Markovic entrou e "bisou" com classe - O sérvio foi a grande figura do último particular na Suíça, que os encarnados dominaram quase na totalidade. Os dois golos sofridos de bola parada não apagam um sem-fim de oportunidades criadas
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O Benfica despediu-se da Suíça com mais uma vitória (a segunda nos três amigáveis ali disputados) e do resultado positivo contra o modesto Sion acabam por ficar ainda mais vincadas as indicações antes salpicadas: esta águia continua a gozar da típica tração à frente de Jorge Jesus, mas se antes haviam sido outros sérvios a dar nas vistas, ontem foi Markovic a alimentar os renovados sonhos dos adeptos. No espaço de oito minutos, o polivalente dianteiro apontou dois golos, com nota artística no segundo, daqueles que levantam estádios. Não fosse o par de golos - uma vez mais, a equipa não conseguiu fechar um jogo sem ver as próprias redes abanar - sofridos no seguimento de bolas paradas e o teste poderia dizer-se ultrapassado com distinção.
Jorge Jesus voltou a apostar no seu primeiro onze da época (teoricamente, o mais forte possível nesta altura) e os encarnados entraram a todo o gás contra um Sion que até já está em competição no primeiro escalão suíço, tendo perdido (2-0) no terreno do Young Boys na primeira ronda. Apesar de mais adiantados na preparação, os comandados de Michel Decastel mal tinham respirado e já viam Salvio obrigar Deana a defesa apertada (3'). Seguiu-se um primeiro quarto de hora de total domínio das águias e o Sion apenas conseguiu soltar amarras depois disso, explorando as fragilidades defensivas de Cortez, que voltou a deixar demasiado espaço nas costas nem sempre "dobrado" pelos companheiros, tal como se verificou aos 18', quando Christofi voltou a fugir ao brasileiro para acertar no poste à guarda de Artur.
O Benfica acusou o toque durante escassos minutos, mas depressa se recompôs, vendo a primeira chance soberana desperdiçada por Lima, na conversão de uma grande penalidade sobre si cometida (24'). E foi já depois de mais um punhado de oportunidades criadas - o guarda-redes Deana também se começou a evidenciar - que a figura da primeira metade, Salvio, ofereceu a festa a Lima depois de se livrar de quatro adversários em plena grande área (44'). No regresso das cabinas, o técnico do Sion rodou toda a equipa e Jesus também fez entrar, entre outros, o tal endiabrado Markovic. O ampliar da vantagem nasceu do entendimento entre o ex-Estrela Vermelha e outro sérvio, Sulejmani, que assistiu o primeiro. O momento da tarde estava, porém, reservado para o minuto 68, quando Markovic arrancou em velocidade pelo meio e, depois de ter deixado alguns adversários para trás, fez um chapéu sobre o guardião suíço. O Sion, esse, só de bola parada logrou criar perigo, mas em duas ocasiões fez mossa: primeiro, por Veloso, de livre direto; mais tarde, por André Marques, em resposta a um livre indireto que voltou a expor algumas fragilidades defensivas da águia.