Nacional controlou a primeira parte e fez um autogolo. Leões pegaram no jogo na etapa final e sofreram um empate que não fez grande mossa
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Além do campeão Benfica, o Nacional vai-se despedindo de 2013/14 com um prémio particular a juntar ao de todos mais importante, claro está o apuramento para a Liga Europa. É que Manuel Machado e seu esquadrão foram os únicos, além da turma liderada pelo seu ex-querido inimigo Jorge Jesus, a não irem na conversa do ressuscitado Sporting desta época - o Estoril poderá ainda ser a terceira turma da I Liga a não perder frente aos lisboetas. Ao impor novo empate aos verdes e brancos após o nulo da primeira volta em Alvalade, os madeirenses colocaram ponto final na melhor sequência vitoriosa dos leões na prova - seis vitórias seguidas. Leonardo Jardim viu fugir a possibilidade de melhorar a marca, mas ainda pode superar o melhor registo global numa Liga a 16 com três pontos por vitória se ganhar o último jogo, uma 21ª vitória inédita no atual formato da prova. O Sporting pode ainda suplantar o melhor ciclo desta estação sem perder (12 desafios) e "arrisca" voltar a fechar o campeonato invicto em casa, pela primeira vez desde 1986/87.
Tudo isto porque o Nacional soube adaptar-se a tudo o que a partida ofereceu frente a um opositor com a vida resolvida. Já de ouvido no hino da Champions que os aguarda na época vindoura e deixando, aqui e ali, sinais de que as férias que Jardim chuta para canto estão bem vivas no subconsciente, os jogadores leoninos saíram da Choupana com um ponto e zero aborrecimentos.
Os alvinegros entraram melhor na partida. Muito compactos no seu meio-campo, graças à ação de Aly Ghazal, Gomaa e João Aurélio, os nacionalistas concederam pouco ou quase nenhum espaço de reflexão ou construção ao adversário. A pressão sobre o leão portador da bola foi acentuada e eficaz e o Sporting só conseguia mostrar as unhas quando carrilava jogo direto ao flanco esquerdo, única zona onde a equipa de Manuel Machado denotou sérias e prematuras carências. A baixa de última hora que foi Zainadine, abriu a porta da titularidade a Nuno Campos e o imberbe lateral sofreu horrores aos pés de Capel. No corredor central, William Carvalho esteve muito desapoiado, em especial nas saídas com bola e o Nacional rapidamente conseguia reaver o esférico. Contudo a formação da casa soçobrou no último terço, não traduzindo em golos o período de superioridade e por isso pagou caro.
Com Candeias assaz confiante, mas Djaniny assaz esbanjador, o Nacional falhou com clamor na finalização e os leões castigaram o adversário, com o destino a encarregar-se de entregar a vantagem aos leões com requintes de maldade. Acusando a inexperiência e consumido pelo nervosismo (foi amarelado logo aos 8' por não conseguir travar Capel), Nuno Campos fez um autogolo quando o sentido do encontro pouco levava a indiciar que a abertura do ativo fosse forasteira. O Nacional acusou o toque e o Sporting criou mais e mais perigo até Rui Costa apitar para o intervalo. Gerson Magrão esteve por duas ocasiões próximo de elevar a contagem antes de sair tudo rumo ao descanso.
Para o reatamento, Manuel Machado acabou com a tremedeira no flanco direito da defesa, retirando Nuno Campos e fazendo recuar João Aurélio para a posição, com Reginaldo a entrar. Curiosamente, o filme foi o mesmo da primeira parte, mas só as camisolas mudaram. Sem João Aurélio no meio, o Nacional perdeu força e organização. Foi o Sporting quem carregou na pressão, passou a fazer uma bem mais competente ocupação dos espaços e recuperou a bola com maior rapidez e eficiência. Porém, Slimani foi em versão mais reduzida na segunda metade o que Djaniny fora na primeira. Com o leão a falhar na cara do golo, Manuel Machado lançou Diego Barcellos e, ao equilibrar na zona intermédia, deu a provar aos leões o veneno que estes haviam espalhado. Quando o Nacional empatou, a partida ganhou foros de justiça. A igualdade poderia ter sido desfeita por ambos os lados, mas o empate ficou-lhes bem.