Apalavrada a saída de Fernando, a intenção dos dragões é não abalar toda a espinha dorsal do onze. Francês é muito pretendido, mas SAD quer guardar um dos eixos para atacar 2014/15
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Dois é bom, três é demais. Os negócios que vão afetar o núcleo duro da equipa não serão tão alargados quanto a lógica parece ditar, tendo Pinto da Costa definido que, do trio formado por Mangala, Fernando e Jackson, um deles é para ficar. O FC Porto está em processo acelerado de definições com vista à nova temporada e, escolhido (mas reservado) o nome do treinador, é também crucial determinar as baixas para atacar a resposta às mesmas, acrescidas de outras carências detetadas no plantel e que a SAD também trabalha para colmatar. No que ao atual grupo diz respeito, e sobretudo no que mexe com as unidades de maior peso, há uma realidade quase incontornável: a saída de Fernando. O Polvo esteve com um pé fora do Dragão em janeiro e terminaria contrato em junho, mas acordou a continuidade num pacto que, contudo, lhe "garante" a ambicionada transferência no final da época (completa 27 anos em julho).
O trinco será baixa praticamente certa, o que quebra um reinado de seis temporadas e cria um problema óbvio que a Direção está já a antecipar e cuja solução deve ser mais alargada do que a mera aposta em Aly Ghazal (já antes noticiada por O JOGO). Aliás, ainda no que toca à saída de Fernando, não é de excluir que ela esteja relacionada com a outra baixa no núcleo duro admitida por Pinto da Costa e "exigida" pelas finanças. É que, em janeiro, o Manchester City quis Mangala à cabeça de um pacote que incluía também o Polvo, sendo que o insucesso da operação (mesmo sobre o fecho do mercado) não contemplava um plano B, o que significa que Manuel Pellegrini continua com o problema por resolver e é de admitir que procure, agora com mais tempo, as soluções antes identificadas.
Mangala é, inquestionavelmente, o maior ativo deste FC Porto. Aos 23 anos, apresenta-se como o futuro patrão da seleção francesa (brilhou recentemente contra a Holanda, apesar de ser difícil que entre no Mundial como titular) e tem confirmado, mesmo numa época de crise, condições únicas e muito requisitadas pelo mercado. Com cláusula de rescisão de 45 milhões de euros, permitiria o maior encaixe possível à SAD, ainda que uma saída para Inglaterra, por exemplo, implique a prévia aquisição das percentagens entretanto alienadas pelo FC Porto (43,3%), uma vez que o mercado britânico não permite a propriedade partilhada de passes de jogadores. Essa é uma ressalva que estará contratualizada e que não encravaria um negócio, faltando confirmar que o City continua na dianteira e interessado num movimento que lembraria as saídas simultâneas de Moutinho e James para o Mónaco, em maio do ano passado.
Decisão "urgente"
Nesta história, a questão temporal é importante, porque os dragões têm pressa por dois motivos: urgência de grandes encaixes até finais de junho (fecho do exercício contabilístico) e urgência de definições quanto ao novo plantel, que terá de estar no ponto logo em agosto. Mesmo não havendo uma resposta fechada, os indicadores que O JOGO foi recolhendo apontam mais para a continuidade de Jackson. A caminho dos 28 anos, o colombiano pode até estar em curva de desvalorização nos mercados, mas continua a ser, desportivamente, muito importante. Para Pinto da Costa, é impensável perder, simultaneamente, a espinha dorsal da equipa (central, trinco e ponta de lança), mas caso se confirme que o mercado entra em loucuras por Mangala e que há que segurar Jackson, é imprescindível que essa aposta seja finalmente acompanhada da tal revisão contratual (já apresentada ao goleador) que o confirmará como um dos mais bem pagos do plantel, correspondendo a folha salarial ao protagonismo que o colombiano tem em campo.
Sendo esta uma questão dependente dos humores do mercado, é óbvio que se manterá em aberto nas próximas semanas, mas aquilo que está internamente definido é que o rombo no núcleo duro não pode ser tão vasto quanto a lógica determinaria. Saindo Fernando, reforça-se, não há interesse em que Mangala e Jackson sejam baixas simultâneas num plantel que está "obrigado" a retomar as rotas dos títulos. Os substitutos de cada um deles, acrescente-se, estão identificados.