Treinadores e antigos extremos elogiam o protagonismo que procurou num contexto adverso e identificam pontos a melhorar, mas já o põem à frente da concorrência
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A estreia de Quaresma não terá sido a ideal, mas deixou pistas positivas que os próximos jogos poderão comprovar. Primeiro as atenuantes: entrada em jogo num contexto em que a equipa acabara de sofrer o segundo golo e se via a jogar reduzida a dez, poucos minutos depois, com a expulsão de Danilo. "Entrou num jogo com intensidade, em que o FC Porto precisava de acelerar e não conseguiu, mas quis ir para cima dos adversários, o que é um sinal de confiança", sublinhou Tulipa, numa leitura que Jaime Pacheco completou: "Viu-se pormenores à Quaresma, que podem acrescentar aquilo que a equipa precisa". Melhor era complicado, até porque, segundo Seninho, a equipa está longe do seu melhor: "Com o futebol que o FC Porto está a praticar não deu para muito. A equipa erra muitos passes, despeja muitas bolas, não há ligações em certos momentos. Tornou-se difícil para ele, ainda para mais quando as alas não funcionaram como deviam".
Mas há mais. Na retina ficaram dois lances em que a ação do Mustang podia ter feito toda a diferença. "Podia ter brilhado no lance em que mete a bola em Jackson (58') e sofre falta que o árbitro assinalou, anulando o perigo iminente para a baliza de Oblak. Depois, há ainda o lance da grande penalidade que o Garay cometeu sobre ele. Se esses lances tivessem resultado em golos, se calhar estaríamos a falar de outra forma", sublinhou Jaime Magalhães. Porém, uma certeza ficou evidente para Seninho. "Esteve melhor do que Licá", opinião partilhada por Jaime Pacheco: "Se calhar andaram lá outros o jogo todo que fizeram menos do que ele nos minutos em que esteve em campo".
Se nesta contabilidade ressalta uma atitude positiva nos duelos e um assumir das responsabilidades no confronto com o adversário, a verdade é que ainda se quer ver outros predicados num extremo. "Faltou-lhe conseguir driblar e ir à linha cruzar", apontou Jaime Magalhães, ainda que "sem Danilo em campo isso o tenha condicionado", ressalvou Tulipa. "Mas o Quaresma é um jogador inteligente em campo e vai saber ultrapassar essas questões", completou Jaime Pacheco. Embora longe da sua melhor condição física, o reforço promete, pela amostra daquilo que se viu no clássico. "Tentou ajudar a estabilizar a equipa. O que o FC Porto pretende com um jogador como ele é que crie desequilíbrios, roturas ofensivas. Mas mais do que isso: não teve medo de ter a bola e de assumir", sublinhou Tulipa. Agora, só os treinos e os jogos vão permitir a Quaresma ganhar a condição física e a dinâmica ideais para explorar melhor as suas características e cumprir com aquelas que são as funções de um extremo. Mas não só. "Neste FC Porto é difícil jogar, porque o coletivo está a emperrar, não carbura e assim as peças que entram têm dificuldade em evidenciar-se", argumentou Seninho. Agora, uma coisa é certa. "Vem muito a tempo de ajudar a equipa", frisou Jaime Pacheco.