Héctor Herrera fala pela primeira vez para Portugal e diz que gosta de mandar na forma como as suas equipas jogam. Por isso, encaixa a associação...
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Héctor Herrera não é jogador para falar muitas vezes. Para Portugal, responde agora pela primeira vez desde que, há meses, se começou a escrever que seria reforço do FC Porto para as próximas temporadas. O negócio carece ainda do rótulo de oficial, mas quando O JOGO lhe ligou ontem, ainda de manhã no México e com o jogador a conduzir para o treino, convenceu-o a demorar-se na conversa e a apresentar-se a quem lhe conhece pouco mais do que o nome e a associação aos dragões. Por outras palavras, é Herrera merecedor do elogio que lhe foi feito por Pedro Caixinha, treinador do Santos Laguna, quando o comparou a Moutinho?
"Sou um médio. Aqui dizem que sou de contenção, não sei como lhe chamam em Portugal, mas acho que isso diz pouco sobre mim. Defendo bem, mas gosto de chegar ao ataque e de marcar golos, porque quero ser um médio completo, participar em todos os processos da minha equipa. Aqui falam-me muito do Moutinho e pelo que vejo é uma comparação justa", começa por explicar, não se furtando à associação. Aliás, Herrera até a desenvolve para lembrar como chegou à posição onde agora se distingue. "Comecei a jogar na escola do Pachuca em Rosarito, a minha cidade [estado da Baja California]. Devia ter uns sete anos e já jogava antes, mas não em clubes, claro. Um dia vieram ver-me e levaram-me para a sede do clube, onde acabei por fazer todo o meu percurso até agora. Comecei como avançado, até tarde aliás. Quando estava na II Divisão é que El Ratón [alcunha de Rubén Ayala, o treinador] me sugeriu que jogasse como médio de contenção, que seria um papel onde me poderia dar bem", referiu, puxando a fita atrás para chegar ao jogador que é hoje.
Aqui, já Herrera entrou no ritmo da conversa e da autoavaliação. "A verdade é que, apesar da mudança, eu próprio me senti melhor, gosto mais de ser médio porque tenho mais contacto com a bola, sou eu que defino o jogo da equipa, dou a bola a quem quero e ao ritmo a que quero. Mando na forma como jogamos e gosto desse papel, por isso percebo quando me comparam a Moutinho e sei que até Pedro Caixinha já o disse", completa o jogador de 23 anos.
Herrera, que em 2013 só tem dois golos (um deles contra o Santos Laguna) em 20 jogos, não se dá como um produto acabado e até na lista de qualidades a trabalhar se assemelha ao internacional português. "Gostava de marcar mais golos e sei que preciso de ser mais maduro na tomada de decisão. Acho que é um processo normal", conclui. E assim está apresentado aquele que pode ser, depois de Diego Reyes, Ricardo e Tiago Rodrigues, o quarto reforço do FC Porto para 2013/14.
