Alex Sandro garante fidelidade ao dragão e conta a O JOGO como passou a sentir de uma forma especial o FC Porto. Mas diz mais: nem consegue imaginar como teria sido se tivesse optado por assinar pelo Benfica...
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O ar descontraído com que encara os adversários em campo foi o mesmo que utilizou para conversar com O JOGO. Mais do que um balanço da última época, Alex Sandro conta o que espera da próxima. Nesta entrevista, deixou ainda uma garantia: vai continuar a vestir de azul e branco pelo menos mais um ano.
Depois de um primeiro ano em que não foi titular indiscutível, sentiu um sabor especial com o último título por ter jogado mais?
É lógico que qualquer jogador se sente sempre mais feliz quando está a jogar e tem a possibilidade de participar em todos, ou quase todos, os jogos. Senti-me importante para a equipa e pude ajudar mais, mas o significado do título é o mesmo. Fico feliz sempre que ganho. Valorizo todos os títulos, porque todos têm uma história diferente, mas também porque cada clube é especial. No Santos, também foi especial. O que me interessa é que consegui vencer mais um título para o meu currículo e isso é o mais importante para mim.
Pode garantir aos adeptos que vai continuar na próxima época?
Sim, vou continuar. O meu pensamento está apenas no FC Porto. Estou a gostar muito de estar no FC Porto, porque é um clube que oferece uma grande tranquilidade para os jogadores trabalharem e evoluírem. Por isso quero continuar a ser jogador do FC Porto na próxima época; é lá que tenho a minha cabeça e não penso em sair já.
Há dois anos esteve para assinar pelo Benfica...
É verdade que sim, e agora tenho a certeza de que fiz a opção certa. Naquela altura, e enquanto se estava a negociar, tentei saber tudo sobre os dois clubes... Fui para a internet, vi o histórico, os jogadores das equipas, os antigos jogadores... E depois de analisar percebi que o melhor para mim era mesmo o FC Porto. Dois anos depois tenho a certeza de que fiz a escolha certa. Agora não há como pensar que poderia estar no Benfica. Neste clube, com o que se vive, o que se ganha, comecei a transformar-me num soldado do FC Porto. Não me consigo imaginar do outro lado e agora sinto-me um soldado do FC Porto.
Qual é a diferença ou diferenças entre o FC Porto e o Benfica?
Não posso falar muito sobre o Benfica, porque não sei o que se passa lá dentro, no dia a dia do clube. Sei que eles têm uma equipa forte e não foi por acaso que conseguiram chegar à final da Liga Europa. Chegaram lá por mérito e também conseguiram discutir o campeonato português até à última jornada. No entanto, sinto que no FC Porto a vontade de vencer é maior. Aqui, e apesar de já termos vencido os últimos dois campeonatos antes deste, queremos vencer sempre mais e não perder aquilo que já nos pertence. E por isso é que somos tricampeões. A diferença talvez esteja na forma como encaramos determinados jogos, com maior vontade e sentido de responsabilidade.
Por vezes, mesmo em situação delicadas, tenta sair sempre a jogar. Já se apercebeu de que isso cria alguma ansiedade nos adeptos?
Antes de ser defesa, fui avançado e médio... Tenho a tendência para sair sempre a jogar, porque sou mesmo assim. Sempre treinei muito aqueles lances e tenho confiança nas minhas capacidades. Se calhar, na Europa não é muito habitual ver os defesas a fazer aquilo e talvez por isso os adeptos fiquem um pouco nervosos [risos]. Mas sinto confiança em mim, e também nos meus companheiros, porque sei que, se um dia falhar, eles estarão lá para corrigir o meu erro. Sobretudo se for o Mangala a estar por perto [risos]...