Miccoli aposta no 19. Jogou na Juventus e no Benfica, mas torce pelas águias, que podem surpreender com o hispano-brasileiro
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Tinha 26 anos quando vestiu pela primeira vez a camisola do Benfica por empréstimo da Juventus. A temporada (2005/06) na Luz correu tão bem que Fabrizio Miccoli não pensou duas vezes quando lhe foi endereçado o convite para voltar ao clube no ano seguinte. Na Juventus, não havia espaço para o "Maradona de Salento" e os encarnados acolheram-no de braços bem abertos.
Aos 34 anos, ainda vai marcando golos (13) na 3ª divisão ao serviço do Lecce, clube mais conhecido da região onde nasceu.
Jogou na Juventus e no Benfica. Vai torcer por quem no jogo de quinta-feira?
Preferia que o Benfica e a Juventus se encontrassem apenas na final. Quis a sorte que fosse nas meias-finais e, assim sendo, irei torcer pelo Benfica porque foi o clube que me recuperou quando a Juventus não me quis.
Conhecendo tão bem os dois clubes, o que é que o Benfica tem de fazer para passar a eliminatória?
É muito difícil dizer... [risos]. Trata-se de uma final antecipada porque vão estar em confronto as duas melhores equipas desta competição. Quem vencer esta eliminatória, não tenho dúvidas, irá ganhar a Liga Europa. Não estou a ver o Sevilha ou o Valência ganharem ao Benfica ou à Juventus.
Mas imaginemos que o Jorge Jesus lhe pedia ajuda. O que diria ao treinador do Benfica?
A Juventus é uma equipa muito agressiva, muito rápida e perigosa com bola. Não tem pontos fracos. Em Itália, não há nenhuma equipa que consiga jogar com tanta intensidade como eles e por isso estão como estão. O Benfica tem de tentar jogar com a mesma intensidade que a Juve para ter mais possibilidades de chegar à final.
Que jogadores podem desequilibrar esta eliminatória?
Há nas duas equipas muitos jogadores acima da média. Diria, no entanto, que, no Benfica, o Rodrigo ou o Cardozo podem ter uma influência muito grande no resultado. O Rodrigo é muito perigoso, rápido, muito veloz e tecnicamente evoluído, o que faz dele um jogador perigoso. Tem tudo para decidir um jogo. A sua capacidade de explosão normalmente faz estragos. O Luisão também é um jogador muito importante porque dá maturidade e equilíbrio à equipa. A Juve tem o Pirlo, um jogador fenomenal, tem o Vidal que marca golos de todas as maneiras, o Tévez, enfim... Não vale a pena estar a individualizar.
O Benfica ganhou o título. Parece-lhe que a equipa portuguesa tem uma ligeira vantagem?
Não me parece. A Juventus também vai ser campeã, é uma questão de dias. A principal vantagem do Benfica é jogar primeiro em Lisboa, ainda por cima logo depois de ter conquistado o título. Continuo a dizer que há 50 por cento de possibilidades para cada equipa, embora eu gostasse que o Benfica tivesse aí uns 52 por cento e a Juve 48 por cento [risos].