Djuricic, reforço encarnado para 2013/14, confessa o desejo de chegar ao topo do futebol europeu aos 25 anos e, ainda que não goste de se apresentar como jogador, é sintomático, garantindo que tem unhas para fazer a diferença em campo
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Feliz por ter chegado ao Benfica, o médio-ofensivo Filip Djuricic - recém-eleito para o melhor onze do ano na Holanda - acredita que vai responder à altura do desafio. Porque a meta é chegar ao topo da Europa...
O Benfica tem a política de contratar jovens jogadores e fazê-los evoluir, vendendo-os mais tarde. Pode ser mais um a seguir esse exemplo? Acredita que pode chegar ao topo do futebol europeu?
Quando comecei a jogar defini desde logo como objetivo jogar num dos melhores clubes da Europa. Claro que acredito que posso fazê-lo. Se não acreditasse não teria aceitado mudar-me para o Benfica. Quero estar no topo do futebol europeu aos 25 ou 26 anos.
Pode chegar ao nível Messi ou Cristiano Ronaldo?
Acredito sempre nisso. Até agora alcancei tudo o que pretendia. Espero continuar assim e chegar a ser um dos melhores jogadores da Europa.
É considerado o Cruyff dos Balcãs. Como se sente com essa comparação?
Quando cheguei à Holanda começaram a tratar-me assim. É uma honra ser comparado com uma figura como Cruyff, mas aos 17 anos, foi uma pressão terrível. Era apenas um miúdo e podia ter-me feito mal. Agora, olho para isso de forma normal.
É já considerado como uma estrela na Sérvia. Como encara isso?
No último jogo vencemos por 2-0 e fiz os dois golos. Antes disso, joguei na Croácia e tinham medo de mim. Encaro isso de forma positiva. As pessoas veem-me como um jogador com futuro, alguém que pode fazer a diferença e alcançar algo importante.
Isso dá-lhe mais confiança para enfrentar o desafio de se afirmar no Benfica?
Claro. O que fiz na seleção demonstra que posso jogar ao mais alto nível. Estou seguro que vou ser capaz de responder à altura no Benfica.
É um grande desafio transferir-se do Heerenveen para o Benfica?
Para mim cada jogo é um desafio. Não vou dizer que é um grande desafio, mas sim um grande passo na minha carreira. Troco uma equipa que luta por um lugar na Liga Europa por uma que quer ganhar todos os títulos. Chego a uma equipa onde existe a pressão de ganhar cada jogo, cada troféu. Sei bem o que é isso pois já joguei no Estrela Vermelha, onde acontece o mesmo. Se estás a ganhar és o maior, se perdes já tudo muda.
Está preparado para essa pressão?
Desde que comecei a jogar futebol a minha ambição sempre passou por ser o melhor, ganhar e conquistar títulos. Por isso, não tenho medo. Estou satisfeito pela oportunidade e sei que o Benfica vai ajudar-me.
Quais são as suas melhores qualidades?
Não gosto de falar disso. O que posso dizer é que sou um jogador que faz a diferença.
A velocidade e a qualidade técnica são apontadas como as suas principais qualidades...
Sim, são as minhas principais forças, mas tenho outras. Mas não gosto de falar de mim. No relvado terão oportunidade de ver mais.
E o que pode ainda melhorar?
Preciso de mais experiência, como é normal. Mas como jogador tenho ainda muito para aprender e trabalhar, mesmo onde já sou forte. Tenho de crescer em tudo, no remate, no drible... Tenho de melhorar seja a nível técnico ou tático. Estás sempre a aprender até morrer.
Qual a sua melhor posição?
Normalmente jogo como 10, atrás do avançado. Nos últimos jogos no Heerenveen estava a jogar pela esquerda, mas não é a minha posição natural.
Na seleção sérvia também joga por vezes como referência do ataque...
Sim, posso jogar como avançado e em qualquer posição no ataque. Mas a minha melhor posição é como número 10 ou como médio-ofensivo.
E como 8? É possível?
É mais difícil. Posso jogar como 8, mas essa posição requer mais capacidades físicas e defensivas. Não seria a melhor posição para mim. Devo ser honesto, número 10 é a minha posição preferida e a que me cai bem.
O que se passou quando se queixou de problemas respiratórios?
O problema foi a sobrecarga de jogos. Tinha disputado 88 jogos de forma consecutiva, pelo Heerenveen e pela seleção, e naquela altura estava doente. Mesmo assim, não quis deixar de treinar, porque sou assim, quero participar em todos os treinos e todos os jogos, e isso acabou por originar alguns problemas respiratórios no campo. Mas dois dias depois já estava bem. Tomei alguns antibióticos e tudo passou. Foi um susto, porque não conseguia respirar e por isso decidi sair, e felizmente não voltei a ter qualquer problema.
