Julio Velázquez não equaciona regressar a Espanha. Recebeu um convite de um clube da I Liga vizinha, mas renovou com o Belenenses até 2018
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Julio Velázquez preconiza um futebol de posse de bola e a jogar na área contrária, não dando espaço aos adversários nem a perguntas incómodas, respondidas quase sempre de forma diplomática. O treinador espanhol não comentou a polémica entre o clube e a SAD nem levantou o véu em relação à época que se avizinha.
Chegou em dezembro para assumir os destinos do clube. Em 21 jogos, soma igual número de vitórias, empates e derrotas: sete. Que balanço faz?
-Pessoalmente, estou muito satisfeito como as coisas me estão a correr. Feliz no clube, na cidade, sinto-me querido e isso é mais importante. Em relação ao lado profissional, a época pode classificar-se de excecional, pela forma como estamos a conseguir as coisas. Chegámos aqui a meio da época, pouco antes de terminar a primeira volta do campeonato, e fomos capazes, graças à disponibilidade do grupo, de definir um modelo de jogo, que é reconhecido, e alcançar os nossos objetivos. Agora, se quer falar de números, temos de recordar que estávamos a três pontos da descida e agora estamos no meio da tabela, a 13 pontos da linha de água. Portanto, já assegurámos, matematicamente, há algumas semanas o objetivo do clube e vamos terminar o campeonato de forma estável, sem sobressaltos e isso tem valor.
A defesa é que continua a sofrer muitos golos...
-Quando chegámos, já era a pior defesa da prova e não basta carregar no botão e já está. Tirando as goleadas sofridas com Sporting e Benfica, os outros jogos foram sempre equilibrados. Não me orgulho da média, mas melhorámos muito. E prefiro fazer um balanço mais geral e hoje todos sabem que o Belenenses tem um padrão de jogo.
Como se motiva uma equipa quando já nada tem a ganhar?
-Não estamos nos regionais, na quinta divisão. Somos profissionais e todos viram como nos batemos no último jogo. Aliás, depois de garantida a manutenção, fomos vencer a Setúbal. E estarmos tranquilos nesta altura é o maior feito.
Parece que não é muito dado a sistemas de jogo. É assim mesmo?
-Não acredito em nada disso, mas sim em dinâmicas de jogo e na forma como se reage às incidências do jogo. É preciso saber o que fazer com e sem bola porque um jogo implica sempre movimento.
Mas percebe-se que é adepto da posse de bola.
-Jogamos sempre de forma a poder controlar as incidências da partida e, de preferência, o mais longe possível da nossa baliza. A partir daí, cada jogo tem um plano de atuação, um plano estratégico, porque cada adversário tem as suas particularidades. Portanto, os meus jogadores têm de estar preparados para mudar de posição em função do que vai acontecendo.
Apanhou uma equipa a meio, mas já atingiu o objetivo. E como será para a próxima época?
-A meio? Quando um treinador diz que a equipa não é sua, está morto. Os processos estão sempre a mudar e entraram vários jogadores em janeiro. O futebol é dos jogadores e dos fãs e nós estamos aqui para tentar ajudar, organizar e gerir. Vamos ver com a estrutura o que é possível fazer.
Renovou até 2018. O clube não ambiciona um título?
-É impossível. É um absurdo pedir títulos, porque temos um dos orçamentos mais baixos da Liga. Vamos é ver que plantel teremos porque o objetivo é a manutenção. Esta SAD salvou a equipa da extinção e não queremos é descer.
Um entendimento entre a SAD e o clube podia ajudar.
-Não vou falar sobre isso.
"Recebi um convite de um clube da I Liga de Espanha"