A "serenidade" e a inerente capacidade do esloveno para tranquilizar o sector defensivo são aspetos que, apurou O JOGO, influenciaram o treinador do Benfica na escolha de guarda-redes para o duelo-chave com a Juventus. E a receita é para repetir a 14 de maio, em Turim, na final da Liga Europa
Corpo do artigo
É com gelo que o treinador do Benfica gosta de apagar fogos ateados pelos adversários e, na cabeça dele, há uma ideia que, sabe O JOGO, já está bem definida para a final da Liga Europa frente ao Sevilha: a 14 de maio, no Estádio Juventus, em Turim, quando tiver de eleger o guarda-redes, Jorge Jesus vai tornar a impor o critério que o motivou, contra todas as previsões, a lançar o "frio" Jan Oblak na segunda mão da semifinal da prova, no reduto da Vecchia Signora, atribuindo de novo ao esloveno a responsabilidade de trancar a baliza. Um dos lugares no onze já está reservado no bloco de notas do técnico.
No arranque das meias-finais da Liga Europa, Artur foi o escolhido para defender a baliza na receção à Juve, no Estádio da Luz, partida que o Benfica, recorde-se, venceu por 2-1. Para o segundo duelo com o rival italiano, admitia-se que Jesus entregasse outra vez a titularidade ao brasileiro, até porque este ficara em "pousio" no último domingo, dia em que os encarnados se bateram no Dragão, ante o FC Porto, pelo apuramento (conseguido) para a final da Taça da Liga. Nesse encontro, as redes foram protegidas por Oblak, que arrancou uma exibição para nota alta, combinando segurança e... "serenidade". E foi este fator que, apurou O JOGO, pesou de forma determinante na decisão tomada pelo treinador na primeira de duas visitas a Turim no espaço de duas semanas: num embate em que a transmissão de confiança à linha defensiva era vital, Jesus pegou no jovem "icebergue" esloveno - tem 21 anos... - e arrumou-o entre os postes.
Pirlo era o elemento da Juventus mais temido pelo Benfica e, feitas as contas qualitativas e quantitativas a remates e defesas na segunda mão da eliminatória, foi mesmo o que mais contribuiu para valorizar a escolha de Jesus. Neste contexto específico, a intervenção realizada pelo guardião ao minuto 62, negando o golo ao cérebro dos bianconeri na conversão de um livre, foi simbólica e marcante. O internacional italiano, pela forma como se posicionou e atacou a bola em zona frontal, ainda a uns 25 metros da baliza, tentou enganar o esloveno: deu a entender que iria cruzar para a molhada na grande área, mas acabou por disparar diretamente para o alvo. Oblak percebeu a marosca e, ágil e rápido na reação, num ápice voou para o seu lado esquerdo, sacudindo como pôde a bola que tinha como destino o ângulo superior.
Fundamental, conforme também foi reconhecido pela Imprensa internacional, para preservar o 0-0 que valeu a segunda presença seguida em finais da Liga Europa, Oblak - que até anteontem atuara apenas em dois jogos da campanha europeia, nos oitavos de final, diante do Tottenham - confirmou ainda que, com ele na baliza, o Benfica não perde. Num total de 23 partidas em 2013/14, o esloveno meteu as mãos em 19 vitórias e quatro empates, tendo sofrido oito golos, três dos quais na segunda competição da UEFA.