Nem menos um cêntimo: quatro milhões de euros brutos/ano é o mínimo que Jesus quer para continuar no Benfica. Vieira pretende corte substancial
Corpo do artigo
O dinheiro que o treinador quer para renovar o contrato, o presidente não está disposto a dar. A ligação de Jorge Jesus ao Benfica dura há seis anos, mas, em face do desinvestimento que Luís Filipe Vieira pretende estender ao ordenado do técnico a partir da próxima temporada, corre o sério risco de terminar já em junho. Só depois da final da Taça da Liga, a disputar na próxima sexta-feira em Coimbra, é que Jesus e Vieira se vão sentar à mesa para, cara a cara, discutirem salário, prémios e duração do eventual vínculo futuro, mas, por interpostas pessoas, cada um deles sabe o que o outro pensa. E a divergência que pode conduzir à separação da dupla é esta: se o presidente propõe um corte substancial (perto de metade) nos quatro milhões de euros brutos do vencimento que paga atualmente, o treinador não admite subtrair nem um cêntimo aos honorários - pelo contrário, até entende que, conquistado o bicampeonato, é merecedor, mais do que nunca, de maior compensação financeira.
Ciente de que há muita pedra para partir, Vieira, por via das dúvidas, já antecipou a possibilidade de a tentativa de entendimento com o treinador fracassar, reativando o compromisso verbal assumido há dois anos com Rui Vitória. Em junho de 2013, recorde-se, a continuidade de Jesus no Benfica esteve por um fio e, nesse contexto de indefinição, o técnico do V. Guimarães teve o seu nome a encabeçar a lista de alternativas nacionais. Porém, na altura, o líder dos encarnados, contrariando o ponto de vista de vários dos seus colaboradores mais diretos, acabou por se decidir pela permanência de Jesus, revalidando-lhe o contrato por duas épocas.
Para o Benfica, arrancar Rui Vitória ao emblema vimaranense também tem preço: um milhão de euros, o valor da cláusula de rescisão contratual - bem inferior, ainda assim, aos quatro milhões de euros/ano (mínimo) que Jesus reclama para continuar à frente do plantel das águias.
Ficando em Portugal, nomeadamente no Benfica, ao qual dá primazia, Jesus deseja rubricar um contrato de longa duração. Conforme noticiado por O JOGO, o técnico perspetiva um compromisso com a duração de quatro anos, admitindo, no entanto, uma pequena concessão pela via negocial e aceitar três anos.
Estando a definitiva conversa com Jesus "agendada para o fim da época", como Vieira fez questão de sublinhar, a próxima semana promete ser reveladora no que diz respeito ao nome do futuro treinador dos bicampeões nacionais. Nos últimos dias, o atual comandante da equipa fugiu das perguntas dos jornalistas sobre o tema mais palpitante do momento - antes e depois da partida com o Marítimo, referente à derradeira ronda da I Liga, falou apenas à TV do clube; anteontem, na Câmara Municipal de Lisboa, onde as águias foram agraciadas, afastou-se abruptamente dos microfones e das câmaras quando lhe foi perguntado se em 2015/16 estará no banco benfiquista.