Paulo Fonseca assinou por duas temporadas e fica com uma cláusula de 15 milhões de euros. Não prometeu títulos, mas diz que é melhor treinador do que foi jogador e que chega ao Dragão na altura ideal
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Longa se tornou a espera, mas às 13h34 de ontem, Paulo Fonseca rubricou, finalmente, o contrato que o vai ligar ao FC Porto nas próximas duas temporadas. Em direto e a cores no Porto Canal, ficou ainda a saber-se que o treinador está protegido por uma cláusula de rescisão de 15 milhões de euros, idêntica à que Abramovich pagou para levar Villas-Boas para o Chelsea. Agora, vai terminar o curso de treinadores UEFA PRO (nível IV) e no dia 1 de julho apresenta-se no Olival para o arranque da pré-temporada.
"É um orgulho, uma sensação maravilhosa poder representar o FC Porto, o campeão nacional. Não podia estar mais satisfeito do que estou neste momento", começou por dizer em declarações ao canal dos dragões. O ex-treinador do Paços de Ferreira admitiu que chegou a sentir "alguma ansiedade" nos últimos dias, mas garantiu que geriu bem as emoções. Aos portistas definiu-se como um treinador ambicioso e explicou o que espera da sua equipa. "É fundamental que possamos gerir o jogo com bola. Temos de ser uma equipa dominadora, que joga constantemente instalada no meio-campo adversário e no FC Porto isso tem de ser uma realidade porque deparamo-nos muitas vezes com situações difíceis, onde há falta de espaço. Temos também de ser uma equipa altamente pressionante e para isso acontecer temos de ser solidários e unidos. Mas essa é também uma das marcas do FC Porto a que quero dar continuidade", referiu.
Paulo Fonseca vai render Vítor Pereira, que venceu dois campeonatos perdendo apenas um jogo. A responsabilidade é grande, mas o técnico diz-se pronto para o maior desafio da sua carreira. "Aqui o compromisso com a vitória é permanente. Nesta casa respira-se o ar contagiante da vitória. Aqui vencemos ou vencemos e estou preparadíssimo para encarnar neste espírito. Estou motivadíssimo para dar continuidade à senda de grandes vitórias que o FC Porto tem vindo a conseguir", assegurou, antes de recordar a sua breve passagem pelos dragões, na década de 90, quando assinou por quatro temporadas, mas nunca jogou pelo clube. "Acredito muito mais no Paulo Fonseca como treinador do que acreditava como jogador. Sendo o mais honesto possível, parece-me que ao Paulo Fonseca jogador lhe faltava alguma coisa para poder representar o FC Porto. Agora, parece-me que é o momento ideal para chegar a esta posição", frisou.
A terminar, não escondeu a satisfação pelos constantes elogios que os seus antigos jogadores lhe têm feito nos últimos tempos. "A maior recompensa para um treinador é ver reconhecida a competência por parte de quem trabalha consigo. É o melhor prémio que podemos ter. Esta é uma profissão de relações intensas e gerir emoções nunca é fácil. Essa é a principal tarefa, hoje em dia, de um treinador: saber lidar com as emoções. É fundamental para o sucesso de uma equipa", concluiu.
