tudo flui ainda no coletivo como o treinador deseja, pelo que alguns problemas surgiram contra o Estoril por causa da assimilação de várias situações que ainda não foi totalmente feita. No entanto, foram flagrantes os problemas defensivos e a falta de consistência apresentada que o Estoril soube aproveitar para recuperar duas vezes no marcador. No extremo oposto, no ataque, a questão do último passe e as dificuldades de penetração evidenciadas também foram assuntos focados.
Nesta análise, os jogadores puderam usar da palavra (e fizeram-no) para dar uma opinião sobre as questões levantadas para ajudar a melhorar o futebol da equipa, afastando da discussão as questões relacionadas com a arbitragem de Rui Silva. Apesar dos jogos no Estoril serem tradicionalmente difíceis para o FC Porto e de terem custado os primeiros dois pontos da temporada na I Liga, todos concordaram que teriam de se empenhar mais na defesa das cores do clube para limpar a imagem cinzenta deixada, especialmente nos dois últimos encontros, onde a equipa não conseguiu apresentar o futebol capaz de seduzir os adeptos, precisamente uma questão que Paulo Fonseca tinha assumido antes do jogo com os canarinhos e em que ele próprio insistia na obrigação da sua equipa em tentar dar espetáculo.
O próximo jogo com o V. Guimarães, mas sobretudo o que aí vem com o Atlético de Madrid, para a Liga dos Campeões, deverão testar a nova atitude que a equipa promete apresentar daqui em diante. Um teste aos resultados da terapia de grupo.