Treinador e capitães falaram ao plantel no sentido da reação imediata, mas as soluções a médio prazo também já estão a ser estudadas com o diretor geral
Corpo do artigo
Depois da demonstração de confiança em Paulo Fonseca, sublinhada por Pinto da Costa ainda em Coimbra, e da curta reflexão entre o treinador, Antero Henrique, os capitães e um grupo de quatro representantes dos adeptos, o FC Porto acelera na procura de soluções para a crise de resultados (uma só vitória nos últimos seis jogos). Esse processo envolve o treinador e o diretor geral, ao nível da planificação futura, e o treinador e o plantel, que ontem já iniciaram a operação Braga e o plano para o regresso imediato às vitórias, fundamentais para reiterar a confiança do presidente.
Ontem, à porta fechada, o plantel treinou no Olival e a sessão começou com mais uma discussão em grupo. O regresso aos trabalhos tinha sido, inicialmente, anunciado para hoje, mas ontem só Kadú, Reyes e Ricardo (que na véspera jogaram pela equipa B) gozaram folga. A manhã arrancou com Paulo Fonseca a falar ao plantel, exigindo que todos sejam capazes de dar mais e de contribuir para a resolução dos problemas. Num registo mais incisivo do que aquele que pautou as suas primeiras palestras, o treinador analisou casos concretos, apontou falhas individuais e os danos que elas têm causado e apresentou aquilo que pretende de alguns jogadores em particular e de todo o grupo enquanto dinâmica coletiva. A palavra chave foi "concentração", o caminho mais direto para que se evite o erro.
Nesta fase, também os capitães falaram. Helton e Lucho tinham estado na reunião da madrugada de domingo e, como representantes do balneário, é claro que havia uma mensagem a passar. Em suma, as conclusões da conversa mais restrita foram reafirmadas: os líderes do plantel sabem que os jogadores podem dar mais e é fundamental que o façam. Outros jogadores usaram da palavra, mais tarde, mas o essencial foi dito e analisado pelo treinador. Paulo Fonseca foi mais firme na definição do caminho e expô-lo perante todos, sem medo de apontar aquilo que tem sido feito de errado, algumas das vezes com as tais referências individuais.
Agitar o grupo é o caminho imediato para a retoma, mas entre direção e equipa técnica há também a perceção de que algo pode ser feito para ajudar a que o plantel ganhe consistência e soluções. Nesse sentido, é entre Paulo Fonseca e Antero Henrique que todos os ajustes têm sido estudados, não só ao nível da gestão diária como também na planificação futura. Com o mercado a reabrir dentro de trinta dias, urge acelerar o fortalecimento da equipa. Tal como O JOGO ontem adiantou, Lucho González aludiu, na conversa da madrugada de domingo, à inexperiência e dificuldade em gerir a pressão que está a tolher o talento de alguns valores do plantel. Nesse sentido, o reforço far-se-á sempre com vista ao imediato, aí se enquadrando, por exemplo, o nome de Quaresma. Mas o extremo não será o único alvo e o ataque deve mesmo receber mais um jogador de créditos firmados, sendo que nos outros setores as possíveis mudanças, não sendo de excluir, serão muito mais circunstanciais.