Nenhum outro guarda-redes da I Liga sofreu tanto com o goleador que se intromete entre dois treinadores, que moravam a 200 metros de distância
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Há seis meses, o FC Porto atropelava o V. Guimarães, no Minho, com a mesma imponência com que despachara a partida do Dragão (4-0). O balanço do confronto direto entre estas equipas parece confuso quando em causa estão campeão nacional e detentor da Taça, os vencedores de 2012/13, mas é a partir do desequilíbrio desses duelos que hoje se projeta a Supertaça, já que o defeso não deu sinais de poder aproximar realidades muito distintas.
Aliás, Douglas (cuja continuidade foi uma conquista muito saudada pelos adeptos) até é o guarda-redes da I Liga mais vezes batido por Jackson Martínez (4), o avançado que os portistas não querem ver partir e que, acentue-se a curiosidade, até resolveu a questão, contra a Académica, na Supertaça da última época.
Laureta, antigo jogador de ambos os clubes, vê muito nitidamente o contraste de forças. "O Jackson é o carrasco do V. Guimarães e do Douglas e é o principal candidato a resolver. Sejamos realistas: a diferença é abismal", avalia para O JOGO, sem ocultar que o confronto tem um contexto: "O V. Guimarães tem tudo a ganhar, a obrigação é toda do FC Porto e os primeiros jogos da época têm sempre mais coração do que cabeça", avalia, mesmo não acreditando que a glória do Jamor, ante o favorito Benfica, sirva de grande exemplo. "É mais um dado para que o Vitória acredite que é possível, mas o FC Porto não é o Benfica", sintetiza.
Rui Vitória, de quem Paulo Fonseca foi vizinho nos últimos dois anos (moravam a 200 metros um do outro, bem perto do complexo desportivo), ainda procura respostas para os dilemas que a nova época lhe lançou e nem sequer pode recorrer aos avançados eleitos para fazer esquecer Soudani e Baldé: Moussa Maazou, à espera de um veredito da FIFA para poder ser inscrito, e Fernando Russi, o brasileiro apresentado esta semana.