Para o selecionador da Eslovénia, o banco do Benfica não é lugar para o jovem guarda-redes que "grita com a defesa na hora certa", a menos que, frisa Srecko Katanec, o seu concorrente seja "super". A estreiaa titular era esperada há muito tempo
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A titularidade de Oblak ajudou a pôr cobro a uma série de cinco partidas do Benfica a sofrer golos e, depois de já ter substituído Artur no embate com o Olhanense, o jovem saltou para a frente do pelotão. A concorrência interna na baliza das águias apertou, a ponto de Artur ter agora de fazer pela vida se quiser destronar Oblak, e o selecionador esloveno, Srecko Katanec, até garante a O JOGO que o seu comandado "só pode é ser titular" nas águias, a menos que o seu principal concorrente pela posição seja super.
"Apesar de ter só 20 anos, Oblak é experiente, calmo na baliza, e tem tudo para ser um enorme guarda-redes. É bom, ponto final. Se estava no banco... bem, então o anterior titular tem de ser muito bom", dispara Katanec, que não conseguiu acompanhar a atuação do jovem no Estádio do Bonfim. A justificação do técnico é simples e ele próprio lhe dá corpo na seleção eslovena, onde Oblak está tapado por Samir Handanovic, experiente guarda-redes do Inter de Milão (29 anos), onde é titularíssimo, depois até de ter encostado Júlio César, nome de confiança de Luiz Felipe Scolari na baliza do escrete. "Não é fácil para um jovem guarda-redes de qualidade, como Oblak, ter à frente outro com mais experiência. Para já, pelo menos na seleção, é normal que ele seja o número dois. Agora, não tenho a mínima dúvida de que será ele o primeiro quando, por qualquer motivo, o Samir [Handanovic] acabar", esclarece, reforçando a sua confiança na promessa eslovena: "Já o lancei a titular em dois jogos [Turquia e Canadá] este ano e em ambos esteve muito bem. Fez grandes defesas, algumas em situações complicadas, e é claramente um jogador em que confio. É muito bom!"
E apesar de Oblak transmitir uma sensação da calma entre os postes, a verdade é que, segundo confidencia Katanec, "o miúdo tem o seu feitio". "E tem mesmo de ser assim. Aliás, é bom que assim seja, porque se um guarda-redes está calado na baliza, as coisas não vão correr bem. É preciso ter personalidade, porque às vezes tem de se gritar com a defesa e há que mostrar personalidade. Oblak sabe dar o grito certo na hora certa e mostrar-se quando é preciso", adianta o técnico.
De resto, o antigo selecionador dos Emirados Árabes Unidos faz questão de evidenciar a velocidade do guarda-redes. "É muito rápido, principalmente com as pernas. A sair, a reagir... Tem grande agilidade, o que não é normal num jogador com a sua altura", vinca, sem esquecer que ainda há um longo percurso pela frente: "Ele tem de ir aproveitando as oportunidades, sabendo que ainda tem muito que aprender. Há toda uma série de situações específicas no posicionamento dos guarda-redes e noutros aspetos em que ele tem de continuar a crescer, porque tem apenas 20 anos e, com essa idade, é impossível ser um guarda-redes feito."
Até lá, Katanec assegura que "Oblak não vai perder a cabeça, pois é forte psicologicamente".