O Braga goleou o Gil Vicente e subiu ao sexto lugar, aproximando-se dos lugares europeus
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Duas jornadas depois o Braga regressou aos triunfos no campeonato ao golear o Gil Vicente por 4-1, com os artistas do costume - Rafa e Pardo - em destaque. Depois dos assobios na Taça de Portugal, contra o Aves, os poucos adeptos que desafiaram a noite de temporal saíram satisfeitos do AXA. Afinal, a equipa subiu ao sexto lugar, aproximando-se dos lugares europeus, e ultrapassou o rival V. Guimarães na classificação. A chuva de golos ajudou a limpar a desconfiança e a exibição da equipa premiou a coragem de terem arriscado sair de casa numa noite que convidava a ver a bola no sofá.
Com várias novidades na equipa - Sasso no lugar de Nuno André Coelho; Miljkovic rendeu o lesionado Baiano; Mauro atuou no lugar de Luiz Carlos; e Kappel substituiu Alan -, o Braga começou cedo a resolver a questão.
Frente a um Gil Vicente macio e apático - como parecem distantes os tempos em que foi catalogado de equipa sensação -, Rafa, que jogou atrás do ponta de lança Rusescu e não na ala, começou a pintar a manta logo aos oito minutos, beneficiando da pouca atenção do meio-campo e defesa gilistas. O ex-Feirense agradeceu a falta de ligação entre os dois sectores do adversário, que deixavam um corredor, uma terra de ninguém, para ele correr, organizar lances de ataque e pensar como chegar à baliza. O primeiro golo nasceu de uma abertura de Pardo para as costas da defesa, com Rafa a partir a velocidade supersónica, no limite do fora de jogo, rumo à baliza. Depois foi só bater Adriano. Pouco depois, a nova estrela bracarense ampliou, novamente num lance em que a defesa gilista parecia arrastar-se em slow motion. Entrou na área em drible, ganhou um ressalto a Danielson e deixou Adriano à beira do desespero.
Fechado no seu meio-campo, o Gil procurou, invariavelmente colocar a bola nos pés do maestro César Peixoto. O esquerdino, regressado de lesão, bem tentou fazer a equipa jogar, mas os passes não lhe saíam bem e a pressão arsenalista também não lhe dava margem para pensar o jogo. Chegar à baliza de Eduardo foi difícil - o primeiro remate à baliza aconteceu aos 28' -, e quando tal aconteceu foi quase sempre pelos pés de Hugo Vieira, avançado cedido pelo Braga aos gilistas que ontem se estreou a titular pelo novo clube. E por falar em estreias na titularidade é preciso não esquecer Núrio e Kappel, dois produtos da formação bracarense que jogaram sem temores, como gente grande. Diogo Viana e Danielson ainda tiveram duas boas ocasiões para marcar, em lances resultantes de cantos, mas esbarraram no inspirado Eduardo. Foi pouco para quem na jornada anterior travara o Benfica e aproveitou o recuo das linhas de um adversário tranquilizado por uma vantagem segura.
O golo do Gil Vicente, já no segundo tempo, assustou, por instantes, mas Pardo, no minuto seguinte voltou a colocar o resultado com uma margem de segurança que não mais seria ameaçada. A expulsão de César Peixoto deixou o ambiente ainda mais pacato e nem Mosquera, que beneficiou de um penálti conseguiu enervar os arsenalistas, que viram Eduardo parar o remate dos 11 metros. Depois só deu Braga e novo golo, este sensacional, de Pardo.