Numa conferência de imprensa quente, o treinador dos arsenalistas saiu em defesa de Rúben Micael, revelou a convicção de que continuará no clube na próxima época e apontou Jorge Jesus como o melhor técnico da Europa
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Visivelmente agastado com as notícias que têm dado conta da mudança de treinador no Braga e até com uma que entendeu que tinha colocado em causa o carácter de Rúben Micael, Jorge Paixão explodiu logo na primeira pergunta da conferência de Imprensa de antevisão do jogo com o Marítimo. Aliás, do encontro de hoje pouco se falou face à vontade do treinador em defender o trabalho que desenvolveu nos arsenalistas e que o leva a acreditar que irá continuar na próxima época. A finalizar, ainda elogiou o amigo Jorge Jesus.
Agora que está tudo decidido, o que se pode esperar do Braga nestas duas jornadas?
Antes de mais, queria manifestar o meu desagrado, e de todos no balneário, sobre uma notícia que coloca em causa o carácter de um profissional de futebol, de um internacional português, de um símbolo de uma região e de um jogador que tem ajudado o Braga no seu crescimento. Quando se fala dos jogadores do Braga, tenho de os defender e não admito a ninguém que coloque em causa qualquer tipo de situação. O Rúben Micael é um excelente profissional, um excelente jogador, com provas dadas no futebol, é internacional e o que tem feito no futebol fala por ele. Não precisa que o venha defender, mas como líder do grupo tenho de assumir essa responsabilidade e lamento que essas notícias saiam. Quando quiserem escrever alguma coisa, escrevam sobre o treinador, não o façam sobre os jogadores. É preciso perceber que, por detrás de um treinador ou de um jogador, há uma família e um ser humano.
Como se motiva os jogadores para estes dois jogos?
É o meu trabalho. Tenho crescido todos os dias e hoje sinto-me mais treinador, porque não é fácil motivar o grupo, ainda por cima quando saem notícias falsas todos os dias que dizem respeito ao futuro do clube, entra as quais a da minha saída. Sou treinador do Braga, acredito que para o ano serei treinador do Braga...
...está a falar a sério?
Sim, estou. Tenho condições para ser treinador do Braga e, até ao dia em que me disserem que não o serei, acreditarei sempre que vou continuar aqui, porque tenho condições e competência para tal. No dia em que me disserem que não continuo, continuarei a ser fã e a ter uma grande paixão por este clube e, se calhar, o meu objetivo será voltar um dia aqui. Em relação à motivação dos atletas, tem que ver com essa faceta que tenho melhorado, porque não foi fácil, a seguir à eliminação da Taça de Portugal, com todas as notícias que saíram em relação ao treinador, apresentarmo-nos em Setúbal da maneira como nos apresentámos: com aquela capacidade de sacrifício, sofrimento e tudo o que conseguimos colocar no jogo. Mesmo com todas essas adversidades, trouxemos um resultado positivo. O Marítimo é um adversário complicado, difícil, mas queremos dar uma demonstração de que estamos vivos e que temos a qualidade que muita gente põe em causa. Queremos dignificar o clube e dar uma pequena alegria no último jogo em casa aos nossos adeptos, que, esses sim, são espetaculares e têm o direito de mostrar o desagrado quando as coisas não correm bem, porque sofrem connosco e estão connosco, perdendo ou ganhando, com chuva ou com sol.
Não acredita que a desilusão será maior na hora da saída?
Desilusão porquê? Uma coisa é acreditar, outra é estar iludido. Se não for eu o treinador, continuarei com o objetivo que é de um dia voltar a esta casa. Agora, continuo a acreditar que tenho condições; contra tudo e contra todos. Tenho a minha convicção, acredito muito no que posso fazer e acredito que o que tenho feito neste clube é muito positivo. As pessoas que trabalham comigo sabem disso e as pessoas que têm de fazer essa avaliação, fazem-na de forma séria e sabem a capacidade que tenho demonstrado.
Na última semana apelou para que os outros responsáveis pela má época do Braga dessem a cara...
Eu não disse isso; devem ter interpretado mal. O que disse foi que não era o único responsável. Apenas assumia a parte que me tocava e depois de ter entrado. Como é lógico, há outros responsáveis. Falei de determinada forma e quiseram empolar a questão. O problema é que, quando falo, querem logo criar uma polémica e fazer sangue. Quem será? Será o presidente? Será este ou aquele? Apenas disse que assumia e não que, pelo facto de assumir, os outros o devessem fazer. Nem estou a falar em outros. Eu assumo a minha parte e não fujo. Quem mais tiver responsabilidade, que assuma. Ainda há pouco tempo falaram num ambiente terrível, difícil... Até parece que vieram aqui e bateram em alguém. Depois disseram que invadiram o treino; nunca vi ninguém fazê-lo. Até parece que estamos no faroeste.