Melhor ataque da prova ficou em branco >> O Sporting viu um golo anulado na primeira vez que não atirou a contar e tem a companhia de FC Porto e Benfica no topo da tabela. Jardim ainda recorreu ao plano B em noite de revolta em Alvalade
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O Sporting perdeu ontem a oportunidade de entrar em 2014 como líder isolado da tabela da I Liga, ao empatar com o Nacional, numa noite em que o melhor ataque do campeonato ficou, pela primeira vez em 2013/14, em branco, resultado que proporciona a igualdade aos três grandes no topo da classificação. Ou melhor, os leões até marcaram, festejaram a vantagem, mas viram o sucesso de Slimani ser anulado por Manuel Mota, o juiz da partida, numa decisão polémica que lançou sementes de revolta em Alvalade. Mas já lá vamos...
O encontro começou sem que os leões exibissem a intensidade competitiva de outras ocasiões, já que, apesar do domínio territorial, em parte consentido por um Nacional concentrado em povoar a sua metade do terreno, denotavam dificuldade em acionar as zonas de pressão sobre a saída de bola dos visitantes e falhavam etapas importantes no processo de construção. Assim, eram poucas as oportunidades de real perigo junto da baliza de Gottardi e só de livre - batido por André Martins, aos 16' - logravam obrigar o guardião dos visitantes a intervenção difícil. Valia, também, o bom trabalho dos centrais insulares, Miguel Rodrigues e Mexer, que evitavam que a bola chegasse a Montero quando o jogo exterior do Sporting se tornava demasiado para a resistência dos laterais, Zainadine, à direita - penou diante de Montero durante todo o primeiro tempo - e Marçal, à esquerda.
Leonardo Jardim jogou a sua primeira cartada arrojada logo ao intervalo: com André Martins tocado, negligenciou a possibilidade de trocar médio por médio, já que tinha Vítor sentado no banco, preferindo recorrer a Islam Slimani, no implementar de um plano B há muito reclamado por alguns observadores. Com dois homens na frente, o Sporting desguarneceu um pouco o meio-campo, mas passou a beneficiar de algumas situações de um-para-um na área do Nacional, uma das quais proporcionou ao avançado da seleção argelina uma cabeçada que parecia vitoriosa... até que Manuel Mota decidiu anular o golo. Ora, numa atuação que desde o início irritava as bancadas, esta decisão inflamou em definitivo Alvalade, numa ansiedade crescente que também não ajudou ao discernimento da equipa. Até ao final, os nervos imperaram, as oportunidades reais de golo foram escassas e o Nacional até podia ter retirado maiores benefícios da conjuntura, não fora o conservadorismo de Manuel Machado, que tudo procurou fazer para segurar o empate.
Apesar da polémica, a partida de ontem deixa à vista os motivos pelos quais Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, e Leonardo Jardim, seu treinador, evitam a todo o custo a conversa sobre a candidatura ao título. É que, quando a força do coletivo montado por Jardim tarda em produzir vantagem no marcador, o leão não pode contar com o número e calibre de individualidades desequilibradoras que estão ao serviço dos treinadores rivais no FC Porto ou no Benfica.
Ainda assim, admite-se a desilusão dos responsáveis verdes e brancos - enorme revolta e confusão no final da partida, com os ânimos exaltados, dirigidos a Manuel Mota -, já que o Sporting foi a única das equipas que ontem pisaram o relvado de Alvalade a procurar a vitória, enquanto, por seu turno, o Nacional deixa Lisboa com o resultado pretendido.