O avançado argelino tem sido lançado para reverter resultados negativos, tem correspondido e leva técnico a ponderar recorrer mais vezes ao dueto com o colombiano Fredy Montero
Corpo do artigo
Chegou a Alvalade em agosto, tendo perdido a pré-temporada e recuperando o atraso na preparação face aos companheiros já com a época em curso. Foi sendo chamado a intervir ao cair do pano de metade dos jogos da Liga, estreou-se a marcar na Taça contra o Alba e tem vindo sempre a faturar desde então - marcou também frente ao Marítimo e forçou o prolongamento na Luz, já nos descontos. Islam Slimani vai ganhando espaço na equipa de Leonardo Jardim e, face ao rendimento apresentado, em sintonia com Montero, pode mesmo levar o técnico que se socorreu do argelino para recuperar das desvantagens verificadas contra Marítimo e Benfica a reconsiderar o papel de "arma-secreta" do camisola 9, para o ver como alternativa efetiva para o ataque, em articulação com o avançado colombiano, passando a utilizar mais vezes o plano B, com os dois atacantes da equipa em campo. Eurico Gomes, técnico português profundo conhecedor do futebol argelino (orientou por duas épocas o MC Oran) é da opinião que a dupla tem tudo para continuar a render: Montero e Slimani não só se complementam como se recomendam.
"À semelhança do que sucede no FC Porto com Jackson e Ghilas, são jogadores que contrastam, mas complementam-se. Montero e Jackson, se calhar, não funcionavam bem juntos, assim como Slimani e Ghilas também não resultavam, mas a conjugação de jogadores mais cerebrais, de técnica apurada, de rasgo, com jogadores mais fortes, com presença na área, de desgaste, de choque pode resultar muito bem", considera Eurico Gomes, que ressalva o período de adaptação que Slimani ainda cumpre: "É um produto feito num país onde o futebol tem muita qualidade potencial, mas ainda não há grande cultura tática, não há preceitos básicos; e então ele precisa de tempo, está a aprender. Não é como o Madjer ou o Ghilas, que chegaram de França e já tinham outra estrutura. Mas tem um potencial muito grande e é muito, muito forte no futebol aéreo. Nesta altura, está a assimilar conceitos táticos com que nunca se deparou na carreira e é natural que esteja a ser lançado gradualmente, à medida que vai progredindo."
Apesar de a titularidade para o camisola 9 não ser perspetivada por Eurico Gomes no imediato - "Pela qualidade e o rendimento apresentado por Montero, pode não ser já imprescindível no onze, e para o Sporting é uma mais-valia ter no banco um elemento como Slimani para resolver" -, o técnico encara uma maior afirmação do argelino no futuro: "Ele é muito, muito forte no jogo aéreo. O Cardozo, por exemplo, é muito forte com o pé esquerdo, mas não é tão bom como Slimani de cabeça, que é mortífero. Além disso, segura muito bem a bola, ajuda nas pausas e no momento do desdobramento defesa-ataque, permitindo que a equipa suba em bloco... ou que Montero ganhe posição."