Técnico recupera a tese do "red line" em todos os aspectos para deixar para trás um colosso com laivos de camaleão, tal a versatilidade na forma de atacar
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Com um discurso semelhante ao explanado na primeira mão, Rui Vitória deixa perceber uma postura inicialmente mais expectante, de forma a perceber os alemães. Só depois a águia sacará das suas armas para tentar virar o 1-0.
Prevê-se que este seja mais um jogo de grande intensidade. O Benfica precisa de ganhar, mas também tem de evitar sofrer golos. Como se gere tudo isto?
-Temos de ser uma equipa a jogar dentro dos nossos limites. Nos limites da organização defensiva, porque sabemos que vamos encontrar uma equipa tremendamente difícil, das melhores do mundo, e candidata a ganhar esta competição. Joga em casa e fora da mesma maneira e vai causar-nos muitos problemas. E para além da organização defensiva, temos de ser atrevidos do ponto de vista ofensivo. Não vale a pena fazer grandes raciocínios porque perdemos e o Bayern Munique joga fora. Apesar de termos trazido a eliminatória para a Luz, o Bayern é um equipa habituadíssima a jogar este tipo de partidas. Temos de estar no "red line" da concentração, da aplicação, da intensidade e da dedicação.
Virar esta eliminatória é o maior desafio da temporada, até pelo que significa chegar às meias-finais da Liga dos Campeões?
-É evidente que estamos entre as oito melhores equipas da Europa e queremos passar esta eliminatória. É tremendamente difícil, logo tem um significado muito grande. Mas é mais do mesmo dentro do que temos vindo a fazer, que é lutar para ganhar. A nossa forma de estar é esta, sabendo que é uma jornada importante para todos nós.
Depois do jogo da primeira mão, já conseguiu decifrar o código para bater este Bayern Munique?
-Temos noção de que nesse jogo tivemos uma muito boa prestação a nível tático. Mas o Bayern Munique tem uma versatilidade tática enorme e um conjunto de recursos que lhes permite ir por outro caminho quando não resulta de uma determinada forma. Também sabemos isso e vamos tentar contrariar esse poderio, mas passa um pouco por entender... Muitos descodificam e veem, mas não há outro caminho: temos de esperar e ver, e depois colocar as nossas armas em campo. Temos de ver aquilo que o jogo do adversário nos está a mostrar e pôr em cima disso as nossas virtudes, que são boas e têm dado resultado.
Parece-lhe que o Bayern Munique tem sido mais defensivo, prevendo que a época será longa?
-O Bayern assenta o seu jogo num cariz muito ofensivo. Ter a bola, controlar o jogo e o adversário é uma das premissas deles. Não vejo a coisa de outra forma. Vejo uma equipa que tem feito sempre isto. E amanhã [hoje] vai querer fazer a mesma coisa. A nós, resta-nos contrariar esse poderio e pôr as nossas armas em campo.
Treinou os penáltis?
-Trabalhámos tudo, e os penáltis também, porque podem vir a desempatar a eliminatória.