Jorge Jesus responde a Pinto da Costa. O técnico dos encarnados considera que os rivais das águias não o querem no banco. E já prepara a arbitragem do Benfica-FC Porto ao pedir um árbitro de menor nomeada
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O ataque de Pinto da Costa a Jorge Jesus não ficou sem resposta. O presidente do FC Porto disse esta semana a O JOGO que só acreditava num eventual castigo ao treinador encarnado, na sequência dos incidentes entre Jesus e a polícia no final do jogo entre V. Guimarães e Benfica, "lá para o verão", merecendo troco imediato por parte do técnico do clube da Luz, que fez questão de apontar o incómodo que provoca nos portistas. "Se os nossos rivais estão a fazer pressão para que eu não esteja no banco, eles lá sabem porquê", disparou, reforçando: "Acho normal a pressão dos rivais, isso só me valoriza."
O líder do campeão nacional revelou o seu "palpite", acreditando, de forma irónica, que "não vai haver tempo para decidirem nada até ao verão, nem com sumaríssimos nem sem sumaríssimos", posição que Jorge Jesus entende ter como objetivo afastá-lo da possibilidade de orientar a equipa em pleno relvado. "Sabem que, se eu estiver fora do banco, não posso ser tão importante para o Benfica", ressalvou o técnico sobre o assunto, precisamente um dia depois de as suas testemunhas terem sido ouvidas pela Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga.
O processo de investigação aos incidentes entre Jesus e as forças de segurança está a decorrer também no Ministério Público, ainda que esteja bem mais atrasado do que a nível desportivo. Sem querer tecer grandes comentários sobre o caso, lembrando o seu estatuto de arguido, o técnico acabou, ainda assim, por expressar o desejo de que declarações como as de Pinto da Costa não tenham influência na tomada de decisão. "Espero que não seja visto como um exemplo, porque tenho a consciência moral, desportiva, humana do ato que cometi. Não vou falar disso, porque está em processo desportivo e civil e os arguidos não devem falar muito", referiu.
Jorge Jesus devolveu o ataque a Pinto da Costa e fez questão de começar já a preparar a arbitragem do Benfica-FC Porto, da 15ª jornada, agendado para 12 de janeiro de 2014, referindo que, por sua escolha, o árbitro do clássico não faria parte dos juízes habitualmente mais cotados - os benfiquistas têm razões de queixa, por exemplo, de Pedro Proença, considerado o melhor juiz português. "Há muitos árbitros que não são considerados tão bons, mas que, para mim, são dos melhores. Temos mais sete [oito] jogos [até ao desafio com o FC Porto]... Não me quero antecipar e não vale a pena focarmo-nos neles, mas há árbitros com menos tempo de competição que vão ser de grande qualidade no futuro", declarou em relação a um tema em que foi questionado sobre as declarações de Mário Figueiredo, presidente da Liga, que classificou a gestão dos árbitros como "pouco transparente". "Não é fácil dar uma opinião muito concreta sobre essas situações, porque também não tenho muito conhecimento", defendeu, frisando: "Para mim, os melhores árbitros devem ser escolhidos para os jogos mais difíceis e isso não quer dizer um Benfica-Sporting ou um FC Porto-Benfica. Há outros jogos difíceis, mas outra questão é ver quem são os melhores. Há árbitros que não estão muito nas nomeações como os melhores, mas, para mim, são dos melhores."