Da Senhora da Graça saíram três grandes candidatos ao triunfo final, faltando saber se o espanhol da MTN-Qhubeka, vencedor no alto e novo amarela, consegue fazer face às equipas portuguesas
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Foi com menos gente no alto da Senhora da Graça e sob um calor sufocante que se ficou a saber quem são os reais candidatos a vencer a 75ª Volta a Portugal, tendo a lista ficado até mais reduzida do que provavelmente se esperaria. Sergio Pardilla, vencedor isolado da quarta etapa, Rui Sousa, que com ele reparte a liderança e só não veste de amarelo devido ao desempate nos milésimos de segundo, e Gustavo Veloso, que está a sete segundos do duo, são agora os grandes favoritos, e a ordem por que se apresentam será a incógnita. Daniel Silva e Edgar Pinto surgem como "outsiders", já algo distantes, e tanto Sousa como Veloso têm alternativas dentro das próprias equipas caso algo lhes corra mal. É nesse patamar, o de alternativa, que encaixam Hernâni Broco, por parte da Efapel-Glassdrive, e Alejandro Marque e Delio Fernandez, os outros dois galegos de qualidade da OFM-Quinta da Lixa.
A subida ao Monte Farinha, depois de 181,4 quilómetros com outras quatro montanhas, cumpriu o seu desígnio habitual, o de criar uma ordem entre os reais candidatos e afastar os que, afinal, o eram apenas de nome. Hugo Sabido, longe da forma que apresentou o ano passado, é o mais sonante entre os que deixaram de contar, sendo rendido dentro da própria LA-Antarte por um espantoso Edgar Pinto, aquele que pode ser considerado o azarado da primeira semana de Volta - avariou no prólogo em Lisboa e perdeu 47 segundos para a sua equipa, exatamente a margem que agora o separa da camisola amarela. O que significa que até poderíamos ter... três homens empatados na frente!
A etapa de ontem cumpriu todos os roteiros habituais: formação de um grupo de fugitivos logo de início, desta vez com 17 homens, ataques de algumas segundas figuras das maiores equipas na subida do Alvão, a penúltima e a mais dura do dia, e tudo praticamente para decidir entre os homens do pelotão quando se entrou em Mondim de Basto. Antonio Olmo, do Louletano, foi o primeiro a chegar à subida final, mas já condenado. Depois, e com a Efapel a ditar o ritmo nos oito quilómetros da escalada final, viu-se apenas um ataque sem consequências do boavisteiro Virgílio Santos e a arrancada para a vitória de Sergio Pardilla, quando faltavam dois quilómetros para o alto. Rui Sousa só reagiu nos 500 metros finais, o que lhe custou a camisola amarela: recuperou 30 segundos nessa aceleração poderosa e só lhe faltou... mais um.