"Substituir Garay é um desafio gigantesco"

Lisandro López ainda não venceu no futebol europeu, nem sequer vestiu a camisola de um dos grandes da Argentina, mas já tem os tiques de vedeta. Pelo menos no que a destino de férias diz respeito. Depois de Cristiano Ronaldo e Raul Meireles, agora foi a vez de o reforço do Benfica para a próxima época se ir banhar nas águas quentes de Miami, na Florida, Estados Unidos. A poucos dias de dar o maior salto da sua carreira, e enquanto goza os últimos momentos de descanso, o defesa-central de 23 anos revelou a O JOGO alguns traços da sua personalidade: autoconfiança, capacidade de liderança e muita humildade. Apresenta-se no Benfica no dia 8 e segue imediatamente para o estágio em França.

Sente-se preparado para ser o substituto de Garay, um dos centrais da seleção argentina, caso ele abandone o Benfica?

Sim. Se ele sair e se o treinador me chamar para o seu lugar, tratarei de o fazer da melhor maneira. Substituir Garay é um desafio gigantesco para mim. Ele fez sempre as coisas bem no Benfica e eu vou ter de estar ao seu nível. Quero muito experimentar jogar na Europa e ver como me dou. E sobretudo poder aprender.

Como descreve Garay como jogador?

Ele é muito completo. Sobe bem no terreno, é rápido, não deixa espaços, é forte no um para um e também marca golos. Na minha opinião, é um dos defesas mais completos do futebol argentino.

O Benfica já tem muitos argentinos no plantel. Isso vai ajudar?

Claro que é bom, porque me vai permitir adaptar-me de forma mais rápida ao clube, ao país e vai fazer com que não me sinta tão sozinho. Essa também é uma das razões que faz do Benfica uma boa opção para mim.

No Arsenal de Sarandí, já era capitão de equipa. Sente-se um líder dentro de campo?

No Arsenal, sentia-me efetivamente uma referência da equipa, mas havia outros; éramos todos uns miúdos humildes que torciam para o mesmo lado e desejavam ganhar jogos e troféus.

No Benfica, terá a possibilidade de jogar a Liga dos Campeões...

Vai ser incrível, só de pensar nisso fico arrepiado, pois foi sempre um sonho para mim poder jogar a Champions. Outro dos meus sonhos é jogar o Mundial'2014. Já fui chamado cinco vezes à seleção e estou convencido de que render numa liga mais forte, como é a de Portugal, me vai ajudar a concretizar também este sonho.

Qual o campeonato europeu de que mais gosta?

Vejo muito futebol e a liga inglesa é a que mais me agrada. Mas tanto Portugal como Espanha ou Itália têm um grande nível e gostaria de jogar em qualquer uma dessas ligas. Vou começar pela portuguesa [risos].

Já tinha tido a possibilidade de sair, mas o Arsenal não deixou. Acha que lhe fez bem ter ficado mais tempo no clube?

Faz um ano e meio que me marcaram como intransferível e isso foi bom, ficar tão jovem na equipa permitiu-me ganhar experiência, continuar a aprender, e agora estou mais homem e preparado para sair. Ganhei continuidade, somei muitas partidas na primeira liga, fiz jogos internacionais nas Taças e na seleção. Foi muito positivo.